Maria e John vivem há muitos anos na Itália. «Nós nos perguntamos – contaram ao dar o próprio testemunho por ocasião do aniversário de Renata Borlone – se, embora certos de sermos feitos um para o outro, poderíamos ser testemunhas de unidade na nossa família: eu americano e Maria austríaca, mergulhados na sociedade italiana».

As diversidades entre eles são muitas e parecem contrapor-se: o novo continente americano e o velho mundo da Europa; a língua: entre si não falam nem alemão nem inglês, mas uma terceira língua, o italiano. Diversidade de cultura, de família de origem, de formação profissional e intelectual, de idade (13 anos de diferença), e ainda – é John que continua a contar – «simplesmente eu sou um homem e ela é uma mulher, com caráter, exigências e sensibilidades diferentes».

«Um episódio emblemático dessa diversidade aconteceu justamente durante a lua de mel, na Sicília – ele continua -. Era tudo lindo, encantador… chegamos em Selinunte e Maria exclamou, entusiasmada: “Que lindos estes templos, falam de um passado maravilhoso”. E eu: “Para que servem estas pedras velhas e colunas meio quebradas? Seria melhor demoli-las para construir um grande edifício”. Onde seria o nosso ponto de encontro? Convencidos do projeto de amor que Deus tinha para nós intuimos que não seriam nem os templos (= história), nem os arranha-céus (= terra jovem e nova), nós nos encontraríamos na acolhida entre nós».

«E saber “acolher-se” foi o que Renata ensinou-nos com a sua vida. Ela possuia uma arte especial para escutar, para ela o outro estava absolutamente em primeiro lugar. Sentia-me totalmente acolhida, entendida, amada». É Maria que conta, narrando alguns momentos difíceis vividos no matrimônio. «Não entendia mais o meu marido. O seu modo de ser e de pensar me colocava em crise, mas nós já tinhamos quatro filhos pequenos. Uma noite eu tinha a impressão de não conseguir mais, e corri até Renata. Lancei sobre ela a minha grande dúvida: tinha errado ao casar-me com John! Como sempre ela me escutou, tomando sobre si o meu sofrimento, e depois, com uma certeza inabalável, ela me recordou que quando havia me casado eu tinha certeza que John era a pessoa certa para mim, apesar das nossas diferenças. Naquela noite eu adquiri novas forças. Sim, nós iríamos conseguir amar-nos até o fim!».

«Ainda hoje, após 40 anos de vida juntos – John conclui – experimentamos o quanto é verdadeiro que se acolhemos as nossas diversidades, no positivo, como algo que pode nos enriquecer e completar, então nasce e renasce uma nova harmonia entre nós».

Comments are disabled.