Movimento dos Focolares
Concurso nacional para as escolas. Uma cidade não basta. Chiara Lubich, cidadã do mundo

Concurso nacional para as escolas. Uma cidade não basta. Chiara Lubich, cidadã do mundo

Na sexta-feira, 17 de maio de 2024, ocorreu no Auditorium do Centro internacional do Movimento dos Focolares (Rocca di Papa, Roma), a premiação do Concurso nacional para as escolas. Uma cidade não basta. Chiara Lubich, cidadã do mundo , promovido pelo Centro Chiara Lubich, New Humanity, Fundação Museo Storico del Trentino, com apoio do Ministério da Educação e Mérito italiano.

Em sua quarta edição, o Concurso, aberto a todas as escolas italianas, em território nacional e internacional, foi mais uma vez uma oportunidade para muitas crianças e adolescentes das escolas primária e secundária de primeiro e segundo graus refletirem sobre temas atuais como a paz, a sustentabilidade ambiental e os assentamentos, com referência aos objetivos da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável e, sobretudo, à luz do pensamento e do testemunho de Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, promotora de uma cultura de unidade e fraternidade entre os povos.

Participaram cerca de 330 alunos de 14 escolas que, do norte ao sul da Itália, incluindo as ilhas, apresentaram 21 trabalhos de naturezas diferentes, resultado de percursos articulados e cuidadosos feitos nesse tempo, com o suporte de seus professores.

A premiação, da qual participaram presencialmente e de forma online as escolas ganhadoras e aquelas que receberam uma menção honrosa pelo valor dos trabalhos, foi um momento de partilha e troca, que evidenciou não só a criatividade dos adolescentes, mas em particular a grande atenção deles pelos temas propostos pelo regulamento do Concurso. Uma ideia dessas gerações novas que muitas vezes nos escapa é aquela de imaginá-los capazes de olhar ao redor, de refletir, levantando questões sobre a possibilidade de um futuro e um mundo melhores, idealizando caminhos que podem ser percorridos para alcança-los.

Entre as personalidades presentes e entre elas os que entregaram os prêmios às escolas vencedoras, estavam o doutor Luca Tucci, diretor no departamento III (área do bem-estar biopsicossocial, educação transversal e legalidade) da Direção Geral do estudante, inclusão e orientação escolar do Ministério da educação e Mérito; doutor Fabrizio Bagnarini, do terceiro departamento do Ministério da Educação e Mérito; o doutor Giuseppe Ferrandi, diretor da Fundação Museu Histórico do Trentino; o professor Maurizio Gentilini, , historiador e pesquisador do CNR (Centro Nacional de Pesquisa); odoutor Marco Desalvo, presidente de New Humanity.

Pouco antes de a premiação entrar ao vivo, em sua saudação, o doutor Tucci, conectado online com a sala, ao reafirmar o apoio que o Ministério garante a essa iniciativa, afirmou: “levar para frente certos valores por meio da sensibilização dos adolescentes e dos estudantes é, acredito eu, uma operação fundamental não só para o crescimento deles, mas em geral para a nossa sociedade”.

Quem ficou em primeiro lugar na categoria Escola primária foi a classe 4C do I.C. 2° círculo “Garibaldi” complexo “A. Moro”, de Altamura (Bari), com o trabalho O país da Fraternidade, um texto poético que não só exprime conceitos-chave do pensamento de Chiara Lubich de maneira original, mas propõe uma visão confiante no futuro do mundo.

Para a Escola Secundária de I grau o segundo lugar foi para a 1C do I.C. “San Nilo” complexo “I. Croce”, Grottaferrata (Roma), com Construamos a paz! TgPeace um telejornal inovador feito inteiramente pelos adolescentes, imagem de um percurso articulado que restitui a esperança concreta da classe e o empenho cotidiano deles pela paz. Já o primeiro lugar foi para a 3D, do I.C. “Filippo Mazzei”, Poggio a Caiano (Prato) com o Jogo: origami pelo meio ambiente, uma atividade que supera o aspecto lúdico e se propõe como instrumento de reflexão e ação concreta em favor do meio ambiente.

Na categoria Escola Secundária de II grau em segundo lugar, um empate merecido: as classes 2 e 3C do Liceu clássico “A. Doria”, Gênova, com A casa comum, trabalho digital que se apresenta como fruto de um trabalho de reflexão realizado ao redor dos temas já citados para restituir às pessoas da mesma idade como proposta de percurso didático; o trabalho textual O amor que faz alargar corações e braços de Estelle Le Dauphiin, classe 5I do I.I.S. Liceu “A. Bafile”, L’Aquila, uma reflexão a partir de uma experiência pessoal e concreta, sobre o pensamento de Chiara Lubich, focalizando a atenção no conceito de dom como expresso também pelo antropólogo e sociólogo francês Marcel Mauss.

