Dez 18, 2019 | Sem categoria
Em novembro de 2019, concluem-se a fase diocesana das causas de beatificação de Chiara Lubich e do padre Oreste Benzi, respectivamente, fundadores de um Movimento e de uma nova Comunidade eclesial. No fervilhar do ano 1968, um fenômeno revolucionário do século XX atingiu países de várias latitudes. Neste contexto, nasceram, suscitadas por carismas, muitas novas Comunidades eclesiais fundadas por leigos, que irromperam na vida de jovens mulheres e de jovens homens e imediatamente enraizaram-se, envolveram e difundiram-se na sociedade. Essas comunidades também trouxeram uma revolução, mas evangélica. E deste modo, a oração ao Espírito Santo dos Padres que tinham participado no Concílio Ecumênico Vaticano II, concluído em 1965, revelou-se sem demora. Já nos inícios dos anos 1900 brotavam novas realidades carismáticas na Igreja. Por volta da metade do século, portanto vinte anos antes do Concílio, surgiu o Movimento dos Focolares trazendo consigo algumas novidades: a inspiração foi “entregue” a uma jovem trentina leiga, Chiara Lubich. Nascida em 1920, ela destacou-se por uma fé generosa e realizou o seu sonho de doar-se a Deus, na aurora do dia 7 de dezembro de 1943, no cenário da Segunda Guerra Mundial. A predileção pelos pobres, a vida comunitária substanciada por uma espiritualidade coletiva, baseada na Palavra de Deus, foi a base onde se encarnou o carisma da unidade que, em breve, se abriu para o mundo inteiro. O padre Oreste Benzi nasceu em 1927 em São Clemente, uma aldeia no interior de Rimini, Itália. Foi ordenado sacerdote aos 24 anos e dedicou-se aos adolescentes. Fazer “um encontro simpático com Cristo”, foi o leitmotiv da sua vida. Com os adolescentes transcorria os períodos de verão na Casa Madonna delle Vette dos Canazei, onde, em 1968, nasceu a Associação Papa João XXIII, com o compromisso de amar o mais pobre dentre os pobres em estreito relacionamento com Cristo porque: “somente quem sabe estar de joelhos pode estar em pé ao lado dos pobres”. Realizou obras consideradas irrealizáveis: desde a partilha quotidiana com os marginalizados até ao combate do tráfico de seres humanos. Chiara e padre Benzi foram duas pessoas diferentes: uma mulher e um homem, uma leiga e um sacerdote, uma mulher das montanhas e um homem das colinas perto do mar, ambos fundadores de obras geradas por um carisma, luz que entra na história. Realidades inéditas na Igreja, reproduzem a proclamação antiga e nova de Jesus, envolvendo quem adere a elas num caminho renovado de fé e de humanidade. O testemunho adamantino do Evangelho, não se limita aos fundadores, mas se alarga aos membros. É também graças a Movimentos e novas Comunidades que ao fim do segundo milênio, e a seguir, a santidade de povo avança, inserindo-se na quotidianidade. Chiara lançou o simpático slogan dos 6 S, para seguir Jesus: “Serei santo se sou santo subito” (imediatamente). Nos Focolares, há várias causas de beatificação em andamento. Em 2004, ao receber o Decreto eclesial de reconhecimento definitivo da sua Associação, o padre Benzi afirmou: “É uma dádiva inestimável” para que “os irmãos e as irmãs membros da Comunidade (…) possam viver alegres e serenos na certeza absoluta de que a vocação da Comunidade é uma caminho seguro para santificar-se (…).” Na Associação Papa João XXIII foi iniciada a causa de beatificação da Serva de Deus Sandra Sabattini. Em 2 de outubro passado, foi anunciado que a proclamação da sua beatificação ocorrerá em 2020. Num dos últimos telefonemas de padre Oreste, em 31 de outubro de 2007, ao Centro internacional do Movimento dos Focolares, com sua voz suave manifestou a urgência de informar Chiara da iniciativa que a Associação estava organizando, perguntando se ela pretendia apoiá-la. Infelizmente, não teve tempo de saber a resposta positiva de Chiara: na noite seguinte, entre o dia 1 e o dia 2 de novembro, ele deixou esta terra. Em 2008, no dia 14 de março, também Chiara retornou à casa do Pai. Agora, este mês de novembro, parece ser o símbolo dos dois percursos, distintos mas muito próximos.
