Movimento dos Focolares
Bartolomeu I: a maior alegria

Bartolomeu I: a maior alegria

© CSC Audiovisivi, 25.10.2015

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«Estou muito feliz por estar aqui na mariápolis permanente de Loppiano. O motivo é que fui nomeado doutor honoris causa e vim para a cerimônia. Ao mesmo tempo é uma ótima coincidência: a mariápolis de Loppiano celebra 50 anos da sua fundação por parte de Chiara Lubich, de venerável memória. E eu como amigo do Movimento dos Focolares participo da alegria deste aniversário. É normal e natural que me sinta feliz e comovido por receber o primeiro doutorado honoris causa que o Instituto universitário Sophia quis conferir a alguém. Sou o primeiro e sinto-me feliz! Mas a minha maior alegria e a minha felicidade mais profunda, mais do que pelo doutorado é pela mensagem que o Papa Francisco, meu irmão muito amado, enviou-me. Com esta mensagem, mais uma vez, o Papa quis-me honrar. A sua eminente pessoa quis exprimir também nesta ocasião a determinação de trabalhar juntos e sempre mais pela unidade das nossas igrejas irmãs.
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© CSC Audiovisivi

Por parte do Patriarcado ecumênico, sinto-me feliz por poder assegurar a Sua Santidade, e a vocês que me escutam, a mesma determinação da nossa Igreja de Constantinopla pelo progresso do diálogo ecumênico em geral, mas particularmente entre a igreja ortodoxa e a igreja católica. Porque nós somos Igrejas irmãs, temos muitas coisas em comum, somos mais próximos do que com outras igrejas e denominações cristãs e por isso devemos ir em frente. Foi esta a mensagem que o Papa deu-nos vindo a Constantinopla no ano passado para a nossa festa patronal. Foi este o desejo comum que expressamos em Jerusalém em maio de 2014, quando encontramo-nos na Terra Santa para celebrar e sublinhar o 50° aniversário do encontro histórico dos nossos predecessores. Já no início do seu Pontificado, quando tive a alegria de estar presente no dia da sua posse e tivemos meia hora de encontro privado, afirmamos reciprocamente que devemos trabalhar e rezar intensamente pela unidade das nossas igrejas, pela recomposição da unidade do corpo de Cristo que é a Igreja. Neste momento vejo a sua determinação, renovada por meio da sua mensagem e sinto-me feliz! Voltarei para Istanbul mais forte, mais seguro de que em Roma tenho um irmão que deseja muito trabalhar conosco e rezar para que se acelere unidade das nossas Igrejas». Aproximamo-nos dos 50 anos do primeiro encontro entre o Patriarca Atenágoras e Chiara Lubich em Istanbul. Foi no dia 13 de junho de 1967… «Um dos ideais do Movimento dos Focolares é a unidade da Igreja. Chiara e os seus colaboradores trabalharam muito por isso. Ela visitou 23 vezes Atenágoras em Constantinopla. Depois encontrou-se com Demétrio e também comigo. Em 2008, visitei Chiara quando estava no hospital Gemelli poucos dias antes da sua morte. Tenho certeza de que esta noite Chiara está aqui conosco, sem dúvida ela está conosco, com a sua presença espiritual e com a sua oração. Alegra-se conosco e reza pela unidade das nossas Igrejas. Daqui a um mês, receberei em Constantinopla os bispos amigos do Movimento. Teremos uma reunião em Halki na escola de teologia e poderemos recordar Chiara todos juntos e rezar pelo descanso da sua alma, e poderemos ainda exprimir as nossas experiências e o nosso desejo de trabalhar pela unidade das Igrejas. Nós, igreja de Constantinopla, estamos felizes, estamos prontos para recebê-los, para partilhar as nossas experiências e dar-nos o beijo da paz entre o Oriente e o Ocidente».  