O vencedor do primeiro prêmio foi o trabalho Horizontes, fotografia de Bilardello Giulia, Marino Sara, Parrinello Chiara, alunas da 3G do Liceu cinetífico “P. Ruggeri”, Marsala (Trapani). Uma mensagem de paz e a esperança de um horizonte em que mar e céu se unem e no qual todos, juntos, podem colaborar para construir um mundo mais fraterno.

Maria Grazia Berretta

Evangelho vivido: “Quem não ama não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor” (1 Jo 4,8)

Evangelho vivido: “Quem não ama não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor” (1 Jo 4,8)

Ressuscitar

Jesus Ressuscitado nos abriu a estrada, mas agora a Ressurreição acontece toda vez que “ressuscito” em mim mesma, vencendo o meu egoísmo. Esta tomada de consciência, que é a caridade colocada em ação, aos poucos está mudando a minha vida. Não é só meu marido que diz isso, mas também é percebido pelos meus filhos, pelas amigas. Desejando saber mais, comecei a ler a vida dos santos, que até então tinha evitado, e encontrei a confirmação deste segredo que é a chave para uma vida verdadeira. Uma noite o nosso filho voltou para casa atordoado, quase ausente. Passou mal a noite. Estava drogado. Como, talvez, fosse uma das primeiras vezes, a reação foi forte. Nos dias seguintes procurei ir além de todas as minhas perguntas, da busca pelos culpados, da dúvida sobre as amizades. Porém, num certo momento eu “ressuscitei” para ser somente amor para com ele. Numa tarde, eu estava sentada ao seu lado sem dizer nada. Naquele silêncio pleno ele me disse: “Obrigado mãe, pelo modo como vocês me acolhem. Se um dia eu for pai, quero ser como você, com um coração que não tem horizontes”.

(M.S. – Holanda)

Onde não há amor…

Na agência dos correios, aonde normalmente eu vou para retirar a correspondência ou para outros serviços, até algum tempo atrás eu encontrava empregados nervosos e grosseiros comigo, principalmente o diretor, que um dia chegou até a gritar pelo meu atraso em retirar uma certa soma. Da minha parte, procurando me deixar guiar pela frase de São João da Cruz, “onde não há amor, coloca amor, e encontrarás amor”, suportei, continuando a cumprimentar todos com gentileza. Com este modo de agir, por amor a Jesus, aos poucos eu pude criar relacionamentos mais humanos naquela agência. Uma prova disso foi quando, tendo oferecido a um dos funcionários um bilhete para um sorteio beneficente, também os outros colegas se interessaram e quiseram um, inclusive a senhora que faz a limpeza. Até mesmo o diretor veio pegar um bilhete, aliás, logo depois me pediu mais um. Então eu disse: “Espero que ao menos um prêmio seja para alguém de vocês!”. E ele: “Não importa! Mesmo se não ganharmos, fizemos juntos algo de bom!”.

(M.F. – Itália)

Uma ocasião para amar

Há cerca de 15 anos, eu fazia voluntariado no centro de acolhida de uma Cáritas Diocesana. Um dia chegou uma jovem mulher, perguntou-me se podia colocá-la em contato com uma ginecologista porque queria fazer um aborto, não tinha possibilidades econômicas para sustentar as despesas com a nova vida que trazia em si. Naquele momento senti um aperto no coração, mas vi também a grande oportunidade de amar aquela jovem mãe e sua menina. Falei com ela sobre o dom maravilhoso que é a vida e que as dificuldades econômicas não podiam ser um obstáculo, que estávamos ali para ajudá-la. Passado algum tempo a mamãe veio me cumprimentar, estava com sua linda bebê nos braços. Ela me disse com um grande sorriso: “Esta é a minha bebê e eu queria que você a conhecesse! Obrigada por me ter escutado naquele dia. E ela também lhe agradece!”. Fiquei profundamente comovida e grata a Deus, grata porque aquele encontro tão especial, grata por Ele me ter dado uma ocasião de amar.

