«Foi a paixão, livremente encontrada, que provou a Deus e aos homens o amor com o qual Deus nos ama, isto é, nos vivifica. Sofrendo comprovou a sua humanidade. Amando-nos comprovou a sua divindade. A partir de então, o humano se diviniza sempre que transforma o sofrimento em amor. Este milagre inaudito de um Deus que sofre, desde o nascimento em uma gruta, a uma vida errante, até a uma morte horrenda…
O caminho de Cristo, que ele nos ensina e que devemos seguir se queremos a vida da graça, é viver o Evangelho acolhendo as dores, e com estas conformar-nos a Jesus. Isto significa que amar não é uma ação de delícias. Precisar doar também quando o próprio doar-se traz amargura, isto é amar como Deus nos amou. Se alguém procura satisfações ao amar quer dizer que pensa em si mesmo, ama a si mesmo. Ama as criaturas, não por elas, e nem menos por Deus, mas por si.
O amor é dom e pertence ao sacrifício. Amor e sofrimento agem um sobre o outro. Um é a maior sensibilização para o outro. Sempre, naturalmente, trata-se de movimentos guiados pela graça divina.
Quem quer construir projetos de estabilidade para os homens, quando o humor deles se transforma da manhã à noite, quando seus próprios humores, a às vezes a visão da vida, mudam por razões de digestão ou depois de uma leitura ou de uma conversa? Em ti mesmo, nos teus nervos, na tua mutabilidade física, tens a instabilidade. Quando precisas agir talvez estás cansado, quanto precisas dormir talvez estás sem sono. E não podes apoiar-te aos teus talentos naturais, à cultura e aos afetos, porque também eles mudam, alternando-se a confiança à desconfiança, a luz à sombra, a paz à ira. E nem os homens te dão um apoio, na família talvez encontres temperamentos que não combinam com o teu, existências fechadas em si mesmas ou abertas a outros horizontes. Talvez encontres a festa quando estás triste, o desprezo pela tua fé, a incompreensão pelos teus sacrifícios, mudanças, incoerências…
E depois, saindo da família, a terra se desfaz sob os teus pés. O dinheiro pode dar o pão para que te nutras, mas não a paz para te reserenar. Entre os amigos, traição e incompreensão. Se és pobre fogem de ti, se és rico te traem. Quando precisas eles não têm nem força nem vontade para te reerguer.
Assim é a tua vida: pensar durante a noite e buscar sustento de dia, é ver o dia obscurecer a esperança sob uma noite de desilusões. E assim o tempo passa.
Encontrarás a verdade somente em Deus, só nele a estabilidade, é o único que não passa. E se existe Deus, a multidão circunstante, a fantasmagoria de paisagens e personagens que mudam não te surpreende e não te apanha, tu permaneces ancorado ao Eterno. A cena deste mundo passa, Deus permanece».
Igino Giordani, O irmão, (Città Nuova, abril 2011, III edição, Figlie della Chiesa 1954)
Che bello!
Diante de tantas contradições que a vida nos proporciona, esta reflexão de Foco colocou-me diante do essencial da vida. Obrigada por tão grande dom, que tanto me ajudou!
Maria de Fátima (Assunta)
Gracias Foco!! Me hizo comprender algo nuevo desde la profundidad de mi ser: ¨la pasión…un Dios que sufre en nosotros ¨, por lo tanto el amor al otro que quizá cuesta pero que siempre trata de estar. Sin embargo del ^amor al prójimo como a uno mismo^ lo que mas me resulta difícil es ¨el amor a uno mismo´…y con estas palabras de Foco comprendí como nunca, QUE Puedo amar a Dios en mi.
Gracias!!!!
Grazie a Igino Giordani! Oggi la sua meditazione mi ha dato nuova forza, in un momento molto difficile della mia vita. Mi ha aiutato ad ancorarmi di più in Dio, come lui dice! E’ un cammino nella Settimana Santa per poi arrivare alla Pasqua, alla Risurrezione!
Monica
Foco é sempre FOGO! Obrigada por esta reflexão tão profundamente atual.