Novembro de 2020

Quem nunca chorou na vida? E quem não conheceu pessoas cuja dor extravasava através das lágrimas? Mais ainda: quando os meios de comunicação trazem para dentro de casa imagens do mundo inteiro, corremos até mesmo o risco de nos acostumarmos, de endurecermos o coração diante da enxurrada de sofrimentos que ameaça nos submergir.

Também Jesus chorou[1] e conheceu o lamento do seu povo, vítima da ocupação estrangeira. Muitos doentes, pobres, viúvas, órfãos, marginalizados, pecadores acorriam a Ele para escutarem a sua Palavra tranquilizadora e serem curados no corpo e na alma.

No Evangelho de Mateus, Jesus é o Messias que cumpre as promessas que Deus fez a Israel e por isso anuncia:

“Bem-aventurados os que choram, pois eles serão consolados.”

Jesus não é indiferente diante das nossas aflições e se empenha pessoalmente em curar o nosso coração da dureza do egoísmo, em preencher a nossa solidão, em dar vigor à nossa ação.

É o que nos diz Chiara Lubich, no seu comentário a essa mesma frase do Evangelho: Jesus, com essas suas palavras, não quer levar quem é infeliz a uma simples resignação, prometendo uma recompensa futura. Ele pensa também no presente. Com efeito, o seu Reino, embora não de modo definitivo, já está aqui. Ele está presente em Jesus que, ressuscitando de uma morte sofrida na maior aflição, venceu a morte. Está presente também em nós, no nosso coração de cristãos, pois Deus está em nós. A Trindade veio habitar em nossos corações. Por isso, a bem-aventurança anunciada por Jesus pode realizar-se desde já. (...) Os sofrimentos podem até permanecer, mas existe uma nova força que nos ajuda a carregar as provações da vida e a socorrer os outros nas suas dificuldades, para que as superem, vendo-as como Jesus as viu e as acolheu como meio de redenção.[2]

“Bem-aventurados os que choram, pois eles serão consolados.”

Na escola de Jesus, podemos aprender a ser, uns para os outros, testemunhas e instrumentos do amor terno e criativo do Pai. É fazer nascer um mundo novo, capaz de sanar a convivência humana pela raiz e de atrair a presença de Deus entre os homens, fonte inesgotável de consolação para enxugar toda lágrima.

Vejamos como Lena e Philippe, do Líbano, partilharam a própria experiência com os amigos da comunidade eclesial:

Caríssimos, queremos agradecer-lhes pelos seus votos de felicidade por ocasião da Páscoa, tão especial este ano. Estamos bem e procuramos ter cuidado em não nos expormos ao vírus. Todavia, atuando na linha de frente da ação “Parrainage Liban” [3], não podemos ficar sempre em casa e saímos geralmente a cada dois dias, para atender às necessidades urgentes de algumas famílias: dinheiro, roupas, alimentos, produtos farmacêuticos etc... Já antes da Covid-19, a situação econômica do país era muito difícil e agora piorou, como no mundo inteiro. Mas a Providência não falta: a última chegou na semana passada de um conterrâneo que mora fora do Líbano. Ele pediu que Lena fizesse chegar a doze famílias, durante todo o mês de abril, uma refeição completa, três vezes por semana. Uma bela confirmação do amor de Deus, que não se deixa vencer em generosidade.

 

Letizia Magri

[1] Cf. Jo 11,35; Lc 19,41.

[2] LUBICH, Chiara, O significado da dor, Palavra de Vida, novembro de 1981.

[3] Lena explica: A ação “Parrainage Liban” (Patrocínio Líbano) começou em 1993 com um grupo de famílias que viviam a Palavra de Vida, para ajudar uma mãe com cinco filhos cujo marido estava preso. Até agora ajudamos cerca de 200 famílias, de todo o Líbano, independentemente de religião. Nossos colaboradores se dedicam de várias maneiras a restabelecer a autonomia das famílias, com visitas domiciliares, busca de moradia e de trabalho, ajuda para os estudos. Somos sustentados economicamente por uma centena de pessoas e empresas que acreditam em nossa ação.

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“Bem-aventurados os que choram, pois eles serão consolados.” (Mt 5,4)

6 Comments

  • La religione vuole a tutti i costi consolare creando l’aspettativa di un dopo vita migliore che ripaghi delle sofferenze terrene…”gli ultimi saranno i primi”…ma mi chiedo quale sia la colpa di chi sulla terra soffre meno di altri…direi nessuna.

  • Lo que nos dice esta bienaventuranza es que apesar de las circunstancion en las que estemos Dios siempre nos ayudara por que el es grande y grande es su mirericordia, por eso nos dice “Bienaventurados los que lloran por que ellos recibiran consolacion…
    El nos cubre con su sangre presiosa y gracias a el podremos superar cualquier cosa que se intervenga en nuestro camino.

  • Hoy estoy pasando por un gran dolor. Mi madre esta muy molesta conmigo no le puedo decir nada porque se enoja más. No encuentro manera de decirle lo que siento. ¿Qué puedo hacer?

  • Leggo: “Oggi poi, che i mezzi di comunicazione portano nelle nostre case immagini da tutto il mondo, rischiamo addirittura di abituarci, di indurire il cuore di
    fronte al fiume di dolore che rischia di travolgerci.” Io penso proprio il contrario, le immagini da tutto il mondo addolciscono i nostri cuori, e ci spronano più che mai, più di prima sicuramente, ad andare verso gli afflitti di ogni tipo. Iniziare con una nota positiva non sarebbe male, di tanto in tanto.

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