Nov 1, 2021 | Sem categoria
Na festa de Todos os Santos, Chiara Lubich nos convida a buscar a santidade juntos para testemunhar o amor mútuo mesmo além do limite da nossa vida terrena. Entendemos que somos chamados a amar os irmãos; mas podemos amá-los muito ou pouco. Ama pouco quem que se limita a amá-los durante sua vida terrena. Ama muito quem, por sua vez, encontra o modo de amá-los também depois, no decorrer dos anos e dos séculos porque, tendo deixado Cristo viver em si, permanece aqui na terra como modelo que muitos podem imitar. Assim fizeram os santos. Medita-se sobre suas vidas, sobre seus escritos e obras, mesmo séculos e séculos depois de sua morte. Seguindo o exemplo deles também nós podemos fazer o mesmo: tornarmo-nos santos por amor aos nossos contemporâneos e daqueles que virão depois, para dar-lhes luz e estímulo na caminhada da vida ao longo dos anos e infundir nos seus corações a chama do amor. Tornarmo-nos santos, evidentemente, não por uma satisfação pessoal, mas – além de ser para a glória de Deus – pelos nossos irmãos.
Chiara Lubich
(Chiara Lubich, in Conversazioni in collegamento telefonico, a cura di Michel Vandeleene, Opere di Chiara Lubich, Città Nuova, 2019, pag. 430-431)
Out 29, 2021 | Sem categoria
“O amor Familiar: Vocação e caminho para a santidade” é o tema do 10º Encontro Mundial das Famílias, que será realizado em Roma de 22 a 26 de junho de 2022. Marcelo Chávez e Pia Noria, um casal de focolarinos do Chile, responsáveis pelo Movimento Novas Famílias do Cone Sul (Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai), contam a sua história e falam da sua expectativa para este evento. “Desde criança, senti que Deus me chamava para segui-lo, embora não soubesse que caminho tomar. Após um período de discernimento, entendi que a minha estrada era o casamento”. Com estas palavras Marcelo Chávez, marido da Pia e pai de três lindas filhas, conta o maravilhoso plano que Deus tinha em mente para eles. A vocação deles nasce de uma amizade de dez anos compartilhando o mesmo ideal de vida e depois o namoro e o noivado, que deu início à nova grande aventura no casamento. Trata-se de uma família que hoje é como uma “Igreja viva” ao redor de muitas outras, todas protagonistas do 10º Encontro Mundial das Famílias: “Amor Familiar: Vocação e Caminho para a Santidade”, que será realizado em Roma (Itália) de 22 a 26 de junho de 2022. Como é que vocês estão se preparando para este evento que, como o Papa Francisco escreveu em sua mensagem de apresentação, dada a pandemia, assumirá uma forma “multicêntrica e difusa”? Quando o Papa Francisco inaugurou o ano Amoris Laetitia, em março de 2021, indicando que nele seria concluído com o 10º Encontro Mundial das Famílias em Roma, sentimo-nos imediatamente chamados a participar do evento em presença. Então, em julho de 2021, quando o Papa convidou a todos nós para vivenciarmos juntos este evento de uma maneira nova, cada um com sua própria diocese, sentimos que se tratava de ver Roma estender seus braços para o mundo, indo ao encontro de todas as famílias, às periferias, para que ninguém ficasse de fora. Sentimos que poderíamos viver este milagre da unidade familiar sendo protagonistas, e não apenas assistindo de longe. É por isso que viveremos este encontro do lugar onde estamos, aderindo às iniciativas que irão surgir na Arquidiocese de Santiago do Chile junto com outros movimentos. O que significa, como família, trilhar um caminho em direção à santidade? Em 6 de setembro de 2021, celebramos 18 anos de casamento e, mesmo em tempos difíceis, não temos dúvida: nosso chamado é e sempre foi o de nos amarmos uns aos outros como Deus quer. Deus aceitou o nosso “sim” e nos ajudou a seguir em