Tenho 15 anos e moro em Ischia, uma ilha no sul da Itália. Alguns anos atrás uma avalanche destruiu a casa da colega que sentava ao meu lado na classe. Ela terminou embaixo das ruínas com o seu pai e suas irmãs. Para mim foi um sofrimento enorme e sem explicação! Naquele mesmo dia aconteceu o massacre de Nassiriva, no Iraque, um atentado onde morreram 19 pessoas que estavam numa missão de paz. Estas tragédias fizeram com que crescesse o meu desejo de fazer alguma coisa para mudar este mundo.

Quando a minha escola aderiu ao projeto da Prefeitura de instituir um Conselho Municipal de adolescentes eu respondi logo, com a vontade de transmitir, por meio do diálogo, a vida nova que nasce do Evangelho. A Regra de Ouro: “Faz aos outros o que gostarias que fosse feito a ti”, por exemplo, me sugeriu de não atrapalhar um colega que, como eu, queria se candidatar a prefeito. Por isso eu me candidatei a vereadora e o ajudei a formar a sua chapa e a preparar o programa, mas não antes de escutar as idéias de cada um sobre os problemas da ilha. Durante a campanha eleitoral, para nos apresentarmos na TV local, além de superar o medo de falar em público eu encorajei também outros candidatos. No final estive entre os mais votados, inclusive por outras escolas.

Importante foi o primeiro Conselho municipal, na Sala da Assembléia, com a presença de alguns membros da Assembléia dos adultos. Eu sabia que não ia ser fácil e que não podia dar tudo como certo, e por isso descobri ainda mais a importância de escutar-se, do respeito, do modo como exprimir as próprias idéias sem ofender os outros. A experiência só começou e cresce em mim o desejo de trabalhar, no meu pequeno ambiente, por uma política que não seja contraste, mas diálogo para construir juntos o bem de todos.

(Testemunho relatado durante o evento Run4unity 2008)

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