Lina Ciampi
Dez 16, 2019 | Sem categoria
Cada pequeno gesto de amor, cada gentileza, cada sorriso dado transforma nossa existência em uma espera contínua e fecunda. Coral das crianças Em preparação das festas de natal, fomos a um hospital com um belo grupo de crianças para alegrar Jesus presente nos jovens pacientes com nossos cantos. Não nos deixaram ir até a ala deles, mas permitiram que nos apresentássemos na recepção do hospital. Foi surpreendente assistir à transformação dos visitantes: às vezes, entravam com uma expressão séria e, assim que viam as crianças cantando, esboçavam um sorriso. Depois, vários voltaram para escutar juntamente com os pacientes que vieram encontrar. Outras pessoas internadas que não esperavam visitas pediram para ir ao hall para assistir à apresentação e muitos se juntaram ao coral. Os funcionários do hospital também ficaram contentes com essa atmosfera insólita. A diretoria do hospital já nos convidou para vir no próximo ano, prometendo nos deixar entrar também na ala reservada às crianças. (N.L. – Holanda) Na cozinha Trabalho na cozinha de uma escolinha, e não economizava energias no trabalho. Um dia, enquanto escutava uma funcionária contando que para ela cada criança era um tesouro a ser protegido, percebi que, de fato, eu não pensava em colocar amor em tudo o que fazia. Agora, considerar que cada refeição é uma nutrição para pessoas que um dia terão o mundo nas mãos tornou-se um verdadeiro incentivo para a criatividade. Comecei a colocar nos pratos alguns enfeites de surpresa, a arrumar a comida de um modo sempre novo. A alegria e a surpresa das crianças confirmaram que não é possível saber o que pode nascer de um simples gesto de amor. (K.J. – Coreia) O incidente O trabalho no centro de recuperação para dependentes químicos havia se tornado alienante. Presa pelas muitas coisas a fazer, sentia sempre mais uma sensação de vazio e Deus cada vez mais longe. Uma noite em que chovia muito, o carro em que eu estava indo para a casa perdeu o controle, bateu em um muro e foi parar na outra pista. Quando cheguei ao pronto-socorro, ver um crucifixo pendurado na parede me deu coragem. Enquanto os médicos me atendiam, eu experimentei uma paz sutil, como não sentia há muito tempo. Por sorte, apesar das feridas e contusões leves, não aconteceu nada de grave, por isso recebi alta quase imediatamente. Por semanas, ao lado da cama em que fiquei de repouso, houve um vai e vem de pessoas, entre telefonemas e presentes. As visitas frequentes dos meus dependentes químicos foram emocionantes: “Você sobreviveu porque faz boas ações”. Meus colegas de trabalho também ficaram bem próximos: evidentemente havia construído com eles um laço sólido. Graças àquele repouso forçado, reencontrei também o gosto pela oração e acho que entendi porque Deus não me levou dessa vez. (Lucia – Itália) Louça para lavar Depois de uma festa da paróquia organizada para dar uma refeição quente aos mendigos, eu estava no meio de uma bagunça de restos, panelas e louça suja. Na cozinha, o pároco já estava lavando a louça, feliz com a noite. Tocado pela sua frase, “tudo é oração”, lhe perguntei: “até mesmo lavar a louça?”, e ele: “o maior tesouro é entender que tudo tem um valor imenso porque por trás daquela panela, há um irmão que precisa de mim”. Desde aquele momento, meu trabalho pesado de pedreiro, levar os filhos à escola, consertar o lustre… tudo se tornou uma ocasião para tornar a ação sublime e sagrada. (G.F. – ltalia)
Aos cuidados de Stefania Tanesini (retirado de “Il Vangelo del Giorno”, Città Nuova, anno V, n.6,novembre-dicembre 2019)