(M.M- Itália)

Organizado por Maria Grazia Berretta
(retirado de “O Evangelho do Dia’, Città Nuova, ano X– n.1, maio-junho de 2024)

Evangelho vivido: as boas-vindas à reciprocidade

Evangelho vivido: as boas-vindas à reciprocidade

Quem ama participa da vida de Deus e experimenta a sua liberdade e a alegria de quem se doa. Sair de nós e ir ao encontro do outro por meio da escuta abre as portas à comunhão com os irmãos e dá vida à reciprocidade. Na prisão Sou um capelão carcerário. Para mim, cada um dos detentos é “Cristo encarcerado” a ser amado. Durante a quaresma, para prepará-los para a Páscoa, pensei em ler trechos do Evangelho acompanhados de experiências. Como constatei um certo interesse, tive a ideia de apresentar jovens de um movimento eclesial àquelas pessoas. Com as autorizações necessárias, na primeira vez que eles chegaram, ainda antes de pisarem na prisão, rezamos para que o nosso ser fosse um dom para os detentos. Não falamos muito. Mas depois de ter celebrado a missa, animada pelos cantos daqueles jovens, vi homens calejados por uma vida desregrada chorando e os ouvi dizer: “Ainda existem almas puras!”. Evidentemente nunca os haviam encontrado antes. Até hoje, aqueles jovens voltam uma vez ao mês para animar a missa e são sempre muito esperados. E quando um detento foi transferido para outra prisão para ficar mais próximo de sua família, só lamentou uma coisa: perder o contato com eles. (Padre Marco – Itália) Em comunhão verdadeira Recebi o telefonema de uma colega acadêmica com a qual não falava há tempos. Ela me perguntou as novidades, dentre as quais sobre as crianças e, em particular, sobre o mais novo. Evidentemente, não tinha recebido a notícia de que a gravidez não havia chegado ao fim. A essa altura, lhe contei como as coisas aconteceram, mas, ao mesmo tempo, senti que devia compartilhar com ela a experiência mais íntima daquele evento tão doloroso: a particular união com Deus experimentada graças ao suporte e ao amor concreto de familiares e amigos. Enquanto eu falava, percebendo uma escuta profunda por parte da minha amiga, me veio à mente que nos tempos em que estudávamos, nunca tínhamos ousado falar de Deus entre nós. E por isso foi uma grande surpresa quando, no fim da chamada, ela me confidenciou: “Sabe, no mais profundo do meu ser, sempre acreditei, mesmo não querendo admitir, mas agora, ouvindo você assim, tão serena, sinto um grande desejo de aprofundar esse conhecimento. Por que não nos encontramos para conversar?”. (J.V. – Bélgica)

Por Maria Grazia Berretta

(trecho de Il Vangelo del Giorno, Città Nuova, ano X– n.1° maio-junho 2024)

Despertar a mudança: Semana Mundo Unido 2024

Despertar a mudança: Semana Mundo Unido 2024

De 1° a 7 de maio se realizará a Semana Mundo Unido, laboratório global e exposição de iniciativas para restaurar a paz e a fraternidade entre indivíduos e povos. De 1° a 7 de maio de 2024 se realizará a Semana Mundo Unido (SMU) que, este ano, converge o seu esforço global para a paz com o intuito de construí-la em várias direções: atenção aos pobres, aos excluídos, ao cuidado com o ambiente, à formação das consciências, à educação à paz. O slogan deste ano é “Embrace Humanity, Spark Change”, ou seja, “Abraçar a Humanidade, Despertar a Mudança”; ponto de partida e inspiração para muitas iniciativas que estão sendo feitas em várias cidades do mundo. SMU 2024, Genfest mundial A SMU iniciará com o evento internacional de abertura no dia 1º de maio em Loppiano (Florença-Itália), mas outras cidades do mundo também serão envolvidas imediatamente, e continuarão, até 7 de maio, a ser uma espécie de “laboratório” para criar sinergias, partilhar ideias, boas práticas e criatividade. A SMU 2024 acontecerá dois meses antes do Genfest, festival mundial de fraternidade, promovido pelos jovens do Movimento dos Focolares. O Genfest, que se realizará em Aparecida, Brasil, no próximo mês de julho, apresenta o compromisso “local” de muitas comunidades do Movimento dos Focolares que, em rede com Organizações, Movimentos e Instituições se empenham em contextos locais para responder às necessidades e desafios mais urgentes de um determinado território. A “mudança”, que os jovens do Movimento dos Focolares querem promover com as suas comunidades, se concentra nas áreas do mundo mais devastadas pela guerra, pelo impacto ambiental e pelas migrações forçadas. Quem são os protagonistas da SMU São os jovens do mundo inteiro: Giacomo, por exemplo, um italiano, foi para o Quênia graças ao projeto internacional de voluntariado MilONGa, onde trabalhou em alguns orfanatos de Nairobi. Ou Daphne, indiana, que conta a aventura do Reach Out, o projeto nascido em Goregaon, um subúrbio ao leste de Mumbai, por alguns jovens dali, para apoiar cerca de 70 famílias em situação de pobreza. Ícaro, Sam e David moram no Brasil, em Fortaleza, e fazem uma experiência de voluntariado no “Condomínio Espiritual Uirapuru” (CEU). Ali atuam 21 associações que atendem crianças carentes, pessoas com HIV e dependentes químicos. 1° de maio, início da SMU Essas e outras histórias serão apresentadas durante a abertura da SMU, diretamente de Loppiano, com um evento internacional que será transmitido on line e traduzido para 5 idiomas (italiano, espanhol, português, inglês e francês). O evento poderá ser acompanhado no canale Youtube de UWP ou conectando-se ao site UWP (unitedworldproject.org). Para a ocasião, a cidadezinha internacional do Movimento dos Focolares acolherá três aldeias temáticas: paz interior, paz com os outros, paz no mundo. Nestes espaços, os participantes poderão explorar, em vários workshops, as seguintes temáticas associadas à paz (Economia da paz; Não existe diálogo sem escuta; Os conflitos nas nossas cidades; Água, fonte de paz?). O projeto Living Peace International, Paz e arte: a harmonia entre diferentes povos etc.). O fio condutor que unirá idealmente todo o percurso que farão será a descoberta da arte do diálogo. Conectando-se ao site da UWP será possível acompanhar outros eventos e histórias da SMU, como o Peace Got Talent que se realizará no dia 4 de maio. Mas também a Run4Unity, a corrida de revezamento pela paz e pela unidade, promovido por milhares de adolescentes do mundo (mas os adultos também correm!) e que se realizará no dia 5 de maio: segundo as possibilidades, os eventos desportivos se realizarão em lugares simbólicos da paz, na fronteira entre países ou comunidades em conflito, ou em lugares que “falam” de inclusão.

