Out 18, 2021 | Sem categoria
“Sabemos que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus”, é a palavra de vida que procuramos colocar em prática durante este mês de outubro de 2021. Chiara Lubich, nesta passagem, nos ajuda a aprofundar estas palavras que o apóstolo Paulo escreveu aos romanos. Ele (Deus) faz com que tudo coopere para o bem daqueles que o amam (…) Portanto, não é para qualquer pessoa que tudo coopera ao bem, mas para quem ama a Deus e corresponde ao seu amor. O seu amor por nós não é genérico, mas pessoal e especial, fazendo com que tudo coopere para o bem – isto é, a salvação, a verdadeira felicidade, o progresso espiritual – daqueles que o amam. Todas as coisas. Não se trata, portanto, unicamente da sua Palavra ou dos sacramentos, ou dos ministérios ou mesmo dos demais meios que Deus dispôs na Igreja para o nosso bem espiritual. Isto seria evidente. O apóstolo quer dizer algo mais: para a pessoa que crê no amor de Deus e o ama, as circunstâncias mais variadas, que condicionam a sua existência, não são simples obras do acaso ou das cegas leis da natureza ou da vontade dos homens, mas são guiadas por este amor. São as ocasiões e os meios de que Deus se serve para realizar a obra de santificação desta pessoa. Ele se esconde por trás de todos os acontecimentos da sua vida; como, por exemplo, uma determinada condição de saúde, um contratempo, uma imprevista mudança de programa provocada pelas circunstâncias; ele se esconde ainda por trás do estado de vida em que a pessoa se encontra, ou de uma provação moral imprevista, ou ainda de todo tipo de dificuldades que pode encontrar no trabalho. Ele se esconde também por trás do fato de ela se encontrar em determinado lugar, ou então ao lado de um determinado próximo. Para a pessoa que ama a Deus, tudo adquire um significado positivo, até mesmo as faltas da vida passada, porque em todas estas circunstâncias ela experimenta o amor de Deus que quer conduzi-la à santidade. (…) Antes de tudo, nunca parar no aspecto puramente exterior, material, profano das coisas, mas acreditar que cada fato é uma mensagem com a qual Deus nos exprime o seu amor. Veremos, então, como a vida – que pode nos parecer semelhante a um tecido do qual vemos apenas seus nós e fios confusamente entrelaçados – é uma realidade bem diferente: é o plano maravilhoso que o amor de Deus vai tecendo com base na nossa fé. Em segundo lugar, devemos em cada momento nos entregar de forma total e confiante a este amor, tanto nas pequenas como nas grandes coisas. Melhor ainda: se soubermos nos entregar ao amor de Deus nas circunstâncias comuns da vida, ele nos dará as forças necessárias para confiarmos nele também nos momentos mais difíceis, como podem ser uma grande provação, uma doença ou o próprio momento da nossa morte. Chiara Lubich
Chiara Lubich
Chiara Lubich, in Parole di Vita, a cura di Fabio Ciardi, Opere di Chiara Lubich, Città Nuova, 2017, pag. 297)
Out 16, 2021 | Sem categoria
Após poucos dias do encerramento do “Tempo da Criação”, aqui vão algumas reflexões e experiências sobre a contribuição que nós, cidadãos do mundo, pertencentes a diversas religiões, podemos oferecer para salvaguardar o nosso planeta e a humanidade, vendo na criação um ponto de encontro. Como “uma irmã, com quem partilhamos a existência” e como “uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços”. São as palavras com as quais o Santo Padre, ao descrever o nosso planeta, nos introduz à sua Exortação Apostólica Laudato Si. É um apelo do papa voltado a “todos os homens de boa vontade” e aos que creem: “A maior parte dos habitantes do planeta declara-se crente, e isto deveria levar as religiões a estabelecerem diálogo entre si, visando o cuidado da natureza, a defesa dos pobres, a construção duma trama de respeito e de fraternidade”.