Dez 15, 2019 | Sem categoria
O fenômeno das migrações forçadas em direção à Europa permanece um dos temas irresolvidos do debate entre os países da UE. Demasiadamente divididos por interesses particulares para identificar uma política comum, inspirada em princípios de solidariedade e sustentabilidade. Falamos disso com Pasquale Ferrara, embaixador italiano na Argélia. Segundo o ACNUR*, de 1º de janeiro a 21 de outubro de 2019, desembarcaram pelo mar nas costas Europeias da Itália, Malta, Chipre, Espanha e Grécia 75.522 migrantes. A estes se acrescentam os 16.322 que chegaram por terra na Grécia e Espanha num total de 91.844 pessoas, das quais 9.270 na Itália, 2.738 em Malta, 1.183 em Chipre, 25.191 na Espanha, 53.462 na Grécia. Dados que seguem uma tendência em queda e arquivam a fase de emergência, mas não bastam à Europa para encaminhar um diálogo alargado e construtivo sobre o tema: a perspectiva da criação de um sistema europeu de gestão dos fluxos permanece assaz remota, e em geral o confronto em nível institucional não leva em consideração a perspectiva dos países africanos. Em Argel nos encontramos com o Embaixador italiano, Pasquale Ferrara: (2ª PARTE) Faz tempo que se diz que é necessário estruturar uma colaboração com os países do Norte da África, mas também com os de trânsito. Bons propósitos, mas poucos fatos concretos… Para passar aos fatos concretos é preciso tomar consciência da realidade, do fato de que os países africanos, sobretudo os do Norte, que consideramos países de trânsito são, eles próprios, países de destino da emigração. O Egito acolhe mais de 200 mil refugiados no próprio território, enquanto que em toda a Europa, em 2018, chegaram pouco mais de 120 mil pessoas. As poucas centenas de migrantes irregulares que chegam da Argélia são todos argelinos, não subsaarianos que transitam pela Argélia, porque frequentemente estes migrantes permanecem aqui. Além disso, estes países não aceitam programas que tendem a criar “hotspot” (centros de reunião) para os migrantes subsaarianos. Aqui não funciona o modelo da Turquia, à qual a União Europeia deu 6 bilhões de euros para administrar campos onde acolher mais de 4 milhões de refugiados sírios e não só. Com a Turquia, a operação funcionou porque havia a guerra na Síria e pelos interesses estratégicos da Turquia. Na África, os fenômenos são muito diferentes. É preciso encontrar outros modos. Quais poderiam ser as formas de colaboração? Não servem colaborações assimétricas, mas parcerias de igual para igual. Devemos considerar que não somos somente nós, europeus, que temos o problema migratório e, portanto, é necessário respeitar estes países com as suas exigências internas, inclusive em termos de migração. Só depois se pode procurar juntos administrar o fenômeno. Por exemplo, já existem acordos de cooperação entre a Itália e a Argélia que remontam a 2000 e a 2009 e que funcionam bem. O que preveem? A gestão conjunta do fenômeno migratório em termos de luta contra a exploração e o tráfico de seres humanos, contra a criminalidade transnacional que utiliza o fenômeno para se financiar, contra o perigo de infiltrações terroristas. Existem também disposições para a repatriação concordada, ordenada e digna dos migrantes irregulares. Fala-se do fato de que os países ocidentais devem sustentar aqueles africanos para criar condições de vida melhores, tais que desencorajem as partidas. O quanto é viável esta estrada? Nas condições atuais da economia e da cultura política internacional, vejo pouco viável e, tudo