frente. Entendemos este caminho de santidade no casamento como um caminho compartilhado, percorrido em conjunto, unidos, no qual cada um também contribui para a santificação do outro. De que modo Jesus tem sido um apoio na vida de vocês e qual o papel da oração especialmente neste tempo de pandemia? Nesses 18 anos, dia após dia, percebemos que a medida do amor conjugal era realmente dar a vida um pelo outro. Tornarmo-nos disponíveis a isso com a graça de Cristo nos permitiu perceber o quanto nossas diferenças podem assumir uma dimensão diferente. Claro que houve situações em que não foi fácil lidar com conflitos, algumas mais difíceis do que outras, mas foi naqueles momentos que sentimos um forte desejo de sermos fiéis ao sacramento do matrimônio e de continuarmos a amar Jesus mesmo em meio a dificuldades. Isto requer e exige coragem e é com grande força de vontade que nos confiamos a Deus, à Sagrada Família, para enfrentar as situações complexas que os desafios de hoje trazem. A oração sempre nos sustentou e nos sustenta, nos dá a força e a certeza de que tudo expressão do Amor de Deus. Neste tempo de pandemia, em particular, a oração familiar tem sido tão importante quanto a oração com a comunidade dos Focolares e com outras famílias. Embora não pudéssemos receber Jesus na Eucaristia, entendemos que este encontro com Ele acontecia de qualquer maneira e que Seu amor se manifestava entre nós. Durante a coletiva de imprensa para a apresentação do Encontro, o Cardeal Kevin Farrell, Prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, disse: “As famílias são a semente que pode fertilizar o mundo. Elas são os evangelizadores que testemunham para o mundo a beleza da vida familiar”. De que modo pode-se dar este testemunho fora de casa? Encontramos esta realidade refletida na Sagrada Família de Nazaré. Esta é a grandeza e a importância de ser uma família ainda hoje: ser o lugar onde Jesus nasce e é dado ao mundo. Experimentamos que o amor de Deus manifestado em nossas vidas não pode permanecer apenas em nossa família, mas deve se irradiar e ser a base para o encontro com outras famílias e casais. Tudo é uma oportunidade de amar e de transmitir o amor de Deus. Caminhar junto com outras famílias significa formar uma comunidade, compartilhar bens, necessidades, preocupações e prestar atenção às necessidades de todos.
Maria Grazia Berretta
Out 28, 2021 | Sem categoria
A Beata Chiara Luce Badano nasceu em 29 de outubro de 1971. Há vários eventos no mundo para lembrá-la. Em Sassello (Itália), seu lugar de nascimento, haverá uma Santa Missa, um Timeout e a projeção de um vídeo inédito com uma entrevista com seus pais pela Fundação Chiara Badano. A Beata Chiara Luce Badano teria completado hoje 50 anos de idade.
Ela nasceu há 50 anos, em 29 de outubro de 1971, e agora é um exemplo de vida para milhares de jovens. Chiara tinha quase de 19 anos e “Luce” foi o nome que Chiara Lubich lhe propôs, acrescentando-o ao seu e desejando-lhe que ela fosse portadora da luz que o amor de Deus traz. Quando ela era pouco mais do que uma adolescente, conheceu o Ideal da unidade e se tornou uma Gen, a geração de jovens do Movimento dos Focolares. Sempre atenta ao próximo, viveu sua juventude como uma menina como todas e talvez nunca tenha imaginado que teria que lidar com a doença com apenas 17 anos de idade: uma doença grave. Se Chiara Luce estivesse viva hoje, como seria e como passaria sua vida? Esta é uma pergunta que muitos de nós nos fazemos, precisamente porque sentimos que Chiara Luce está perto de nós, é uma de nós, ontem e hoje. Fizemos essa pergunta a três de seus amigos mais próximos, Chicca, Franz Coriasco e Cristina Cuneo, da Fundação Chiara Badano. “Com base no que