
“Uma boa dose de otimismo, porque percebe-se que Deus está agindo na Igreja”. Foi a consideração espontânea da presidente dos Focolares, Maria Voce, na conclusão da Assembleia anual do Conselho Pontifício para os Leigos, da qual participou.
O ministério vaticano, que sustenta as atividades dos fieis leigos e das associações e movimentos, nas várias realidades do mundo, desejou este ano dedicar o encontro ao tema “A questão de Deus hoje”. Três dias intensos, 24 a 26 de novembro, com encontros e debates, testemunhos concretos e pessoais – fato inédito – de alguns leigos, sobre como a vida deles foi transformada pelo encontro com Deus. “Parecia-me – comentou Maria Voce a este propósito – que na Igreja tivesse entrado quase um novo estilo de comunhão, que privilegia a narração de experiências de vida vivida”.
Das intervenções na plenária emergia a forte urgência atual de falar de Deus. “Deixar de fazê-lo – observou Maria Voce – significaria renunciar à busca da verdade, aquela que se manifesta na desesperada sede de felicidade e na angústia diante da perspectiva da morte. Mas para fazê-lo é necessário ‘dar um passo ulterior’, que é o da relação profunda com o outro, uma relação verdadeira, onde cada um deve morrer a si mesmo para acolher completamente o outro. Uma morte por amor, uma dádiva”.
As Assembleias anuais do Conselho Pontifício para os Leigos são também oportunidades preciosas para encontrar os membros de outros Movimentos e Associações. “Nessas ocasiões – afirmou a presidente – vê-se quanto relacionamento os Movimentos tem entre si. Sente-se que esse relacionamento é construído nas várias partes do mundo”. África, Europa, Américas, Ásia, Oriente Médio. Maria Voce recordou: “Emergia uma presença nova do martírio, e os movimentos são muito comprometidos nesse testemunho: testemunhar Deus até nessas condições, vivendo plenamente a fé. E enquanto, em algumas regiões do mundo, existe o martírio de sangue, na Europa, ao invés, existe o problema do secularismo, e os cristãos dão um testemunho forte, que muitas vezes, aqui também, traz a marca do martírio”.
Na Assembleia falou-se ainda da Jornada Mundial da Juventude de Madri. “Uma extraordinária cascata de luz, de alegria e de esperança – disse o Papa Bento XVI encontrando os participantes – iluminou Madri, mas também a velha Europa e o mundo inteiro, propondo novamente, de modo claro, a atualidade da busca de Deus. Ninguém pode ficar indiferente, ninguém pode pensar que a questão de Deus seja irrelevante para o homem de hoje”.
Também a presidente do Movimento dos Focolares cumprimentou pessoalmente o Papa Bento XVI, que disse: “Os focolarinos não podem faltar”. “Santo Padre – ela respondeu –, este ano todo o Movimento está empenhado em viver a Palavra de Deus, assim nos preparamos também para o Sínodo”. E o Papa disse: “Obrigado”.