somado, pouco eficaz. Em primeiro lugar, já estamos falando de um bilhão de africanos: nenhum “plano Marshall” europeu ou mundial poderia enfrentar tais dimensões demográficas. Entre outras coisas, a África é muito diversificada, existem países em condições de desenvolvimento avançadas: Gana tem uma taxa de inovação tecnológica superior a vários países desenvolvidos; Angola é um país riquíssimo de recursos que está tentando reorganizar a sua estrutura econômica de modo mais participativo. Temos líderes, como o novo prêmio Nobel para a paz, o Primeiro Ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali, que tem 42 anos e olha para as novas gerações. Já fez plantar 350 milhões de árvores em um programa de reflorestamento mundial chamado “Trillion Tree Campaign”. Uganda vive uma fase de forte desenvolvimento. O problema, antes, são as disparidades econômicas, dramáticas e injustas, e neste caso o Ocidente pode intervir ajudando a melhorar a governança destes países, para que seja mais inclusiva e participada. Mas lembremos de que são os mesmos problemas de polarização socioeconômica que temos na Europa: infelizmente, não podemos dar muitas lições neste campo. Nas reflexões sobre o fenômeno migratório em nível institucional, em primeiro plano está a dimensão econômica, enquanto é transcurada a humana. O que significa pôr o homem no centro do problema migratório? Por detrás de cada migrante existe uma história, uma família, um percurso acidentado, o esforço de conseguir o dinheiro e, talvez, dívidas com organizações criminais. Certamente não podemos admitir a imigração irregular porque tudo deve se realizar no respeito às leis, mas dar valor à dimensão humana significa levar em consideração este passado e não ver nestas pessoas números que chegam a bordo de barcaças ou por terra. Fiquei profundamente impressionado com a história daquele adolescente de 14 anos, proveniente do Mali, encontrado no fundo do mar com um boletim costurado dentro da jaqueta, com ótimas notas. Essa é uma história que nos deixa sem palavras. E por detrás há uma tragédia familiar, humana, um tecido social dilacerado. Aconselho o bom livro de Cristina Cattaneo, “Naufraghi senza volto. Dare un nome alle vittime del Mediterraneo [Náufragos sem rosto. Dar um nome às vítimas do Mediterrâneo]”. Porém, não esqueçamos também das histórias da nossa Marinha militar – em especial daquela da comandante Catia Pellegrino – que salvou milhares de náufragos. Pessoas, rostos, eventos reais. * https://data2.unhcr.org/en/situations/mediterranean (leia a 1ª parte da entrevista)
Elaborado por Claudia Di Lorenzi
Dez 13, 2019 | Sem categoria
Inaugurada a mostra “Chiara Lubich Cidade Mundo” em Tonadico di Primiero, Itália “Não se pode compreender Chiara sem situá-la no contexto em que viveu”. Com estas palavras, Jesús Morán, co-presidente do Movimento dos Focolares, concluiu o seu discurso na cerimônia de inauguração da mostra intitulada a Chiara Lubich aberta no Palácio Scopoli em Tonadico di Primiero, no último domingo, 8 de dezembro, um dia após a inauguração da mostra na cidade de Trento. “Chiara durante a guerra doou-se pela sua cidade, Trento, mas foi em Primiero, em 1949, que Deus deu-lhe a chave de compreensão daquilo que ela tinha sido chamada a realizar. Chiara encontrou aqui, entre as montanhas, a luz, mas é preciso ir a Trento e em cada cidade para entender quais são as consequências do seu carisma.” É esta a ligação entre as duas mostras, onde aquela de Tonadico não é um apêndice daquela de Trento, mas a história de uma década de luz.
