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É o ano de 1989. Há poucos dias tinham ocorrido os confrontos na Praça de Tiennamen. Alguns acontecimentos preanunciavam a queda do muro de Berlim, não por último o êxodo dos alemães do leste, iniciado no dia 11 de setembro. Enquanto isso, na África do Sul, o Apartheid era combatido silenciosamente, graças à ascensão do novo presidente De Klerk.
Chiara Badano já estava doente, mas continuava a estudar, não obstante as limitações físicas. O professor solicitou, a este propósito, uma dissertação sobre a liberdade, na qual a jovem exprimiu uma profunda sensibilidade. 

«Os jornais, a televisão, os mass-media em geral, nos falam muito da liberdade, temos um doloroso exemplo disso nos fatos ocorridos recentemente na Praça de Tiennamen. A fotografia daquele jovem imóvel diante de um tanque é o emblema da busca, frequentemente desesperada e heróica, que impulsiona os jovens de hoje a lutar, até a custo da vida.

Folheando os jornais destes dias ou ligando a televisão, somos tocados por aquele rio humano de prófugos que deixam os países do leste, alheios a qualquer perigo, correndo rumo à liberdade; e imediatamente o pensamento vai à luta silenciosa e tenaz do povo da África do Sul.
Liberdade como igualdade e, portanto, desaparecimento de qualquer forma de racismo; liberdade de autodeterminação dos povos, liberdade de expressão, de pensamento, de religião, liberdade da necessidade, entendida como disponibilidade dos meios de sobrevivência, refiro-me àquela parte de população que ainda está morrendo de fome, à qual é negada a principal liberdade: a de viver. 

A busca da liberdade e a luta para conquistá-la é uma constante na história do percurso dos homens. Caminho ainda não terminado, meta a ser ainda alcançada, embora muitas barreiras já tenham caído. Nós ocidentais, herdeiros das ideias da revolução americana, da francesa, formados sobre alicerces ditados pelo cristianismo, nós que vivemos em estados democráticos, talvez pensemos ter alcançado a liberdade. Mas será verdade?

Embora tendendo constantemente a este bem comum, ao procurar liberar-se de algumas proibições o homem torna-se escravo de si mesmo, através do consumismo, do bem-estar, da busca desesperada de poder».

(retirado de “A clara luz de Chiara Luce”, de Michele Zanzucchi, Ed. Cidade Nova, 2005)
 

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