fontem12Memória, agradecimento, responsabilidade. São três as palavras chave, em Fontem (República dos Camarões), da sucessão de eventos comemorativos pelos 50 anos da chegada de alguns focolarinos médicos na floresta camaronesa, para dar início a uma obra em estreita sintonia com os Bangwa, os habitantes do local.

No discurso de saudação das autoridades civis e tradicionais e do copresidente dos Focolares, Jesús Morán, de acordo com a própria competência, é lembrada a importância deste início, graças ao qual a região viu, com o passar dos anos, um impensável e notável desenvolvimento sob todos os pontos de vista. É também reafirmada a validade do método com que os focolarinos se puseram em diálogo com a população de religião tradicional. Esta típica abordagem dos Focolares deu vida, aqui e no mundo, a muitas experiências positivas de diálogo inter-religioso, como lembrou, no seu discurso, Rita Mussallem, do Centro para o diálogo inter-religioso dos Focolares. Coração deste primeiro dia foi o discurso de D. Nkea Andrew, bispo de Mamfe, o qual, através da sua experiência pessoal de Bangwa, confirmou a preciosidade desse diálogo e a sua plena conformidade com o Evangelho. Um jovem sacerdote austríaco, presente ao evento, comentou: «Causa impressão a harmonia com que os valores da cultura africana e os valores cristãos se compõem».

No segundo dia, dedicado aos testemunhos, um médico e um enfermeiro, entre os primeiros que chegaram, salientaram como a estreita colaboração com as pessoas do local serve de luz para dar aos doentes um tratamento que leve em consideração as exigências do corpo e do espírito. Como nascem novas amizades duradouras e resultados de curas. Tocantes também os testemunhos de acompanhamento na fase final da vida. Em seguida, os testemunhos de alguns ex-alunos do Colégio: um comissário de Polícia, um jovem sacerdote, uma enfermeira. As suas histórias evidenciam como, paralelamente ao excelente saber científico, tenha sido dada a eles a possibilidade de descobrir aqueles valores humanos e espirituais que agora os tornam pessoas felizes e apreciadas na sociedade e na Igreja. Como sinal profético de uma nova economia, são apresentados os primeiros passos da Economia de Comunhão na República dos Camarões: projeto que dentro em breve será lançado numa conferência internacional.

O 3º dia é dedicado ao agradecimento. Alguns discursos significativos recordam todos os que, entre os primeiros, deram a vida por Fontem, como o engenheiro Piero Pasolini, o Dr. Lúcio dal Soglio, etc., os quais, visto que consideravam o outro igual a si, basearam a sua obra na reciprocidade e não no assistencialismo. Seguem-se as danças tradicionais dos cinco territórios (Fondoms) que compõem a Divisão de Lebialem e que dão cor e vida à festa. Depois, a todas as mais de 2500 pessoas  os presentes, é servido o almoço, fruto do amor de muitas mães que trabalharam incansavelmente nos dias e na noite precedentes. No final da tarde, um alegre e comovente musical com cantos e prosas apresentados por crianças e estudantes, que conta a história de Fontem.

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No 4º dia celebra-se a presença, em Fontem, do Colégio “Nossa Senhora, Sede da Sabedoria”. Aos numerosos ex-alunos, vindos do exterior, que formam uma associação espalhada em muitos países, o bispo de Mamfe lança a exortação de se conscientizarem dos dons que receberam e que agora os capacitam a tornarem-se embaixadores da unidade onde quer que estejam. Charles Tasong, um dos primeiros Bangwa a conhecer os Focolares, diz: «Durante o “Cry-die” (comemoração de Lucio dal Soglio, d. Lino D’Armi e Doris Ronacher, recentemente falecidos, que dedicaram todas as suas energias em Fontem) vi que não havia mais o Movimento dos Focolares e os Bangwa; não mais brancos de um lado, negros do outro, mas uma só família. A mesma coisa durante a Missa em Menji: não a paróquia e o Movimento, mas uma só família. Quero aceitar o desafio de levar em frente, com a minha vida, a forte realidade de unidade vivida nestes dias aqui em Fontem».

Biagio Sparapano

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