[1] Nossa casa está em perigo e a gravidade da crise ecológica que estamos vivendo precisa de um caminho para percorrer para o bem comum. Escavar em profundidade, até chegar à essência de cada fé é o modo para descobrir, maravilhados, que estamos unidos na criação. É o modo de nos reencontrar na beleza da diversidade, como irmãos que vivem sob o mesmo teto. “O judaísmo ensina que somos parceiros de Deus na criação”, explica Emily Soloff, diretora associada de relações inter-religiosas e intergrupais do Comitê Judaico Americano. “Não somos proprietários da criação”, continua, “mas temos a responsabilidade de proteger e cuidar do mundo. (…) O Shabbat é um dia da semana em que reduzimos conscientemente nosso consumo de energia, desligando completamente computadores, telefones e outros dispositivos eletrônicos. Não dirigimos nem fazemos compras durante o Shabbat. É um dia de descanso”. A modernidade nos distanciou progressivamente de ver a terra como uma manifestação do divino, deixando o homem triunfar sobre a natureza. Mostafa El-Diwany, médico muçulmano do Departamento de Medicina da Universidade de Montreal, Canadá, conta: “No islamismo, como nas outras fés abraâmicas, o centro do ser é a Unidade de Deus; o Criador é a fonte de tudo aquilo que existe (…). Como tal, cada organismo vivo e a matéria estão impregnados do Sagrado e, por consequência, são sagrados. Essa noção não obstrui de modo algum o estudo objetivo do mundo físico e do homem em seu interior. (…) Deus deu dignidade ao homem sobre o resto de Sua criação, confiando-lhe a vice-gerência. Não é um papel de domínio e de aproveitamento, mas uma posição de responsabilidade (…)”. Portanto, o que é visto como uma crise ambiental poderia ser visto como uma crise espiritual, a incapacidade de se reconectar com o divino e viver em harmonia com a natureza. Reestabelecer a ordem com a criação “é a base dos preceitos budistas”, diz Wasan Jompakdee, membro cofundador e ex-secretário geral da Fundação Dhammanaat para a conservação e o desenvolvimento rural na Tailândia. Ao falar sobre a obra iniciada por Phra Ajahn Pongsak Techadhammo, monge fundador, conta: “Há cerca de trinta anos, ele começou a observar a perda de árvores e terreno nas montanhas da Tailândia setentrional. As bacias hidrográficas em altitudes elevadas que alimentavam os riachos e rios subjacentes estavam danificadas, causando a lenta seca dos rios. (…) Ele deu um passo radical para inverter a desertificação, mobilizando os habitantes para regenerar suas terras estéreis e recuperar as bacias hidrográficas. (…) Hoje, as áridas terras amarelas desertificadas que havia protegido tornaram-se verdes novamente com árvores frutíferas”. É uma lógica de compaixão por aquilo que nos circunda, por aquele espaço que nos foi dado e que devemos compartilhar. Segundo o hinduísmo, “a natureza”, diz Meenal Katarnikar, membro da Faculdade de Filosofia da Universidade de Mumbai, “pertence a todos, aos animais, aos homens, aos deuses e às plantas e ama todos do mesmo modo. Na Índia”, continua, “as rimas da nossa infância refletem a nossa amizade com os animais como as vacas, os pardais e os corvos. Cada colherada com a qual a mãe alimenta o filho está associada ao ‘irmão pardal’, ou ‘querido corvo’, ou ‘irmão pavão’”. Essa fraternidade, que lembra tanto o “Cântico das criaturas” de São Francisco de Assis, só é possível se nos redescobrirmos loucamente apaixonados pela criação. É um ímpeto que concerne a todos indistintamente, também no âmbito cristão, em que há várias Igrejas. O patriarca ecumênico de Constantinopla Bartolomeu I na Cimeira de Halki (Turquia) em 2012 disse: “nós, cristãos, somos chamados a aceitar o mundo como sacramento de comunhão, como forma de partilhar com Deus e com o próximo numa escala global. É nossa humilde convicção que o divino e o humano se encontram no menor detalhe da túnica inconsútil da criação de Deus, mesmo no último grão de poeira do nosso planeta”.[2]
Maria Grazia Berretta
[1] Papa Francisco, Carta Encíclica Laudato sì, 201. Fonte: vativan.va , acessado em 15/10/2021. [2] Bartolomeu, Discurso Global Responsibility and Ecological Sustainability: Closing Remarks, I Cimeira de Halki, Istambul (20 de junho de 2012). Fonte: vativan.va , acessado em 15/10/2021.
Out 15, 2021 | Sem categoria
Continua o projeto do Movimento Juvenil pela Unidade, do Movimento dos Focolares, para vencer a fome no mundo. Sábado, 16 de outubro de 2021, uma live streaming mundial – de 9:30 às 11:00, hora de Brasília – reunirá centenas de jovens para testemunhar o seu compromisso.
