Também alguns monges budistas que frequentam o focolare a conheciam bem. Benedetta era uma mulher de quem todos se aproximavam e a conheciam sem temor, era de uma grande delicadeza! Sabia acolher as pessoas, podia-se procurá-la a qualquer momento. Um problema pequeno ou grande, uma necessidade urgente, algo de bonito a ser partilhado: ela não se escandalizava com nada, conhecia bem o íntimo de homens e mulheres e sabia amá-los. Certa vez um bispo, referindo-se a ela, disse que era “uma religiosa de ouro e de prata”, pela quantidade de dinheiro que ela sabia encontrar para os pobres.
Ao viajar para o extremo norte da Tailândia era uma obrigação visitá-la e “bater um papo”, como Irmã Benedetta mesma dizia. Alegrava-se com todas as notícias da sua “grande família”, como sempre chamava o Movimento dos Focolares, e transmitia a vida dessa família a muitas outras pessoas. E acontecia depois que, nas Mariápolis, encontrávamos pessoas a quem ela havia falado do espírito da unidade, ou, alguém que passava no focolare para conhecer-nos, depois de conversar com “Sister Bene”.
Enfim, Benedetta era uma verdadeira “mãe espiritual” que doou muita vida sobrenatural a inúmeras pessoas, muitas delas presentes no seu funeral. Inclusive bispos, sacerdotes e uma multidão do “povo de Deus” que preencheu, de maneira inacreditável, a igrejinha de Wien Pa Pao, e o convento adjacente, onde ela morava.
Benedetta Carnovali, “Sister Bene”, nasceu em 1925, foi uma fortaleza para o Movimento: muitos dos membros que hoje compõe a comunidade na Tailândia conheceram o carisma pela sua maneira de conviver com as pessoas, inclusive budistas. “Uma verdadeira religiosa e uma verdadeira focolarina”, como foi definida por alguém: uma religiosa “fora do comum”, sempre em movimento para levar alguma coisa a alguém necessitado e, ao mesmo tempo, “sedentária”, firme no ato de dedicar amor pessoal a quem encontrava. Uma amiga, que telefonava para cumprimentar pelo dia do onosmático, mesmo se, a cada ano a sua voz tornava-se mais fraca, ao contrário da sua força interior. Ao aproximar-se dela nunca se tinha a impressão de incomodá-la: parecia que esperasse somente aquela pessoa, como se não tivesse mais nada para fazer. E ela tinha sempre muito a fazer, basta pensar, por exemplo, nos inúmeros casos de “adoção à distância” que ela levava adiante pessoalmente, até os últimos dias da sua vida.
“Sister Bene” conheceu a espiritualidade da unidade por meio de um religioso, em 1963, e desde aquele ano deu a sua vida para que muitas pessoas conhecessem e começassem a viver neste caminho de unidade – em Mianmar, onde vivia naquele tempo, e em seguida na Tailândia, quando todos os religiosos foram expulsos pelo regime. Quando se transferiu para a Tailândia, continuou a aprofundou a amizade com os focolares. Quando tinha a rara possibilidade de passar alguns dias conosco, ela se nutria avidamente das palavras de Chiara.
Como todos os que realmente seguem Deus, Irmã Benedetta encontrou também a sua noite, “a tempestade” no seguimento de Jesus, e a viveu como verdadeira discípula Dele, com uma caridade heroica. Profundamente unida a Vale Ronchetti, uma das primeiras focolarinas, prosseguiu na sua caminhada, em meio a muitas incompreensões.
“Como é possível que uma Irmã faça parte de um movimento leigo?”, ouviu muitas vezes esta interrogação, e outras pequenas ou grandes “perseguições” humanamente absurdas. E, mesmo assim, certamente e misteriosamente, Deus se serviu dessas “perseguições” para tornar Irmã Benedetta sempre mais Irmã, consagrada, sempre mais “filha espiritual de Chiara” (ela dizia isso repetidas vezes) e uma apóstola da unidade, apóstola sem par no sudeste asiático, considerando os frutos que nasceram da sua vida.
Ela nos deixa um legado de caridade, de doçura, de ternura e de grande força, de amor e de serviço aos homens: às pessoas da tribo Akha, por exemplo. Deixa-nos aquele sorriso típico de quem experimenta que é possível transformar a dor em amor e faz disso o motivo da própria vida.
Irmã Benedetta “voou” para o céu, com a idade de 90 anos, depois de ter ouvido uma canção que ela tanto amava: “Obrigado”. Faleceu consumada, mas, serena, como sempre viveu, na paz e com a certeza de que “aqueles braços” que a acolheram desde criança – quando perdera o pai e a mãe – e a conduziram também na sua vida de consagrada, agora a estavam esperando para o último abraço e o último trajeto da viagem: o mais importante.
Uma mulher maravilhosa, que dá o testemunho de que também hoje podemos nos tornar santos.
Luigi Butori
Amazing history! thank you for sharing this light with us all…
As a Buddhist monk in the picture, I still remember and admire sister Benedetta for her strength of character and her faith. I will continue to be inspired by the love and kindness she behave, actions she took and the things she said while we meet. She will always live in my memories.
Asia will be forever grateful to you Sr. Bene! Thank you Luigi for giving voice to us Asians!
She is the one who made me know the ideal. Her smile always be in my heart.
Her life is beautiful 🙂
Grazie a tutta la Redazione per aver pubblicato oggi, giorno di S, Chiara, giorno dell’amore eroico, quest’articolo su Suor Benedetta; lei, che con la sua vita ha vissuto fino alla fine l’eroicità’ dell’amore scambievole.
Buona festa di S, Chiara a voi: a tutti
Luigi Butori
Grazie, di cuore per questo articolo su Suor Benedetta! Ho conosciuto da vicino la sua vita di donazione totale a Dio come religiosa e la sua vita di santità con abbondanti frutti nella spiritualità dell’unità, mentre ero in focolare nelle Filippine, dagli anni ’60 a ’74. Adesso in Paradiso, coltiverà ancora meglio la sua amata Asia e tutti noi.
Che bella persona!!! Proprio edificante.
Grazie di avercela fatta conoscere.
1+++
Che bella persona – che bella prova che nella Chiesa ci sono veri protagonisti della rivoluzione d’amore. L’articolo la rende vicina al di là delle distanze.