Bartolomeu I, mestre em Cultura da Unidade

Bartolomeu I, mestre em Cultura da Unidade

2151027-02Bartolomeu I revê os relacionamentos entre as duas Igrejas “irmãs”, na sua lectio magistralis após a outorga do título de doutor em Cultura da Unidade por parte do Instituto Universitário Sophia, em 26 de outubro. Relacionamentos marcados há séculos por incompreensões e há tempo iniciados no caminho para a unidade, com a eliminação das excomunhões recíprocas e os passos liderados por figuras proeminentes como Paulo VI e Atenágoras I, de quem Bartolomeu recolhe hoje a herança. Junto com o Papa Francisco, que recentemente evocou o valor da “sinodalidade” como elemento chave para conduzir a Igreja de Cristo, são várias as ocasiões em que se manifesta a sintonia espiritual que existe entre eles. Na sua mensagem, lida pelo card. Betori, o Papa Francisco se dirige “ao amado irmão Bartolomeu” para evidenciar o “caminho comum das nossas Igrejas rumo à plena e visível unidade, o qual – escreve – percorremos com dedicação e perseverança”. Uma mensagem que toca profundamente o coração do Patriarca, que se diz “felicíssimo”, confidenciando que “retorna a Istambul mais forte, mais seguro”, pelo fato de ter em Roma “um irmão que deseja trabalhar conosco e rezar para acelerar a unidade das nossas igrejas”, e responde ao Papa Francisco enviando o “Beijo da Paz” e invocando para ele a oração ad multos annos. 2151027-01Respira-se a história, aquela que presenciou “a falta de reconhecimento do outro como cristão”, até chegar aos “protagonistas da nova primavera da Igreja: aqueles que farão da unidade o centro de suas ações pastorais para o bem de todos”, com o único desejo de “fazer com que os caminhos de Deus avancem”; e se respira o futuro, aquele no qual seja a Igreja que as instituições entenderão que “as diversidades são dádiva e não contraposição, riqueza e não desequilíbrio, vida e não morte”, como o Patriarca afirmou no seu discurso. Estamos na cidadezinha de testemunho do Movimento dos Focolares em Loppiano, onde se encontra a sede do Instituto Universitário Sophia, que inaugura o seu 8° ano acadêmico com a solene cerimônia. Para o excepcional evento – a presença de Sua Santidade Bartolomeu I – estão presentes, além de milhares de pessoas, várias delegações da Igreja ortodoxa, representantes da Igreja católica, autoridades civis, professores de várias universidades geminadas com Sophia, uma comunidade muçulmana e se registram mais de 4 mil acessos na transmissão via internet. 2151027-03No reconhecimento atribuído ao Patriarca de Constantinopla, se expressa a gratidão “pela elaboração paciente, corajosa e atuante de uma Cultura da Unidade”, que viu nele um “protagonista amado e ouvido no cenário internacional, no diálogo em vista da plena unidade entre as Igrejas, no encontro entre diversas tradições e experiências religiosas, na cooperação entre mulheres e homens de todas as convicções que percorrem as sendas da fraternidade”, assim se expressa o prof. Piero Coda, Reitor do Instituto. Numa entrevista à parte – explicando a cultura da unidade – também afirma que não se trata de uma utopia, mas de uma “inspiração, por meio da qual Chiara Lubich compreendeu que o carisma da unidade, que Deus lhe havia doado, também poderia se tornar expressão cultural: são sempre necessárias mediações, paradigmas, como diz o papa Francisco, uma revolução cultural, para saber dirigir a existência para novas fronteiras, o Instituto Universitário Sophia surgiu para realizar isso”. Maria Voce, presidente dos Focolares, em nome de todo o Movimento, expressa ao Patriarca a alegria e a honra em acolhê-lo na cidadezinha de Loppiano, evidenciando o papel de liderança que os Focolares lhe atribui como personalidade espiritual e intelectual e o valor do seu testemunho e dos seus “apelos em favor da justiça e da proteção do ambiente como casa comum dos povos”. “O diálogo é a nossa prioridade comum”, continua Maria Voce, com o desejo de “prosseguir o caminho em plena harmonia de ideais e testemunho de vida”. Uma próxima etapa, lembrada pelo Patriarca Bartolomeu I numa entrevista conclusiva da cerimônia, se realizará em novembro, em Istambul, onde se reunirão bipos de várias igrejas amigos dos Focolares: “Teremos ali a ocasião –   afirma – de manifestar a nossa vontade de trabalhar pela unidade das nossas Igrejas. Nós somos felizes, estamos prontos para acolher e retribuir o beijo da paz entre Oriente e Ocidente”. Unidade na diversidade foi uma das “ novas palavras” pronunciadas e que o reitor Piero Coda ressaltou novamente com força: “O Evangelho não é uniformidade, mas valorização das diferenças. Elas são unidade justamente na medida em que, jorrando da única fonte, se colocam em relação entre si, ou seja, sabem descobrir reciprocamente os dons que cada um oferece. Por isso a diversidade, vivida como relação, como fraternidade e comunhão, é a flor da unidade”. “Com a aceitação das diversidades – conclui o Patriarca – através do diálogo do amor, através do mútuo respeito, através da acolhida do Outro e da nossa disponibilidade para acolher e para ser acolhidos poderíamos nos tornar para o mundo, ícones de Cristo e como ele, na unidade, ser também diversidade”.  Reveja o streaming ao vivo Comunicado Mensagem do Papa Francisco,