“Com certeza agora vamos nos comprometer com mais entusiasmo para este objetivo. Já nos sentimos parte da Geração sem Fome. É um grande sonho imaginar que, também graças à nossa contribuição, dentro de poucos anos não haverá mais fome no mundo”. Com estas palavras, Elena e Agnese, adolescentes do Movimento Juvenil pela Unidade, falaram na FAO, em junho de 2018. Com outras 630 adolescentes, de 9 a 14 anos, de 16 países, Elena e Agnese estavam na grande sala plenária (veja o vídeo) da sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma (Itália). O convite da FAO aos Juvenil pela Unidade era muito claro: “Jovens, nós precisamos de vocês, ajudem-nos a derrotar a fome no mundo”. São 17 os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que os 193 estados membros da Nações Unidas aprovaram em 25 de setembro de 2015, comprometendo-se em atuá-los dentro de 15 anos (2015-2030). O segundo objetivo é extinguir a fome do nosso planeta. Aquelas jovens assinaram a carta de compromisso, tornando-se assim as primeiras cidadãs Fome Zero. A partir daquele dia teve início uma competição de amor global dos Rapazes pela Unidade para alcançar o objetivo Geração sem Fome. Na Venezuela, por exemplo, a situação é devastadora. As famílias pobres tem mais medo da fome do que da pandemia de Covid 19. Mas, através de um Centro de alimentação, os adolescentes conseguem ajudar um grupo de famílias. E ainda, desde 2017, uma rede de profissionais médicos, psicólogos, nutricionistas e alguns párocos, procura construir relacionamentos sociais mais tranquilos, baseados na Regra de Ouro: “Faça aos outros o que gostaria que fosse feito a você”. Na Tailândia os adolescentes distribuem sementes de verduras aos amigos e suas famílias, para que plantem verduras orgânicas e possam economizar o dinheiro, porque todos sofrem pela crise global. Na Argentina, Fran faz parte de um grupo chamado “Corazones solidarios”: jovens estudantes universitários vão todos os dias para as ruas, para distribuir o café da manhã às pessoas sem moradia. “Quando você se aproxima deles – ele conta – os seus rostos mudam, o recebem de braços abertos e abrem um lugar para você em seus corações. Toda manhã saímos de casa para fazer esse serviço, vamos com as sacolas cheias e voltamos com as garrafas térmicas vazias e os corações felizes”. Em Portugal, os jovens de Lisboa vão em um bairro onde moram muitas famílias em dificuldade. Uma competição de amor foi lançada para conseguir cobertores, alimentos, e várias pessoas se ofereceram para preparar macarrão e arroz. Mas, assim que davam essa comida, logo a Providência chegava com mais alimentos, para distribuir a outras famílias. Essas e outras histórias serão contadas durante a live streaming – dirigida a adolescentes, jovens e adultos – no sábado, 16 de outubro de 2021, das 9:30 às 11:00 (horário de Brasília). A transmissão será traduzida em 12 línguas, basta clicar neste link. A carta de compromisso #cabeçacoraçãomãos Para viver e difundir um novo estilo de vida, os adolescentes do Movimento Juvenil pela Unidade idealizaram oito trilhas, a serem vividas pessoalmente ou em grupo. E há também a carta de compromisso, que os torna cidadãos ativos, colocando em ação a cabeça, o coração e as mãos. Cabeça. Usemos a cabeça para estudar e nos informar. Quanto mais eu conheço a realidade na qual vivem os pobres, mais eficaz será o meu compromisso. Coração. Escutemos com o coração o grito de quem sofre: sensibilizemos a nós mesmos e muitos outros. Não posso extinguir a fome do mundo sozinho, mas posso envolver o maior número de pessoas possível para alcançar o objetivo. Mãos. Abramos as mãos à acolhida, coloquemo-nos em ação concretamente e diariamente para derrotar a fome. Comprometamo-nos a evitar qualquer tipo de desperdício.
