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«Fugit irreparabile», inicia assim uma dissertação de 1989, de Chiara Luce Badano, a jovem que será beatificada em setembro. Já doente de câncer e constrangida a enfrentar tratamentos dolorosos, decidiu continuar os estudos. Por isso foi acompanhada por um professor de letras que, de vez em quando, ia à sua casa.

O tema da dissertação concentra-se no valor do tempo. Chiara Luce parte desta epígrafe em latim, escrita num relógio solar, diante da Igreja da Santíssima Trindade, em Sassello, onde ainda encontra-se um altar dedicado a ela.

« “FUGIT IRREPARABILE TEMPUS”. Esta inscrição latina, no muro da antiga casa, ao lado de um relógio solar, nos lembra, sempre que levantamos o olhar, que cada dia nosso foge velozmente. Assim, com breves palavras, a sabedoria dos nossos pais nos leva a parar um instante e refletir sobre o sentido da nossa vida, que com frequência corre na superficialidade, porque sufocada por uma tediosa rotina cotidiana ou por correrias frenéticas, às quais o viver moderno às vezes nos constrange.
Refletindo percebemos que muitas vezes o homem não vive a sua vida, porque mergulhado em tempos que não existem: ou na recordação ou no remorso…

Na realidade o único tempo que o homem possui é o momento presente, que deve ser vivido interiormente e desfrutado plenamente. Vivendo assim o homem sente-se livre, porque deixa de estar esmagado pela angústia do seu passado ou pelas preocupações pelo seu futuro. Certamente conseguir alcançar esta meta não é, de fato, simples e exige esforço constante… dar um sentido a cada ação nossa, grande ou pequena que seja, em favor dos outros.
Pensando bem cada homem trabalha já pelos outros: também o operário ajustando um parafuso ou o agricultor semeando o campo; mas frequentemente perde o significado mais verdadeiro e importante do trabalho.

Seria necessário, talvez, dar uma intenção nova aos nossos gestos e certamente nos sentiríamos mais realizados, e tomaríamos consciência do valor da nossa vida, dom precioso que não pode e não deve ser desperdiçado nem queimado em egoísmos estéreis e inúteis ambições».

(retirado de “A clara luz de Chiara Luce”, de Michele Zanzucchi, Ed. Cidade Nova, 2005.  Em duas semanas a segunda dissertação de Chiara Luce, sobre a liberdade)
 

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