Itália, Trento: O Presidente da República italiana por ocasião dos 100 anos de Chiara
O presidente Mattarella participou no Centro Mariápolis de Cadine do evento “Trento encontra Chiara”. https://vimeo.com/389747451
O presidente Mattarella participou no Centro Mariápolis de Cadine do evento “Trento encontra Chiara”. https://vimeo.com/389747451
O simpósio internacional com o título “Um Carisma a serviço da Igreja e da humanidade” que reuniu, antes em Trento e depois em Loppiano, 7 cardeais e 137 bispos, amigos do Movimento dos Focolares de 50 países, fez entrever interessantes perspectivas para a Igreja. Foi uma cena simbólica e solene: no santuário da Theotokós de Loppiano, isto é, em uma igreja dedicada a Maria, Mãe de Deus, circundados pelos habitantes desta cidadezinha do Movimento dos Focolares que representavam o povo de Deus, uma grande assembleia de cardeais e bispos se declararam reciprocamente viver o amor fraterno segundo o mandamento de Jesus, prontos a compartilhar alegrias e dores uns dos outros, a amar a comunidade dos outros como a própria, em resumo, a se amarem até dar a vida uns pelos outros. Este “pacto” solene, formulado terça-feira, 11 de fevereiro, foi o momento culminante de um simpósio internacional com o título “Um Carisma a serviço da Igreja e da humanidade” que reuniu, antes em Trento e depois em Loppiano, 7 cardeais e 137 bispos, amigos do Movimento dos Focolares, representando 50 países. Nunca antes a participação deste simpósio anual tinha sido tão grande. E isto também pelo fato de que o encontro se realizou no ano do Centenário do nascimento de Chiara Lubich. O programa refletia o lema escolhido para o Centenário: “Celebrar para encontrar”. De fato, a primeira parte do simpósio, que se realizou em Trento, cidade natal da fundadora dos Focolares, foi dedicada ainda mais à celebração deste evento: a visita à exposição “Chiara Lubich Cidade Mundo” nas Galerias de Trento; a saudação das autoridades na sede da Província autônoma de Trento; a celebração eucarística na Catedral da cidade e a reevocação artística “Do Concílio tridentino a Chiara tridentina” realizada na igreja de Santa Maria Maior, que foi sede conciliar e na qual Chiara Lubich recebeu o batismo. Momento comemorativos que não eram caracterizados pela simples recordação nostálgica de uma figura histórica, mas abriam o olhar para a atualidade do carisma de Chiara, como a sua dimensão mundial, eclesial e ecumênica. Uma atualidade evidenciada fortemente por uma longa mensagem do Papa Francisco que se alegrava vivamente por este simpósio exprimindo “a gratidão a Deus pelo dom do carisma da unidade através do testemunho e do ensinamento (…) de Chiara Lubich”. O convite do Papa aos bispos a “se colocarem sempre de novo na escola do Espírito Santo” e a viverem os pontos chave da espiritualidade de Chiara Lubich encontrou depois uma primeira realização na segunda parte do programa realizado na Cidadezinha Internacional dos Focolares em Loppiano nos arredores de Florença. O contexto de uma pequena comunidade de 800 habitantes que veem no mandamento do amor recíproco de Jesus a lei da convivência deles, estimulou também os bispos a fazer igualmente. Comoventes as cenas de comunhão e partilha, começando pelas pequenas coisas: uma ajuda recíproca, uma escuta profunda, a acolhida atenta das solicitações, exigências, ideias de cada um. Verdadeiros “ministros” a serviço uns dos outros.
Sobre o pano de fundo de uma profunda e rica análise do contexto histórico no qual viveu e agiu Chiara Lubich, apresentada por Andrea Riccardi da Comunidade de Santo Egídio, foram aprofundadas as dimensões eclesiais que brotaram do carisma de Chiara: uma Igreja que se faz diálogo; a “mística do nós” que se realiza em uma Igreja-comunhão; a dimensão ecumênica; os diferentes percursos formativos que o Movimento dos Focolares oferece para aprofundar e difundir estas dimensões. Experiências de vida de bispos do mundo inteiro ilustraram a sua possibilidade de realização na vida pessoal dos bispos e no serviço deles à Igreja. “Não foi uma retrospectiva” salientou um bispo africano na conclusão do simpósio, “mas uma ouverture, isto é, um início e uma abertura para o futuro”. O “pacto” que os bispos estreitaram em Loppiano, dentro da Igreja da Mãe de Deus, foi assinado, exatamente no mesmo lugar, também pelo Papa Francisco junto com os habitantes da Cidadezinha durante a sua visita a Loppiano. Trata-se de um pacto que, assinado com o apoio do Povo de Deus que o atua e continuamente extrai força dele, pode ser, também para os bispos, um início, um ponto de partida, uma ouverture que faz entrever o acender-se de novas notas no caminho do diálogo, de novas harmonias na estrada da comunhão da Igreja do futuro.