Na conclusão do Sínodo sobre a família

Na conclusão do Sínodo sobre a família

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Papa Francisco com os auditores leigos no Sínodo

Uma experiência de Igreja muito importante, uma oportunidade única na vida, que conservaremos sempre no coração. Sintetizam com essas palavras a própria experiência: María Angélica e Luis, de Bogotá, ela dentista, ele, diretor do Departamento de Ética da Universidade Grã Colômbia. Têm dois filhos com 18 e 20 anos, e participaram, de 4 a 25 de outubro, do Sínodo ordinário sobre a família, “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Eles trabalham, há mais de 20 anos, para as famílias que participam do Movimento dos Focolares, acompanhando-as tanto no período de preparação ao matrimônio quanto nos anos sucessivos, quando as crises, sempre na emboscada, ameaçam ruir o sacramento e o amor. Vocês participaram ativamente dos trabalhos nos círculos menores: quais momentos lhes pareceram importantes para oferecer uma contribuição à trajetória do Sínodo? “A experiência dos círculos menores foi muito rica. Tivemos a oportunidade de apresentar a nossa vivência e a de outras famílias e de comunicar que, como família, nós queremos viver a dinâmica do amor que se vive na Trindade, na qual cada uma das três Divinas Pessoas é Amor para as outras. Esta foi uma das nossas contribuições. E, mesmo afirmando a importância da Eucaristia, nós evidenciamos a necessidade da presença de Jesus entre os cônjuges, presença que resulta do amor recíproco. E, portanto, falamos também que muitas vezes pedimos perdão um ao outro, quando entre nós não havia mais a plena unidade. Outra contribuição foi em relação aos divorciados em segunda união. É importante dedicar amor particular a cada uma dessas famílias. E, na medida em que, cresce a experiência de fé também deles – acompanhando-os para que possam experimentar que Jesus está também presente no outro, na Palavra do Evangelho que se vive, na comunidade que vive o amor recíproco – cresce a experiência de vida e a proximidade a Jesus. Compreendemos que um ponto importante a propor é o amor a Jesus crucificado e abandonado, porque ele assumiu todos os sofrimentos da humanidade. Nele encontramos quem foi traído, humilhado, quem se sente só, abandonado, quem se sente em culpa, quem não encontra resposta às próprias perguntas. Nele somos todos acolhidos porque ele viveu tudo isto, e, nele podemos viver esta única comunhão porque estamos todos incluídos na aceitação de Jesus. A nossa proposta foi: não existe diferença entre a família que não sofreu o fracasso e a que o sofreu, porque em Jesus crucificado nos sentimos, todos, acolhidos. Nós contamos as experiências de muitas famílias, também do Movimento, que viveram e disseram “sim”, mesmo no sofrimento de não poder receber a Eucaristia, mas, conscientes de que também eles são chamados à santidade. E, portanto, que não são excluídos deste chamado. Como certa vez o Papa Bento disse, que o oferecimento e o sacrifício que eles fazem, evidenciam a beleza da indissolubilidade do matrimônio, isto é, eles são artífices também desta realidade (a indissolubilidade) e, portanto, dão uma enorme contribuição quando amadurecem neste “sim”. Trata-se, em certos casos, de compreender o significado mais profundo do sacramento. Para muitas pessoas desta época o sacramento do matrimônio não tem um grande significado, também porque não foi oferecida uma formação adequada ao casal, tanto da parte das paróquias quanto dos Movimentos. E, ao contrário, é um componente da caminhada que todo ser humano deve fazer: descobrir-se como ser humano e descobrir a transcendência dentro de si. É necessário descobrir como este sacramento pode ajudar a formar uma família e porque, por meio da família, somos responsáveis dos filhos. Nós gostamos muito de dizer ‘Como na família, assim também na sociedade’. Ou seja, a sociedade é o resultado do que é a família.” FamigliaRojas_PapaFrancesco - CopyUm dia vocês nos contaram que, ao concluir os trabalhos em um círculo menor, sentiram o desejo de que os bispos entendessem o profundo amor que vocês têm pela Igreja… “O relacionamento e o diálogo com os bispos, durante essas semanas, tornou-se sempre mais próximo, ao nos conhecermos, escutar-nos, também no sentido de procurar ser ‘mãe’ para eles, por exemplo, quando tinham tosse ou resfriado… Tínhamos o desejo que experimentassem isto: também nós, famílias, amamos a Igreja na mesma medida deles, sofremos pela Igreja como eles sofrem, também nós damos a vida pela Igreja. Estamos no mesmo caminho. Chiara Lubich nos dizia que, neste grande mosaico, cada um é uma peça, mas, tem o seu valor para edificar esta realidade única que é a Igreja. Foi muito importante poder dizer isto e, também, vivenciá-lo.” Em um dos últimos círculos menores houve um texto de vocês que foi integrado no documento final daquele círculo… Sim, no último círculo menor o relator solicitou que falássemos também sobre a nossa experiência de família. E, desta forma, a proposta final tornou-se mais elaborada contendo também o que cada um havia dito. Não se notava diferença entre o que foi proposto por uma família e o que foi proposto por um padre sinodal: era a proposta de todos, votada na unanimidade.” Na conclusão do Sínodo, que desejo vocês gostariam expressar? “Muitos desejos! Um deles: esperar que, aos poucos, todas as famílias possam descobrir a riqueza que cada uma contém em si, em qualquer situação que se encontre ‘regular” ou ‘irregular’; se vive, realmente, sendo uma família, para contribuir no crescimento da inteira sociedade: um crescimento de humanidade.”