experimentamos com ela, podemos imaginar que ela seria uma jovem absolutamente normal”, diz Chicca, “mas consciente de que vivendo o Evangelho e o ideal de Chiara Lubich, pode-se fazer grandes coisas”. O que seria importante para ela? “Achamos que devam ser precisamente os jovens de hoje a responder essa pergunta – sublinha Cristina. Uma das últimas mensagens de Chiara Badano, na verdade, quase um testamento, foi a de ‘entregar’ a tocha aos jovens ‘como nas Olimpíadas’. Assim como muitos estão fazendo, com seu compromisso concreto de reduzir as desigualdades e a injustiça social, de cuidar do meio ambiente, de proteger o bem comum, nas situações mais dolorosas de cada contexto. Ainda mais neste período de emergências pandêmicas. Para curar as feridas abertas, em resumo, como ela tentou fazer ao longo de sua vida: à sua maneira, nas pequenas coisas, mas sempre com grande concretude”. Franz acrescentou: “Em um de seus ensaios ela escreveu: ‘Muitas vezes o homem não vive sua vida porque está imerso em tempos que não existem: ou na lembrança ou no arrependimento do passado ou projetado para o futuro. Na realidade, o único tempo que o homem possui é o momento presente, que deve ser vivido em sua totalidade, explorando-o plenamente… Desta forma, tomaríamos consciência do valor de nossa vida, uma dádiva preciosa que não pode e não deve ser desperdiçada nem queimada em egoísmos estéreis e ambições inúteis”. “Um encontro diário com ela e com muitos no mundo era o Timeout: todos os dias ao meio-dia parávamos para pedir a paz. Era uma urgência fundamental para ela e acreditamos que continua sendo assim para todos nós hoje. Chiara Luce foi beatificada pela Igreja Católica em 25 de setembro de 2010 após o reconhecimento do milagre da súbita cura de um menino de Trieste (Itália). De 28 a 30 de outubro, haverá eventos em várias partes do mundo para lembrá-la. O primeiro será no dia 28, às 20 horas. “Tempo de Páscoa” (Estados Unidos e Canadá) o evento organizado pela New City Press, Living City e YCNA (Centro Jovem para a América do Norte) com peças artísticas, momentos interativos e intervenções de pessoas tocadas pelo testemunho de vida de Chiara. O programa incluirá a mensagem de uma testemunha direta que conhecia Chiara. Será também uma oportunidade para apresentar dois novos livros sobre Chiara em inglês: “Blessed Chiara Badano. Her Secrets to Happiness” (Beata Chiara Badano. Seus Segredos para a Felicidade. NDT), dirigido em particular aos adolescentes, com texto de Geraldine Guadagno e ilustrações de Loretta Rauschuber, e “In my staying is your going. The Life and Thoughts of Chiara Luce Badano”, (Na minha estada está o seu caminho. A Vida e os Pensamentos de Chiara Luce Badano. NDT), editado pela Fundação Chiara Badano. Em Sassello (Itália), sua cidade natal, no dia 29 de outubro haverá uma Santa Missa às 18 horas (horário italiano), com transmissão ao vivo no site chiarabadano.org. Em seguida, será projetado o vídeo “Chiara Badano: uma vida de luz”, direção de Marco Aleotti, com entrevistas inéditas com seus pais que falam sobre ela e sua vida familiar. O vídeo estará disponível para visualização nos próximos dias no site dedicado a ela. Sábado, 30 de outubro, dia da festa litúrgica, às 12 horas (horário italiano) diretamente do cemitério de Sassello, ao redor do túmulo de Chiara Luce e sempre com transmissão ao vivo, haverá o Timeout: um minuto de silêncio para pedir a paz em todo o mundo. Às 15h00 (horário italiano), haverá a Santa Missa da paróquia de Santíssima Trindade em Sassello, celebrada pelo Bispo Luigi Testore com a participação do postulador, Padre Gianni Califano. No final, haverá a entrega dos vencedores do Prêmio Chiara Luce Badano 2021.