A gratidão da comunidade do vale de Primiero foi expressa com ênfases diferentes pela assessora de cultura Francesca Franceschi (“Primiero representa a origem, o retiro onde Chiara encontrou respostas às suas perguntas”), pelo vice-prefeito Paolo Secco (“A nossa tarefa não é apenas manter viva a memória, mas ser uma comunidade que responde às inspirações ideais que moveram Chiara”), pelo presidente da Comunidade de Primiero, Roberto Pradel (“Chiara dedicou-se a construir relações entre as pessoas: que a semente por ela lançada traga frutos”). Giuseppe Ferrandi, diretor da Fundação Museu histórico do Trentino, destacou o significado mais profundo das duas mostras: “Pela primeira vez a nossa Fundação realiza uma mostra dedicada a uma pessoa: fizemos isto porque Chiara é uma figura com a qual o Trentino, e não só, tem um débito. O Trentino, que pode reivindicar o seu nascimento, deve descobrir a dimensão de forte ligação às tradições vivas em Chiara, fruto de relacionamentos, mas sem parar nelas para abrir-se ao mundo para que não sejam estéreis. Quem melhor do que Chiara Lubich pode-nos garantir esta capacidade de relações das quais hoje o mundo tanto precisa?”
Alba Sgariglia, co-responsável do Centro Chiara Lubich, exprimiu a gratidão de todo o Movimento à Fundação: “Trabalhamos com tantas pessoas para esta etapa histórica. Daqui, destas montanhas, Chiara projetou-se para a humanidade inteira: foi esta a missão que aqui ela compreendeu”. Annamaria Rossi e Giuliano Ruzzier, curadores da mostra com Maurizio Gentilini, destacaram as suas características: grandes imagens, citações e breves legendas descorrem ao lado do Palácio Scopoli, precisamente diante da casa onde Chiara e algumas das suas primeiras companheiras foram descansar no verão de 1949. No andar térreo do edifício, que conserva destacamentos dos afrescos da capela de São Vittore, encontram-se alguns escritos e recordações daquele período e vídeos das primeiras Mariápolis, as férias de verão, que até 1959, de ano em ano, enriqueceram-se pela presença de pessoas de várias vocações, culturas e proveniências. Hoje, é significativo o testemunho das “cidadelas” do Movimento no mundo, Mariápolis permanentes, onde, como na experiência de Primiero, experimenta-se e testemunha-se uma unidade possível.
Paolo Crepaz
Dez 10, 2019 | Sem categoria
Quarta-feira, 20 de novembro, os responsáveis de Schönstatt de diversos países europeus visitaram o Centro internacional dos Focolares em Rocca di Papa (Roma, Itália).
Quarta-feira, 20 de novembro, os responsáveis do Movimento de Schönstatt da Áustria, República Tcheca, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália, Espanha e Suíça visitaram o Centro internacional dos Focolares em Rocca di Papa. O grupo foi acompanhado pelo padre Heinrich Walter, que foi presidente do Presidium geral de Schönstatt. “Encontrar-se com Chiara” visitando a sua casa e rezando diante da sua sepultura foi um dos objetivos desta visita. Um segundo objetivo dos responsáveis de Schönstatt foi o de entrar em diálogo com os Focolares sobre as mudanças sociais e políticas na Europa, o papel dos Movimentos com os seus carismas e o significado da comunhão entre eles – de modo particular de Juntos pela Europa – no contexto das transformações eclesiais, políticas e culturais. A delegação foi acolhida no Centro dos Focolares pelo Copresidente, Jesús Morán e por diversos conselheiros. Para poder colocar os carismas ao serviço do bem do continente, veio à tona de modo evidente no diálogo a necessidade de realizar projetos culturais que sejam fruto da característica específica de cada um, mas também da comunhão entre todos. O encontro e o diálogo foram definidos por ambas as partes como cordiais, preciosos e frutuosos. Obviamente se tratou somente de uma etapa da já longa caminhada de comunhão e de colaboração entre Schönstatt e os Focolares que teve início em 1998 na Vigília de Pentecostes na Praça de São Pedro em Roma. Além disso, já faz 20 anos, isto é, desde o início, que também Schönstatt é parte daquela rede de movimentos e comunidades que compõem a iniciativa Juntos pela Europa e padre Heinrich Walter é membro efetivo da comissão de orientação. Nestes anos, cresceram entre os Focolares e Schönstatt, mas não só, relações fraternas, caracterizadas pela unidade entre cristãos, entre várias Igrejas e confissões; unidade que pressupõe como importante premissa uma profunda e verdadeira reconciliação, considerada acesso direto à unidade, embora mantendo a necessária diversidade que o outro enriquece e completa. O Movimento de Schönstatt foi fundado por p. Josef Kentenich em 1914, em Schönstatt, próximo a Koblenz na Alemanha, com um carisma pedagógico. Está difundido de modo especial na Europa, nas Américas e na África e é composto por cerca de vinte institutos seculares, ligas e movimentos autônomos.
