“O amor constrói a paz”, esta que foi uma das linhas mestres do pontificado de João Paulo II, foi o fio condutor do Familyfest. Duas mães de Jerusalém testemunharam, em Roma, na praça do Campidoglio, uma amizade possível entre duas partes opostas: israelenses e palestinos. Entre as nove conexões efetuadas durante a transmissão, assinalamos a da África do Sul, no bairro Soweto, de Johannesburgo – foi dali que Nelson Mandela fez partir a sua batalha para derrotar o apartheid – e a conexão com o Leste Europeu, numa região de conflito, visitada muitas vezes pelo Papa: em Zágreb, eram 4 mil participantes, não apenas católicos croatas, mas também muçulmanos da Bósnia.

Black-out do amor– O Familyfest não foi somente festa, internacionalidade, solidariedade. Foi enfrentado também o inverno das crises, do sofrimento que atinge muitas famílias. “Graças ao casamento, o homem e a mulher não são mais dois, mas um só. Após essa tal unificação, dividir-se significa suicidar-se, cortando as veias. É a morte.”: estas palavras de Igino Giordani – escritor, jornalista, homem político, pai de quatro filhos, primeiro responsável do Movimento Famílias Novas – ressoavam na praça. “Para que a união conjugal se conserve, não existe outra corrente coesiva senão o amor: mas um amor que vem do amor de Deus, superior às vicissitudes da natureza e aos humores dos homens”. “Um casal que perde tempo em não se amar, são duas criaturas que perdem tempo, deixando-se morrer”. Um casal espanhol contou o sofrido renascimento pelo drama da divisão.

O sofrimento– Do palco do Campidoglio, um casal de jornalistas, ele italiano, ela americana, fizeram o dom da experiência de uma doença que não perdoa, da vida que assume uma nova plenitude, como escreveu João Paulo II no seu testamento. “É preciso viver pensando que um dia vamos morrer, para assim termos uma vida plena”. “Aprendemos a encarar o sofrimento, que para nós tinha um nome: Jesus, que aceita morrer na cruz até sentir-se abandonado por Deus, para dar ao mundo as suas dádivas”. Dons que se tornam experiência viva de “luz, alegria, serenidade, uma qualidade de vida superior à quantidade de tempo que ainda poderei ter”.

“Não queremos que o nosso casamento seja um belo quarto fechado para o resto do mundo, mas desejamos dividir a nossa felicidade também com quem não tem a nossa mesma sorte”, testemunhou um jovem casal de 21 e 24 anos: a viagem de lua-de-mel foi na Tanzânia, entre os orfãos da Aids, aos quais foi destinada uma quantia dos presentes de casamento.

Solidariedade – Não é um fato isolado: há 25 anos, o Movimento Famílias Novas leva adiante, no mundo, 14 mil adoções à distância. No Familyfest, o lançamento de um novo projeto de solidariedade: “Uma família, uma casa”: um teto para as famílias mais pobres, nas periferias das grandes cidades filipinas, e nas áreas destruídas pelo Tsunami no Sri Lanka e na Tailândia. Uma idéia nascida justamente das famílias mais necessitadas. As doações podem ser depositadas no Banco Intesa (Itália), na conta 888885, nominal a “Associazione Azione per Famiglie Nuove: CIN T ABI 03069 CAB 05092. Do dia 15 a 22 de abril, era possível enviar a doação do próprio celular SMS no valor de 1 euro ao número 46211 para os clientes WIND e ao número 44770 para os clientes TIM.

Mensagem de Chiara Lubich – A última palavra foi a mensagem gravada por Chiara Lubich. Tem o sabor de uma herança: “A fonte do amor verdadeiro jorra do coração de Deus. Desse modo, a família se torna fonte de socialidade, viveiro de valores fundamentais, de fraternidade universal”. Foram estes os seus votos: “sejam testemunhas, sempre e por toda parte, desse amor que constrói a paz, a fim de que se aproxime a hora na qual na terra “todos sejam um”.

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