Lorenzo Russo
Out 25, 2021 | Sem categoria
“A vida pode se tornar uma aventura divina”, escreve Chiara Lubich, sugerindo como fazer da nossa existência uma aventura. Precisamos aprender a olhar o que nos acontece, acreditando que tudo é um sinal do amor de Deus por nós e tudo pode contribuir para o nosso bem. Tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus. O fato é que Ele tem um seu plano de amor para cada um de nós. Ele nos ama com um amor pessoal, e se acreditamos neste amor, se correspondermos com o nosso amor – esta é a condição –, Ele tudo faz para a realização do plano de amor que tem para nós. Basta olharmos para Jesus. Sabemos como Ele amou o Pai. Pois bem, se pensarmos Nele, mesmo que por um momento, poderemos ver como Ele vivenciou esta Palavra durante toda a sua vida. Para Ele, nada aconteceu por acaso. Tudo teve um significado. Podemos ver esta Palavra personificada por Ele especialmente na última etapa da sua existência. Nada aconteceu por acaso na sua paixão e morte. Para Ele, até mesmo a extrema prova do abandono por parte do Pai cooperou para o bem, pois, tendo-a superado, completou a Sua Obra. As causas, sim, talvez eram desconhecidas. Aqueles que o submeteram ao sofrimento e depois à morte, não sabiam o que estavam fazendo, não só no sentido de que não conheciam aquele a quem flagelavam e crucificavam, mas também porque não sabiam que estavam sendo autores de um sacrifício, “do sacrifício por excelência”, que traria como fruto a salvação da humanidade. As dores, portanto, afligiam Jesus sem esta intenção. Ele, porém, porque amava o Pai, transformou-as em um meio de redenção, e assim, aqueles terríveis momentos foram, para Ele, a hora sempre esperada: a completa realização da sua divina aventura terrena. O exemplo de Jesus deve iluminar toda a nossa vida. Tudo aquilo que nos atinge, que nos acontece, tudo o que nos circunda e tudo aquilo que nos faz sofrer, devemos saber compreender como vontade ou permissão de Deus, Dele, que nos ama sempre. Deste modo, tudo se tornará mais que interessante na nossa vida, tudo terá sentido, tudo será extremamente útil. Coragem! Ainda estamos vivos. Estamos ainda em viagem. A vida ainda pode se transformar numa divina aventura… O desígnio que Deus tem sobre nós pode ainda realizar-se. Basta amar e manter os olhos abertos à sua sempre esplêndida vontade.
Chiara Lubich
(Chiara Lubich, Conversazioni in collegamento telefonico, a cura di Michel Vandeleene, Città Nuova, Roma, 2019, pp. 160-161)
Out 21, 2021 | Sem categoria
“Todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.” (Mt 25:40). Esta é a passagem evangélica que ganha vida nesta experiência narrada por Gustavo Clarià, um focolarino argentino que vive em Lima. Uma história que tem o sabor da alegria, a de pequenos gestos capazes de derrubar muros e fazer os outros felizes. A primeira vez que o vi, ele estava ali parado, imóvel, com algo em suas mãos que, à distância, eu não conseguia entender bem. A máscara dupla e um chapéu só permitiam um vislumbre de seus olhos. Aquele olhar monótono, perdido no vazio, tinha atraído minha atenção completamente. Ele estava ali, parado, segurando algo que quando me aproximei, descobri que era uma caixa de bombons. Não havia dúvida de que ele estava lá para vendê-los, mas não fez nada, nem mesmo um gesto para oferecê-los. Eu o cumprimentei, mas não obtive resposta. Ao sair da missa o cumprimentei novamente, mas ainda sem sucesso. “Este homem triste deve ter a minha idade”, pensei, “como a vida às vezes parece injusta”. No entanto, Deus o ama imensamente assim como me ama. Eu prometi a mim mesmo que o cumprimentaria sempre, mas era isto realmente o que ele desejava? Afinal, ele estava lá para fazer seu trabalho e obviamente esperava que alguém percebesse. Eu decidi comprar algo. Não tenho o hábito de gastar com doces ou comê-los em qualquer momento, mas tive que começar de algum modo. Parei na frente dele e me interessei pela variedade de seus produtos como se estivesse em uma grande loja de doces. Após cuidadosa consideração, escolhi um chocolate de menta. Paguei, agradeci-lhe e me despedi, sem despertar nele nenhuma reação. A cena se repetiu do mesmo modo por vários dias. Após quase um mês de ausência, voltei a assistir a missa na paróquia. Ele ainda estava lá, no mesmo lugar. Eu o saudei sem esperar nada, e com surpresa, apenas ele me reconheceu, um sorriso escapou de seus lábios, como se estivesse feliz em rever-me. Quase não acreditei. Durante a missa, no momento da coleta das oferendas, procurando no meu bolso, encontrei uma moeda de 2 euros. Eu estava prestes a colocá-lo na cesta quando pensei: “Jesus também se identifica com as pessoas que mais sofrem”. Com dois euros eu posso comprar outro bombom. Na saída, aproximei-me dele: “O que você tem para me oferecer hoje? Pela primeira vez ele me olhou e, com um gesto de cumplicidade, começou a procurar em sua caixa até encontrar o que queria que eu provasse: “Você vai gostar, é um chocolate com sabor de morango muito bom e custa 2 euros”. Não me pareceu real. Foi o diálogo mais longo do mundo. Ele havia proferido uma frase completa só para mim. Eu lhe agradeci muito por sua gentileza e me fui embora feliz. Mal posso esperar para vê-lo novamente para confirmar sua escolha: aquele chocolate de morango era realmente bom.
