Várias vezes, nas páginas de focolare.org dos meses passados, nós noticiamos as ações de reconstrução e desenvolvimento nesse país caribenho. Em uma recente viagem, Michele Zanzucchi, diretor de Città Nuova, encontrou-se com Wilfrid Joachim, haitiano, coordenador dos projetos do Movimento dos Focolares nesse país. Aqui estão alguns dados interessantes que a reportagem revela (cf. Città Nuova, n.12/2011).

«Wilfrid fala sobre três escolas em construção, três das sete que ele coordena com o Pacne, ou seja, “Projeto Associação contra a pobreza do Nordeste”. Uma iniciativa que ele desejou realizar com outros amigos do Movimento dos Focolares cujo objetivo é não deixar que o desenvolvimento da região dependa apenas da boa vontade dele e dos amigos, envolvendo muitos homens e mulheres».

Três princípios guiam o Pacne: crescer como cristãos; crescer intelectualmente; crescer profissionalmente. «O Haiti – Wilfrid continua – é um país que vive da ajuda proveniente do exterior, mas isso não é suficiente nem mesmo para sobreviver. Temos de ser capazes de criar trabalho. Se, no Haiti, 85 por cento da população não tem o suficiente para viver, se o analfabetismo atinge 80 por cento da população, se os jovens haitianos formados, uma vez obtido o diploma, partem para a vizinha República Dominicana para trabalhar como pedreiros e operários, é necessário mudar esse ciclo, é preciso provocar um desenvolvimento endêmico. Infelizmente, as elites políticas bloqueiam tudo: o círculo vicioso deve ser interrompido. Aqui começamos um grupo de reflexão, animado por uma forte fé».

Pacne – Gradualmente o Pacne começa a influenciar até mesmo o governo local. A carga espiritual recebida pela Palavra de Vida vivida questiona os políticos e ganha uma relevância social e política. «Nossas conquistas – explica ele – são uma forma para mostrar também aos políticos que algo pode mudar». Como, por exemplo, a escolaridade: «Há famílias com 12 crianças nas quais apenas dois vão à escola. É preciso sensibilizar os pais. Por isso, financiamos bolsas de estudo para permitir que nossos filhos estudemr em Port-au-Prince e em outras cidades do país e na República Dominicana. Já são quatorze jovens que desde crianças foram beneficiados pela adoção a distância da AFN (Associação para Famílias Novas). Agora, depois de 15 anos, começamos a colher os frutos, e o Pacne beneficia esses jovens profissionais, porque no contrato feito com eles há um acordo para dedicar 25 por cento de seu tempo ao desenvolvimento social, sanitário e cultural de Mont Organisé. O exemplo deles divulga a ideia de que um desenvolvimento é possível e acessível para toda a comunidade».

“O Centro” – um pouco distante em relação à estrada da aldeia de Savanette, encontra-se “O Centro”, colorido, harmonioso quase completo. Alojam-se famílias e indivíduos que não têm mais casa, ajuda. «Quando uma pessoa ou uma família é acolhida – no local estão vinte famílias, cerca de cinquenta pessoas –, firma-se um contrato com eles, endossado pelas autoridades locais, civis e religiosas. Alguns vieram de Port-au-Prince após o terremoto».

No total, as crianças ajudadas com as escolas são 1069, mais de 131 meninas estão concluindo a formação profissional. Agora há um projeto adicional de 12 salas com biblioteca, banheiros, um poço, uma estrada».

Wilfrid continua: «Há sempre alguém que cuida de outra pessoa: é a lógica da unidade

que não deixa ninguém sozinho». Certamente os momentos de partilha relacionados com a Palavra de Vida são os mais importantes e participados; cada vez contam centenas de pessoas: «O Evangelho é uma força espiritual, mas também uma potência de desenvolvimento humano e social».

 

Ajuda concreta – Graças à colaboração entre a AFN, AMU e JPMU, em acordo com o Pacne, após o terremoto de janeiro de 2010, teve início a construção de um centro para a acolhida de famílias que não têm mais nada. Outros projetos estão sendo realizados:

  • a construção de 20 moradias;
  • a construção de um poço de água potável;
  • o treinamento à auto-sustentabilidade para que as pessoas possam se preparar e iniciar o cultivo agrícola e pequenas atividades artesanais;
  • a criação de bolsas para a universidade;
  • a capitação de novas adoções à distância, para as crianças acolhidas no Centro.

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