20150926-03Desde quinta-feira os cartazes “Bem-vindo Santo Padre” apareceram em toda parte. O taxista vê o Papa na televisão e não fica indiferente: “A senhora vai ver o Papa amanhã? Parabéns!”.

“O Papa atrai porque é autêntico”, diz um senhor, que não é católico, no metrô. Tem razão, Francisco não precisa chamar atenção ou ganhar simpatias. E assim deu uma aula na Assembleia Geral das Nações Unidas. Do desenvolvimento sustentável e a mudança do clima, aos refugiados: “Não podemos nos assustar com os números… devemos olhar os seus rostos e escutar suas histórias”, disse em Washington. E na ONU: “Cada homem deve ter acesso efetivo aos bens materiais e espirituais indispensáveis: moradia própria, trabalho digno e devidamente remunerado, alimentação adequada, água potável e liberdade religiosa”.

Critica novamente e fortemente o narcotráfico, a exploração sexual das pessoas e o tráfico de armas, como já havia feito claramente no Congresso Americano: colocar de lado as divisões e as lutas entre partidos e ajudar os pobres.

Preocupa-se com a sacralidade de cada ser humano, e no final de seu longo discurso as ovações não tem fim. O Papa se retira cumprimentando o povo de seu carro Fiat, que parece mesmo bem pequeno no meio das grandes limusines.

No Ground Zero, 500 representantes de diversas religiões o esperavam para rezarem juntos pela paz. 20150926-a“Foi muito significativo pela diversidade desse país”, afirmou Sue Kopp, focolarina de Nova Iorque, que participou da cerimônia. “Parecia-me que esse lugar sagrado, marcado por um sofrimento tão grande, se tinha transformado num lugar de esperança, onde o sonho de uma civilização do amor tornava-se realidade”.

“O Papa – acrescenta Joe Klock, da New Humanity (ONG internacional credenciada junto à ONU) – salientou a importância de construir a unidade na diversidade, onde a paz e o amor verdadeiro reinam entre as nações e os corações de todos. Isso nos mostra quanto é necessária a espiritualidade da unidade, que é feita mesmo para o nosso país!”.
Em Nova Iorque o Papa visitou algumas obras sociais, entre as quais uma escola modelo, em Harlem. E depois, o Central Park. Foram 80 mil os felizardos que conseguiram ingressos, esperando durante horas apenas para poder vê-lo. A missa foi celebrada no Madison Square Garden, onde normalmente são as estrelas do basquete e da música que conseguem lotação completa. As pessoas esperaram horas para poder entrar no auditório, mas ninguém se lamentou. E depois, a grande surpresa: o Papa Francisco chegou 20 minutos antes do previsto!
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O altar, a cátedra e o ambão foram feitos por simples artesãos. E pareceu ao cardeal Timothy Dolan que o Papa os apreciou mais do que peças preciosas feitas por um designer. Aqui Francisco torna-se o pastor dessa enorme cidade, referindo-se à leitura do livro de Isaias, 9,1: “O povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz”. Fala das dificuldades das cidades multiculturais, onde não se vê a luz em meio à tanta fumaça. “Mas Jesus caminha hoje nas nossas ruas”, continua, e convida todos a saírem ao encontro dos outros, com um coração de “pai misericordioso que espera que seus filhos e suas filhas retornem para casa”.

A Igreja está viva na cidade, reafirmou o Papa, e assim os cristãos devem ser testemunhas da luz da Boa Nova. O aplauso não tinha fim.

Como em todos os países, também nos Estados Unidos, o Papa tocou o coração de cada um.

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