Lorenzo Russo
Out 14, 2021 | Sem categoria
É uma garantia do amor. A certeza de que tudo na vida tem sentido. São Paulo, nesta frase da carta aos Romanos (Rom. 8,28), nos revela o quanto cada experiência humana, desde a mais linda até a mais complexa, é parte de um plano maior, um plano de salvação. A chave para acolher esta proposta é se entregar ao Pai e confiar nele. O caminho para a felicidade Estava tocando violino pelas ruas, não para arrecadar dinheiro, mas porque percebi, quando tocava nas festas, que as pessoas ficavam felizes. Então porque não ampliar o âmbito? Um dia uma senhora que pelos trajes parecia ser pobre, embora dignamente, ficou ouvindo-me por muito tempo, e desculpou-se por não poder colocar sequer uma moeda na custódia do violino. Ela se esquivou quando eu lhe propus que pegasse o quanto precisasse, porém acabou aceitando algumas moedas: “Vou comprar pão”, e foi embora em lágrimas. No dia seguinte toquei na mesma rua, exibindo uma placa: “Para quem precisar”. Muitos pegaram algumas moedas, mas muitos deixaram cédulas. Quando eu estava prestes a partir, a senhora que me havia dado a ideia se aproximou de mim. Contei a ela o que havia acontecido; e perguntei se ela aceitava, o dinheiro arrecadado era para ela. Ela me contou sobre o colapso financeiro que havia reduzido sua família à pobreza. Posteriormente conheci seu esposo enfermo e uma filha desempregada que agora é minha esposa. Fazer os outros felizes é o caminho para a felicidade. (O.A. – França) Confiar em Deus Por ocasião dos batizados de nossas filhas, como de costume, fizemos comemorações muito simples, sem desperdício, abrindo a casa a amigos e parentes, e como recebíamos sempre dinheiro de presente, parte dele era destinada a um projeto para recém-nascidos em um país africano. Lembro-me do batismo de nossa terceira filha: naquela época, tanto eu quanto minha esposa estávamos desempregados, por isso era difícil decidir se enviávamos ou não o dinheiro que tínhamos recebido (250 euros). Depois, confiamos em Deus e o enviamos. Alguns meses depois, eles nos informaram que haviam rezado pedindo justamente aquele valor; além disso, aquele dinheiro chegou exatamente no momento em que não possuíam mais nada para alimentar os recém-nascidos e seria suficiente para três meses… Ficamos muito emocionados! Não só não nos faltava nada, mas minha esposa, que na época precisava de algumas roupas, recebeu de presente um casaco, um vestido, uma jaqueta, duas saias e três vezes mais dinheiro! (D.P.- Itália) A lembrança de um amigo Uma característica de meu amigo Urs era seu grande poder de comunicação: com um sorriso e palavras inspiradoras, ele transmitia experiências pessoais de seu relacionamento com Deus. Seja no trabalho, no trem, em um quarto de hospital, durante o esporte ou nas férias – cada ocasião era uma boa oportunidade para estabelecer relações não superficiais. Muitos se lembram de sua capacidade de escutar, de proximidade, especialmente com quem sofria. Ele era o líder de um grupo de jovens em Zurique que estavam envolvidos em uma iniciativa para ajudar os toxicodependentes. Graças a ele, mais de 30 deles conseguiram se recuperar e vários se aproximaram a uma vida de fé. No último período de sofrimento devido a um câncer, Urs não se deixou abater: “Tudo é amor de Deus, tudo, realmente tudo”, repetiu ele. E apesar de um futuro tão incerto, ele permaneceu sereno e confiante. Estabeleceu una ajuda recíproca com outros dois amigos que se encontravam nas mesmas condições. Ele disse: “Eu dei tudo a Deus sem se, e sem mas… e Ele cumpriu suas promessas em mim: recebi cem vezes mais já aqui na terra. Sou feliz”. Palavras que expressam bem quem ele foi para nós. (F. – Suíça)
Elaborado por Maria Grazia Berretta
(extraído de O Evangelho do Dia, Città Nuova, ano VII, nº4, setembro-outubro 2021)
Out 12, 2021 | Sem categoria
Um pai consegue finalmente ter recursos para comprar uma casa para seus filhos. Mas ele próprio não tem os recursos financeiros e físicos para reformá-la. Uma comunidade ao seu redor toma providências.