Gustavo E. Clarià
Out 19, 2021 | Sem categoria
É como assinar um cheque em branco, dar um salto no escuro. Confiar-se a Deus muitas vezes parece, diante dos nossos olhos, um desafio grande demais, que exige um impulso, uma coragem que não estamos dispostos a ter. Reconhecer a nossa pequenez, pedir ajuda e deixar que alguém cuide de nós com ternura, é o caminho para reconhecer o Amor providencial do Pai que nunca nos abandona e, com gratidão, colocar tal amor em circulação no mundo. Partilha O terremoto havia praticamente destruído a nossa casa. Meus filhos e eu dormíamos ao relento e não tínhamos quase o que comer. Um dia, quando não sabia mesmo o que por no fogo, confiando em Deus que é Pai, coloquei uma panela de água para esquentar. Estava quase fervendo quando chegou uma pessoa com uma sacola cheia de legumes e fruta. Comecei a fazer a sopa e logo mais alguém bateu à porta: era um amigo que veio trazer carne e um pouco de arroz! Quando voltaram do colégio, meus filhos ficaram atônitos diante da mesa: “o que aconteceu, mamãe? Você não disse que hoje não tínhamos nada para comer?”. Então contei a eles, que não querem saber de Deus, como as minhas orações tinham sido atendidas. Depois do almoço, porém, pedi a Jesus que me mandasse uma pessoa necessitada com quem pudesse partilhar o alimento recebido. No dia seguinte apareceu um jovem que me pediu um pouco de pão. Eu o acolhi com amor e mesmo se ele não queria abusar da nossa hospitalidade, porque viu que éramos pobres, fiz com que entrasse e servi para ele o almoço. (Lusby – Colômbia) Amor em círculo Na frente da universidade eu encontrei um senhor idoso, sujo e vestido com trapos, quase cego e com ferimentos por causa de suas quedas. Verdadeira imagem de Cristo na cruz. Ajudei-o a levantar-se e me propus a dar-lhe um banho. Entramos na universidade, criei coragem e fui pedir ao reitor, muçulmano, a permissão para usar o seu banheiro pessoal, o único que possui uma banheira, para que aquele pobre pudesse lavar-se, com a minha ajuda. Surpreso pelo pedido insólito, não apenas nos fez entrar, mas ele mesmo foi procurar o sabão. Depois acompanhei o velhinho até sua casa, comprei algo para ele comer e limpei seu quarto, inabitável por tanta sujeira. No dia seguinte fui convocado pelo reitor, interessado em saber os motivos daquele gesto. Foi assim que pude explicar que a minha escolha de amar o próximo une milhões de pessoas, de todas as religiões. Ele disse que gostaria de conhecer algumas delas e me deu uma soma para as necessidades do idoso. Também os meus colegas, que haviam visto a cena da chegada na universidade, fizeram uma coleta em dinheiro para comprar roupas novas para ele. (Bassam – Iraque) Três vacas Há algum tempo eu estava ajudando um rapaz pobre que tinha conhecido durante a nossa missão no campo de refugiados de Kakuma, noroeste do país, pagando as suas taxas escolares. Infelizmente, chegou o momento em que eu não tinha mais dinheiro para continuar com essa ajuda, e precisei explicar para ele a dificuldade. Mais tarde, quando esse rapaz me fez um novo pedido de ajuda, se renovou o meu sofrimento por não poder ajudá-lo. Foi então que decidi vender uma vaca que eu tinha na casa de meus pais, para permitir que ele continuasse os estudos. Naturalmente, ele ficou muito feliz por poder retomar as aulas. Na nova paróquia, onde estou há quase um ano, um dia veio uma representação dos meus paroquianos fazer uma visita de solidariedade, porque haviam sabido que meu pai estava doente Entre os presentes que me trouxeram havia três vacas. Eu não podia acreditar: só me vinham em mente as palavras do Evangelho: “Uma medida boa, calcada, sacudida e transbordante será derramada em vosso colo” (Lc 6,38). (Padre David – Quênia)
Aos cuidados de Maria Grazia Berretta
(retirado de “Il Vangelo del Giorno”, Città Nuova, anno VII, n.4, settembre-ottobre 2021)