Joachim Schwind – Anna Lisa Innocenti
Em toda a sua vida Jesus nos ensinou a lógica do serviço, a escolha do último lugar. É a melhor posição para transformar o aparente fracasso em uma vitória não egoística e efêmera, mas compartilhada e duradoura. Dependente do álcool Conhecendo a tragédia que as nossas duas famílias enfrentavam por causa do álcool, eu e meu namorado tínhamos tomado decisões claras. Ele jurou o seu compromisso. Por alguns anos as coisas correram bem. Mas, de vez em quando, surgiam suspeitas: alguns desvios na economia, algum atraso não justificado… o drama verdadeiro não foi descobrir que ele tinha sido sempre dependente do álcool, mas que nós, esposa e filhos, não tínhamos sido capazes de tirá-lo deste giro. Eu me senti humilhada. Quando falei com o pároco, embora reconhecendo a gravidade de um engano sustentado por anos, ele me perguntou se, pelo bem dos filhos, eu estava disposta a recomeçar; não sozinha, a comunidade teria me dado apoio. Com uma força às vezes heroica, fiquei ao lado do meu marido; o convenci que aceitasse ser desintoxicado, o sustentei nas crises de abstinência. Passaram-se dois anos. A família ressentiu fortemente esses abalos, mas uma força nova cresceu em mim e nos nossos filhos. A vida de cada dia tornou-se um dom maravilhoso. (J. K. – Romênia) Refugiados A guerra em Ruanda nos tirou tudo: casa e alguns parentes. De Kigali nos transferimos para a minha cidade natal, e depois tivemos que sair também de lá e ir para um campo de refugiados, levando conosco apenas poucas coisas, entre as quais as roupinhas do nosso filho que devia nascer. No campo havia um mar de gente desesperada e na miséria. Depois da chegada de algumas religiosas eu me ofereci como voluntário, para ajudar nos primeiros socorros. Fui trabalhar no serviço social, mas não existiam meios, nada para dar aos refugiados. Num grupo de órfãos havia um menino de sete anos que tinha se perdido da família. A mãe o reencontrou depois de muitos dias de caminhada, mas chegando ao campo estava exausta. Eu tinha só 300 francos, cerca de um dólar: uma fortuna. Eu precisava, mas ela mais do que eu. Dei a ela o dinheiro, certo de que Deus teria pensado na minha família, e assim ela pode comprar comida e uma pequena cabana aonde se alojar. Pouco depois encontrei minha irmã mais velha, fazia três dias que ela girava pelo campo à minha procura: tinha 1000 francos para me dar. (C. E. – Ruanda) Cicatrizes Não era simples saber como tratar Marta, nossa quarta filha, confiada a nós pelo Juizado de Menore. Ela rejeitava totalmente o sofrimento por um acidente que havia deixado em seu corpo muitas cicatrizes, que ela escondia como se fossem um sinal de infâmia. Somente com o amor paciente, o diálogo e a colaboração de todos, na família, ela conseguiu superar o trauma, descobrindo e ao mesmo tempo valorizando os talentos que possuía. Pouco a pouco aquela jovem difícil se reconciliou com seu próprio corpo e com o ambiente que a cercava. Com grande alívio vimos amadurecer nela o amor à vida. Na medida em que sua experiência prosseguia era possível falar sobre o valor do sofrimento. Um dia, chegando em casa, Marta nos contou que uma colega, ao notar as suas cicatrizes, havia tido uma reação de desprezo; mas ela, ao invés de sentir-se mal, tinha levantado as mangas para mostrar melhor aqueles sinais, explicando o seu motivo, e logo sua colega pediu-lhe desculpas. Desde então elas se tornaram amigas. (O. N. – Itália)
por Stefania Tanesini (trecho de Il Vangelo del Giorno (O Evangelho do Dia), Città Nuova, ano VI, n.1, janeiro-fevereiro 2020)
Há dois meses do evento mundial que reunirá ao redor do Papa Francisco centenas de jovens economistas, encontramos o grupo que está organizando o evento. Quais são as suas expectativas? Que o mundo caminhe em outra direção. https://vimeo.com/389747124
