Em 2004 Chiara Lubich tornou-se cidadã honorária de Milão, cidade que agora se reúne para recordá-la. E o fez num momento não fácil para a cidade lombarda. No dia 17 de março, dois anos depois do falecimento da fundadora do Movimento dos Focolares (14 de março de 2008), realizou-se na sala Alessi, do Palácio Marino, um congresso com o título “Sementes de fraternidade para um mundo mais unido”.
Foram a prefeita Letizia Moratti e a Câmara Municipal que receberam os hóspedes e os relatores. “Há algo no comprometimento internacional de Chiara Lubich – disse a prefeita – que Milão sente muito próximo. A consciência que o diálogo e o encontro entre culturas diferentes bastam, por si só, para superar as incompreensões entre os povos; que os valores da solidariedade e da comunhão são os alicerces sobre os quais construir um futuro de paz. O seu caminho é o exemplo de como o amor ao próximo possa dar um sentido concreto à atividade humana”. Hoje, em Milão, são muitas as pessoas que sentem a urgência de uma mensagem nova e de esperança.
Dom Gianni Zappa, da arquidiocese de Milão, quis evidenciar a importância do diálogo na espiritualidade de Chiara, e o professor Stefano Zamagni demonstrou como o princípio de fraternidade é algo que rompe tradicionais esquemas de conflito, político e econômico.
Maria Voce, presidente do Movimento dos Focolares, teve a palavra conclusiva do encontro. “Parece-me que Chiara percebeu quase uma vocação específica desta linda cidade, a vocação ao bem, ao amor, à arte de amar, e que para Milão a realização deste projeto seja uma meta a ser buscada, com compromisso total, para não trair o desígnio de Deus sobre ela. Acolher a herança de Chiara, e mais ainda, continuar a sua vida, como queremos fazer, significa tornar nosso esse empenho e oferecer a plena disponibilidade das pessoas do Movimento que vivem aqui”.
No dia seguinte, na basílica de Santo Ambrósio, coração da Igreja Ambrosiana, o arcebispo de Milão, cardeal Dionigi Tettamanzi, presidiu a santa Missa, para agradecer ao Senhor – ele afirmou – pelo grande dom feito à Igreja e à sociedade com a vida de Chiara. A basílica estava superlotada pela numerosa comunidade do Movimento dos Focolares presente na cidade, mas também de muitos amigos e pessoas que, de algum modo, sentem-se ligadas ao sonho de Chiara de construir a fraternidade universal: políticos, expoentes do mundo empresarial, representantes de movimentos eclesiais e irmãos de outras Igrejas.