Construindo a paz!

Construindo a paz!

20151029-01«Nós também quisemos fazer alguma coisa pelas famílias necessitadas da nossa cidade. E descobrimos que aqui em Teramo a Caritas tem um empório onde recolhem produtos de primeira necessidade para quem precisa. Deste modo, junto com os nossos pais, fomos visitar este empório. Ficamos muito contentes quando descobrimos que existem padarias na cidade que doam, não só o pão que sobra, mas também o pão fresco do dia. Então, decidimos levar ovos, marmelada, papel higiênico, lenços higiênicos refrescantes (porque nos disseram que pode substituir a água). Enchemos três carrinhos de supermercado com estes presentes!!! Ficamos muito felizes, crianças e adultos, porque descobrimos um modo de ajudar pessoas que não têm nada para comer. Agora que conhecemos este supermercado especial, vamos voltar outras vezes e vamos convidar também os nossos amigos.» (Os e as gen4 e gen3 de Teramo, Itália)

A Terra Santa no sofrimento

A Terra Santa no sofrimento

20151015-b«Toca-nos dolorosamente e acompanhamos com profunda preocupação, o que está acontecendo na Síria, no Iraque, em Jerusalém e na Cisjordânia, onde assistimos a uma escalada de violência, que envolve civis inocentes e continua a alimentar uma crise humanitária de enormes proporções. A guerra traz destruição e multiplica o sofrimento das populações», afirmou Francisco, dia 9 de outubro passado, durante os trabalhos do Sínodo sobre a família. «Obrigado pelas orações de vocês em favor da situação dolorosa que estamos vivendo na Terra Santa», escreve a comunidade local dos Focolares. «O ódio chama a violência e a violência ainda mais ódio multiplicado… cria-se assim um círculo vicioso que não se detém. A situação é aquela que os meios de comunicação mostram todos os dias. As pessoas do Movimento, dos dois lados, como muitas outras pessoas, estão entristecidas e sentem-se impotentes diante do mal. Procuramos nos mover com prudência, multiplicamos as nossas orações, trabalhamos para semear amor ao nosso redor, com um sorriso ou um gesto gentil…». «Continuamos a rezar e construir a paz – concluem – esperando que prevaleça o desejo de reconciliação».