“Mas Deus, rico em misericórdia, pelo imenso amor com que nos amou, quando ainda estávamos mortos por causa dos nossos pecados, deu-nos a vida com Cristo” (Ef 2,4-5).
“O comentário desta frase ressalta duas características do amor de Deus para conosco. A primeira é que Deus tomou a iniciativa e nos amou quando estávamos bem longe de merecer este amor, “mortos por causa dos pecados”. A segunda é que Deus, com o seu amor, não se limitou a perdoar nossos pecados mas, amando-nos de maneira ilimitada, chegou ao ponto de fazer-nos participar da sua própria vida: “deu-nos a vida com Cristo”.
Estas palavras e considerações me fazem lembrar do início do Movimento, quando Deus acendeu nos nossos corações a centelha do nosso grande Ideal. À luz desta esplêndida Palavra de Vida, chego à conclusão de que aquela centelha, aquele “fogo” era a própria participação no Amor, que é Deus.
Será que nós, naquele tempo, na desolação da guerra e do deserto que nos circundava, encontraríamos mais alguém que tomasse a iniciativa de nos amar?
Não éramos nós mesmas que, por uma dádiva particular de Deus, acendíamos a chama do amor em muitos corações, desejando que ela se alastrasse em todos os outros? Será que considerávamos se os próximos eram dignos do nosso amor, para poder amá-los? Ou nos atraíam os mais pobres, nos quais descobríamos mais facilmente a fisionomia de Cristo, ou os pecadores, que mais necessitavam da sua misericórdia?
Sim, por um milagre divino – aqueles milagres que acontecem todas as vezes que surge nesta terra um carisma do Espírito Santo – também o nosso pequeno coração podia afirmar que era “rico em misericórdia”.
E como se sabe, para nós, amar o próximo não significava simplesmente levá-lo à conversão. Significava envolvê-lo na nossa revolução de amor, no nosso Ideal. Todos eram candidatos à unidade e podiam participar – e participavam de fato – daquela divina vida dinâmica que Deus havia desencadeado num determinado ponto da sua Igreja. Naquela época era assim. Assim deve ser também agora.
É verdade que os tempos mudaram, mas não é difícil admitir que, se naqueles dias, já tão distantes, o mundo parecia um deserto, pela destruição da guerra, não é menos deserto agora, mesmo que por outros motivos.
Muitos fatores determinaram um nivelamento da nossa sociedade moderna, levando-nos a viver num equívoco muito perigoso.
Em outros tempos a sociedade era fundamentalmente cristã e era possível distinguir, nitidamente, o bem do mal. Hoje é diferente. Em nome de uma liberdade, que não é a liberdade verdadeira, bons e maus, cumpridores e não cumpridores da lei de Deus são colocados num mesmo plano. É um novo deserto, um deserto em que não foram bombardeadas as igrejas, as casas, os edifícios, mas sim as leis morais e, consequentemente, as consciências.
O que devemos fazer então? Será que estamos desarmados para levar adiante a nossa batalha, que visa levar o amor e o perdão de Cristo aos homens, já que eles não se importam mais com o pecado?
Não, não estamos desarmados! Para nós, este mundo profanado é o mundo de Jesus abandonado, no qual o sagrado e o divino estão completamente encobertos.
Ele, Jesus abandonado, Deus que se sente abandonado por Deus, reflete toda e qualquer situação negativa.
É em nome de Jesus abandonado e por amor a Jesus abandonado que encontraremos a força para amar tudo aquilo que, hoje, nos parece impossível amarmos.
Com a chama acesa no nosso coração, e sempre tomando a iniciativa, como Deus fez, nos aproximaremos de todos aqueles que encontrarmos. E Deus em nós despertará e iluminará as consciências, suscitará arrependimento, acenderá novamente a esperança e inflamará de entusiasmo a ponto de fazer surgir em muitos – de mortos que eram – o desejo de reviver com Cristo, de viver Cristo.
Portanto, três propósitos: manter aceso o “fogo” em nosso coração, tomar a inciativa, isto é, ser os primeiros a amar, amar de modo ilimitado, sem medidas, de maneira que todos sejam levados a viver o nosso Ideal, que é viver Cristo.
Somente assim estaremos vivendo como a Escritura nos pede neste mês”.[…]
(Chiara Lubich Rocca di Papa, em 3 de janeiro de 1985)
(Em Companheiro de viagem, Cidade Nova, São Paulo 1988, págs. 58-60.)
Fonte: Centro Chiara Lubich
Grazie di cuore Chiara per questa tua splendida riflessione ancora attuale anche se sono passati trent’anni.
Nicola molti anni fa lo incontrai ad una cena e mi parlò di Chiara e del movimento! Comprai subito un libro e cominciai con grande fervore a frequentare assiduamente gli incontri vicini,Alezio,Lecce… Chiesi e mi fecero partecipare al Convegno di Castelgandolfo! Volevo amare per primo come Gesù e come proponeva Chiara. Ins. di educ art. il soggetto che mi incanta fin da piccolo sono i volti. Lì a Castelgandolfo,mentre si faceva la fila per il pranzo,a chi gradiva,il ritratto era subito pronto.