Severin Schmid
Dez 9, 2019 | Sem categoria
Vigiar: é um convite para manter os olhos abertos, para reconhecer os sinais da presença de Deus na história, no dia a dia e ajudar outros que vivem na escuridão a encontrar a estrada da vida. Mais um filho Eu estava pronta para ter outros filhos, tendo em vista que já tinha três? A esta pergunta de uma amiga, respondi falando como cada filho seja um dom único e a experiência da maternidade não seja comparável a nenhuma outra, porque a alegria que um novo nascimento traz, é um bem para toda a família, para não falar do aspecto econômico que misteriosamente parece evidenciar que cada filho é desejado pelo Céu. Quando disse isto, a amiga me confidenciou que estava esperando o segundo. Com o marido, tinha pensado no aborto, porque uma nova criatura comprometeria a situação econômica da família. Ao ir embora, ela me disse: “Eu me sinto pronta para uma nova maternidade”. (P.A. – Itália) Dar confiança Tínhamos um primo com as “mãos leves”: quando vinha nos visitar, pequenos objetos desapareciam da nossa casa para reaparecer na dos tios. Delicadamente a minha mãe lhes avisou sobre o fato, mas ficaram tão ofendidos que romperam as relações conosco. Como cristãos, procuramos uma ocasião para reatá-las e ela se apresentou quando o primo, já adolescente, foi expulso da escola, porque foi descoberto roubando dos colegas. Foi então que o meu pai sugeriu àqueles parentes o nome de um especialista que poderia servir de ajuda. Embora com imensa dor e vergonha, os tios admitiram que o filho era cleptomaníaco. A minha mãe propôs a eles que passássemos as férias juntos e a nós, filhos, recomendou que fôssemos generosos com o primo, lhe dando a máxima confiança. Foram dias belos e serenos. Também ele estava feliz. O acompanhamento psicoterapêutico, inclusive com remédios, foi proveitoso para toda a família. Um dia, a minha tia confidenciou: “Éramos tão orgulhosos da nossa família que nos sentíamos superiores. Estávamos doentes de soberba”. (J.G. – Espanha) Justiça e compreensão Como juíza em uma localidade de alta densidade mafiosa, estava interrogando a horas um detento que havia aprontado das boas. Passada a hora do almoço, me foi perguntado se eu queria comer. Aceitei, desde que trouxessem algo também para o detento. Aquele simples gesto foi para ele um pequeno choque. Quase não acreditava. Um medo repentino de me encontrar frente a frente com o indiciado naquele momento de pausa aconselhava que me afastasse. Mas eis surgir outro pensamento: “Não, se estou aqui para querer bem a este meu próximo, não tenho nada a temer”. O interrogatório continuou com a mesma atitude em relação a ele: procurava fazer com que ele entendesse a gravidade do que tinha feito, mas sem julgá-lo, lhe falando serenamente. Tempos depois recebi uma carta sua da prisão. Algum pedido de comutação da pena? Não, só um longo desafogo com a narração das próprias misérias e o pedido de compreensão. Estranho que a escrevesse justamente a mim que tinha emitido uma sentença de condenação contra ele. Evidentemente tinha colhido alguma outra coisa. (Elena – Itália)
Aos cuidados de Stefania Tanesini (retirado de “Il Vangelo del Giorno”, Città Nuova, anno V, n.6,novembre-dicembre 2019)