Stefania Tanesini

20240429-Comunicato stampa-PT

Costa do Marfim: simpósio da EdC sobre a revolução da doação

Costa do Marfim: simpósio da EdC sobre a revolução da doação

No dia 13 de abril, o Instituto Universitário CERAP de Abidjan, na Costa do Marfim, acolheu um colóquio sobre a Economia de Comunhão intitulado: “A revolução da dádiva: um novo paradigma para a economia africana”. No dia 13 de abril de 2024, o Instituto Universitário Cerap, na Costa do Marfim, sediou um vibrante simpósio com foco na Economia de Comunhão (EdC). Com a presença de 146 participantes, provenientes principalmente da conceituada Faculdade de Economia dessa universidade, o evento proporcionou uma plataforma para discussões estimulantes e novas percepções sobre modelos econômicos alternativos. Tendo como pano de fundo os modelos econômicos vigentes atualmente, marcados por uma cultura de consumo em vez de uma “cultura de doação”, os participantes se envolveram com entusiasmo nas apresentações dos conferencistas. Padre Bertin Dadier e Madame Julie Bodou Kone ocuparam o centro da cena, iluminando o potencial transformador da EdC como uma força complementar em nossa estrutura de mercado existente. Suas apresentações aprofundaram os princípios e valores fundamentais por trás da EdC, promovendo um entendimento mais profundo entre os participantes. Apesar do ceticismo inicial, seguiram-se trocas profundas, com os participantes buscando desvendar as implicações práticas dessa abordagem inovadora. Um dos destaques do simpósio foi a apresentação do empreendimento de EdC da Chocomabs, que ofereceu um exemplo tangível de como esses princípios podem ser colocados em prática. À medida que os participantes se aprofundavam no estudo de caso, uma sensação palpável de entusiasmo e curiosidade permeava a sala, destacando a relevância de tais iniciativas na sociedade atual. Steve William Azeumo, coordenador da Ação em prol da Economia de Comunhão na África Central, fez uma apresentação impactante. Azeumo enfatizou o papel crucial da incubação de empreendedores da EdC, oferecendo exemplos convincentes de Camarões para ilustrar seu discurso. Ele também enfatizou a importância de fomentar e promover essas empresas na sociedade, simbolizando sua importância com as sete cores do arco-íris. Para o futuro, o impulso gerado pelo simpósio está pronto para catalisar mudanças tangíveis. Estão em andamento planos para criar um clube de EdC dentro da universidade, proporcionando uma plataforma para exploração e colaboração contínua entre a Comissão de EdC, os alunos e os membros do corpo docente. Essencialmente, o simpósio de EdC no Cerap serviu como um catalisador para o diálogo, desafiando o pensamento convencional e estabelecendo as bases para um futuro econômico mais inclusivo e sustentável. Fonte: EdC