“Muitas pessoas vieram para me ajudar e, em três dias, conseguimos refazer o telhado e substituir os tetos feitos de terra e palha por tetos de gesso cartonado”. Estas são as palavras cheias de entusiasmo de Janos Kalman, sérvio, de nacionalidade húngara e pai de três filhos. Há algo de extraordinário no trabalho que está sendo feito em sua casa. Até pouco tempo, ele vivia em uma casa muito velha, sem água, no meio de campos não cultivados, e seu sonho era ter uma própria. Mas ele nunca poderia pagar por isso. Graças à indenização por um acidente e à generosidade de muitos, ele finalmente conseguiu o dinheiro para comprar uma casa. Mas havia outro problema. Precisava ser reformada. “Eu gostaria de poder fazer a reforma”, diz ele, “mas estava ciente de que nunca conseguiria isso sozinho”. Janos caminhou durante 10 anos de muletas devido a um acidente de trabalho. Hoje ele está caminhando novamente, mas ainda não consegue dobrar o joelho, e precisava de ajuda com seu trabalho. Foi assim que a comunidade dos Focolares se propôs a colocar em prática o lema #daretocare (“ousar cuidar”), proposto pelos Jovens por um Mundo Unido. (www.unitedworldproject.org/daretocare2021)
“Decidimos fazer uma lista das pessoas mais necessitadas”, explica Cinzia Panero, membro dos Focolares na Sérvia, “algumas estavam com dificuldades financeiras, outras doentes, outras ainda sem casa”. Era o caso de Janos, que ainda tem trabalho, “mas a ajuda que recebi foi um grande presente para mim”, diz ele. Há mais um fato importante que faz a diferença nesta história: a casa de Janos está localizada em Voivodina, uma região autônoma da Sérvia composta por vários grupos étnicos (eslovacos, rutênios, romenos, croatas, com uma população maioritariamente de língua húngara). Além disso, algumas pessoas da República Tcheca contribuíram para os trabalhos de renovação, coletando dinheiro para os materiais necessários e enviando dois participantes para a Sérvia. Tudo isso tendo atenção e delicadeza: aqueles que contribuíram financeiramente, por exemplo, quiseram escrever uma mensagem pessoal dirigida àqueles que receberiam a soma enviada. Os beneficiários responderam com gratidão e emoção. Foi um gesto que ajudou a construir um senso de família apesar da distância. Um verdadeiro trabalho de equipe entre diferentes culturas. Entre os voluntários que ajudaram, houve um que disse: “Além de ajudar alguém necessitado, eu senti que também estava ajudando a mim mesmo a sair da minha zona de conforto”. Um pode ir em direção ao outro para construir uma casa. E assim, ser um lar.
Por Laura Salerno
Ver o vídeo da experiência
Out 11, 2021 | Sem categoria
Estamos numa época em que temos de caminhar juntos, ao estilo sinodal. Nesta passagem é-nos pedido que coloquemos o amor pelos nossos irmãos e irmãs em primeiro lugar, com cada irmão e irmã, mas especialmente com aqueles com quem trabalhamos, estudamos e vivemos. Ajudar o irmão resume todos os nossos deveres. Isso vem confirmado […] por uma daquelas palavras da Escritura centradas no amor e que ressoa em nós de modo especial: “Toda a lei está contida numa só palavra: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.” (Gl 5,14). Se é assim, para nós, tensão à santidade significa concentrarmos toda a nossa atenção, o nosso esforço em amar o irmão. Para nós, buscar a santidade não consiste tanto em eliminar os nossos defeitos um por um, mas em amar, em pensar nos outros, esquecendo completamente de nós mesmos. […] Mas já se sabe que, quem ama o irmão, quem vive projetado no outro logo percebe que, na realidade, não é mais ele que vive em si, pois é Cristo. Jesus vive no seu coração. E quem é Jesus? É a santidade. Nós encontramos a santidade em Jesus, a santidade que floresce em nós porque amamos. A santidade vem como consequência do amar. E nós não podemos alcançá-la senão desta maneira. Se buscássemos a santidade por si mesma, nunca a alcançaríamos. Amar, portanto, e nada mais. Perder tudo, até o apego à santidade, para ter em vista somente o amor. Só assim poderemos, um dia, fazer da santidade um dom a Maria. […] Hoje recomecemos como se fosse o primeiro dia da nossa revolução de amor, o primeiro dia da nossa Santa Viagem. Vamos recomeçar sem pensar em mais nada, porque tudo se resume no amor. Vivamos com a disposição de amar cada próximo como a nós mesmos e, por isso, na atitude constante de assumir plenamente cada situação particular. […]
Chiara Lubich
https://vimeo.com/623448122 (LUBICH, C; Editado por Michel Vandeleene, Conversazioni in collegamento telefonico, Cittá Nuova, Roma, 2019, pp. 120-121)