Na capital italiana, uma noite dedicada à fundadora do Movimento dos Focolares e ao seu relacionamento íntimo com Roma, cidade da qual havia se tornado cidadã honorária há vinte anos. Também será apresentada a edição Conversazioni. In collegamento telefonico (Conversas. Em collegamento telefônico, em tradução livre). O dia 22 de janeiro é uma data importante para Roma, não só porque é o aniversário de Chiara Lubich, nascida em 1920 – cujo centenário se festeja neste ano – mas também porque no dia 22 de janeiro de 2000, em pleno jubileu, o prefeito de Roma da época, Francesco Rutelli, quis dar-lhe a cidadania honorária. Naquela ocasião, Chiara lembrou que o nome de Roma, lido ao contrário, transforma-se em “amor”. É daqui que veio sua visão de uma capital invadida pelo amor evangélico por aquela que foi chamada mais tarde de operação “Roma-Amor”. Desde aquele 22 de janeiro de 2000, a comunidade do Movimento dos Focolares de Roma começou uma nova fase com mais empenho e testemunho pela cidade. A vinte anos daquele evento, no dia 22 de janeiro de 2020, Chiara foi lembrada com uma noite dedicada a ela. “Eu acho que há um elemento na experiência de Chiara que a conecta com aquela de São Paulo: ambos tornaram-se cidadãos de Roma”, disse o ex-prefeito Francesco Rutelli. “Chiara citou mais de uma vez São Paulo e esse elo entre os dois tem uma força e uma simbologia extraordinárias. E Chiara, desde 22 de janeiro de 2000, assumiu o empenho de se dedicar mais e melhor por Roma, encarnando o amor recíproco onde quer que fosse. Hoje, não há nada mais bonito do que pegar para nós essas palavras.” Durante o evento, houve também um aprofundamento do livro Conversazioni. In collegamento telefonico, de Michel Vandeleene, que tem 300 pensamentos espirituais de Chiara. Textos que ela transmitia por meio de uma conferência telefônica periódica a partir da Suíça (por isso o nome Collegamento CH), com os centros mais importantes do Movimento dos Focolares espalhados nos cinco continentes. Também era uma oportunidade de fazer com que todos participassem dos eventos e notícias da vida do Movimento no mundo. “O que temos diante de nós é um tipo de diário pessoal e comunitário no qual a experiência de Chiara se mostra ligada à vida dos membros do Movimento”, afirmou a professora Maria Intrieri, docente de história antiga na Universidade da Calábria (Itália). “Podemos colher dois tipos de fruto: a grande história de Chiara e da sua Obra na Igreja e com a Igreja pelas estradas do mundo, e também emerge a micro história, as pequenas experiências, os encontros de que ela participava no Centro Internacional do Movimento dos Focolares, suas viagens, uma carta que ela recebeu de uma criança… Chiara fazia isso para ser sempre mais uma só família.” “Percebemos que os dois termos – conversas e collegamento – escondem raízes profundíssimas: encontrar-se no mesmo local e estar coligados”, afirmou a professora Cristiana Freni, docente de filosofia da linguagem na Universidade Salesiana. “É isso que Chiara desejava fazer em 1980: fazer com que se sentissem membros de uma mesma família e instaurar ligações profundamente ontológicas graças aos Collegamentos CH. Desse modo, uma massa pode se tornar um povo.” Michel Vandeleene destacou a importância da linguagem usada nos pensamentos espirituais de Chiara: “o vocabulário de uma pessoa reflete sua alma e, observando o vocabulário de Chiara, vê-se uma pessoa aberta, feliz, evangelicamente tenaz. Além disso, o modo que uma pessoa usa as palavras revela muito sobre ela. A palavra doçura, para Chiara, remete à união com Deus ou à presença amorosa de Deus no nosso meio. Compilando este volume”, comentou, “fiquei tocado com a visão de Chiara sobre o cristianismo: uma religião positiva, fascinante, que não pode não ser seguida”. Por fim, o diretor Marco Aleotti explicou o que é o Collegamento CH hoje: “Depois da morte de Chiara, nos perguntamos: ‘o que acontecerá com o Collegamento?’. A cada dois meses, continuamos fazendo e qualquer pessoa pode acompanhar pela internet. O feedback que chega depois da transmissão”, concluiu, “é o testemunho de tantas pessoas que continuam fazendo a mesma experiência de ser uma única família como nos Collegamentos com Chiara”.
Lorenzo Russo
Uma mensagem do Papa Francisco, seguido de uma saudação da Presidente dos Focolares Maria Voce, abriram em Trento o simpósio “Um Carisma a serviço da Igreja e da humanidade” do qual participam 7 cardeais e 137 bispos, amigos dos Focolares, de 50 países. “É bom, inclusive para os bispos, se colocar sempre de novo na escola do Espírito Santo”. Com esta solicitação do Papa Francisco se abriu hoje de manhã em Trento o simpósio internacional “Um Carisma a serviço da Igreja e da humanidade” do qual participam 7 cardeais e 137 bispos, amigos do Movimento dos Focolares, representando 50 países. Por ocasião do centenário do nascimento de Chiara Lubich, o simpósio quer aprofundar o significado e a contribuição do carisma da unidade dos Focolares a serviço da Igreja e da humanidade. Uma delegação dos participantes, no dia 6 de fevereiro passado, foi recebida em audiência pelo Santo Padre, que afirmou: “Vocês me trouxeram a alegria, vão em frente!”. Na sua mensagem, lida hoje de manhã pelo arcebispo de Bangkok, card. Francis X. Kriengsak Kovithavanij, o Papa Francisco afirmou que os dons carismáticos como o da espiritualidade dos Focolares são “coessenciais, junto com os dons hierárquicos, na missão da Igreja”. “O carisma da unidade – continua o sumo pontífice – é uma destas graças para o nosso tempo, que experimenta uma mudança de dimensão epocal e invoca uma reforma espiritual e pastoral simples e radical, que reconduza a Igreja à fonte sempre nova e atual do Evangelho de Jesus”. O Papa encoraja os bispos presentes a viverem, também eles, os pontos-chave da espiritualidade de Chiara Lubich: o compromisso pela unidade; a predileção por Jesus crucificado como bússola existencial; o fazer-se um “a partir dos últimos, dos excluídos, dos descartados, para levar a eles a luz, a alegria, a paz”; a abertura “ao diálogo da caridade e da verdade com cada homem e cada mulher, de todas as culturas, as tradições religiosas, as convicções ideais, para edificar no encontro a civilização nova do amor”; a escuta de Maria, da qual “se aprende que o que vale e permanece é o amor” e que ensina como levar também hoje ao mundo o Cristo “que vive ressuscitado no meio de todos os que são um no seu nome”. Maria Voce, presidente do Movimento dos Focolares, em um vídeo-mensagem salientou o fato de que esta espiritualidade quer estar – como diz o título do simpósio – “a serviço da Igreja e da humanidade”. Numa época na qual “existem desafios para a Igreja em todas as partes do mundo” –afirmou a presidente dos Focolares – “somos chamados a uma nova enculturação do Evangelho de Jesus, que absorva ensinamentos da experiência do passado, mas o saiba exprimir de novo, com profecia, neste nosso tempo. Por isso é preciso também nos abrir e descobrir a força renovadora ínsita em muitos dos novos carismas presentes na Igreja de hoje”. “A realidade dos bispos amigos do Movimento dos Focolares” –afirmou a presidente – quer justamente promover “um estilo de vida de comunhão entre bispos católicos do mundo inteiro, mas também entre bispos de várias Igrejas” e contribuir assim “para tornar cada vez mais efetiva e mais afetiva a colegialidade”. O programa continuará à tarde com a visita dos participantes à exposição “Chiara Lubich, cidade mundo” na Galeria Branca em Piedicastello. Às 17h15min, na igreja de Santa Maria Maior tomarão parte do evento artístico “Do Concílio tridentino a Chiara tridentina”. Às 19h15min, no Centro Mariápolis de Cádine, haverá a Santa Missa presidida por Dom Lauro Tisi, arcebispo de Trento. Amanhã, domingo, 9 de fevereiro, às 10h00min na Catedral de Trento, se realizará a concelebração da Santa Missa. Presidida pelo cardeal Francis Xavier Kriengsak Kovithavanij e aberta pela saudação do arcebispo de Trento, será transmitida ao vivo por TV2000 e via streaming no site www.centenariolubichtrento.it . A seguir serão recebidos na Sala Depero do palácio da Província pelos presidentes do Conselho Provincial, Walter Kaswalder, e da Junta Provincial, Maurizio Fugatti, e pelo prefeito de Trento, Alessandro Andreatta, para uma saudação endereçada às autoridades locais. O simpósio prosseguirá depois, de 10 a 12 de fevereiro, em Loppiano (Florença), na cidadezinha internacional do Movimento dos Focolares. Em colaboração com o “Centro Evangelii Gaudium”, do Instituto Universitário Sophia de Loppiano se abordarão algumas temáticas de atualidade para a Igreja e a sociedade de hoje através de palestras, mesas redondas e momentos de diálogo. Entre os assuntos programados: “A Igreja e os desafios atuais” com a participação de Andrea Riccardi, historiador e fundador da Comunidade de Santo Egídio; “A Igreja se faz diálogo” com o aprofundamento de quatro dimensões da vida da Igreja: a querigmática, comunional, dialógica e profética. Cada dia será enriquecido por testemunhos de cardeais e bispos de várias partes do mundo. Aqui está o texto da mensagem do Papa Francisco Aqui está o texto da mensagem de vídeo de Maria Voce
Informações e contatos: Ufficio comunicazione Focolari: ufficio.comunicazione@focolare.org Anna Lisa Innocenti – +39 338 3944209