Após uma viagem de cerca de 30 horas, Franco Pizzorno e Pierangelo Tassano, do Movimento Humanidade Nova, chegaram a Singida, na Tanzânia.

O objetivo da viagem era participar de uma escola de formação para 70 dirigentes dos “voluntários de Deus”, provenientes do Quênia, Uganda, Burundi, Ruanda, Congo e Tanzânia, comprometidos em revitalizar os vários âmbitos da sociedade com os valores do Evangelho. O curso realizou-se de 21 a 25 de junho de 2011.

Os cinco dias foram intensos e frutuosos, foi evidenciada a importância de testemunhar, com a vida, a atualidade e a eficácia das palavras do Evangelho. Os aprofundamentos culturais e espirituais, apresentados pelos próprios voluntários e voluntárias, e uma profunda partilha de experiências, fizeram emergir as linhas de ação para a busca do bem comum e da paz, na sociedade e entre as etnias, com uma referência especial ao mundo do trabalho e da educação.

«Os povos destas nações – contaram Franco e Pierangelo – tem no próprio DNA o germe da comunhão e uma autêntica criatividade, talvez numa medida maior que a de outros continentes. O termo “Ubuntu”, tipicamente africano, que exprime a realidade “eu sou o que sou por mérito daquilo que todos somos”, é a raiz natural de uma cultura das relações que leva a ver os problemas sob uma ótica diferente, abrindo espaço para novas intuições, das quais nascem soluções válidas para os problemas das sociedades africanas, e não só».

Jean Bosco, ugandense, contou: «M. mora na minha cidade. Ele tem o vírus HIV e outras doenças correlatas. É idoso e indigente. Convoquei uma reunião do comitê executivo da paróquia para ver como ajudá-lo, e minha esposa e eu assumimos cuidar dele: o sustentamos com alimentação, remédios, lavamos suas roupas… outros amigos também ajudaram a assisti-lo. Hoje M. faz parte da nossa comunidade. Estes gestos não passaram despercebidos e o nosso testemunho foi um estímulo para que muitos melhorassem na atenção para com quem tem mais necessidades».

Franco e Pierangelo concluíram: «Partimos com a consciência de que os povos desse continente tem muito a doar ao mundo inteiro, e portanto nos colocamos na escuta, para entender não tanto as exigências mais urgentes, mas principalmente os talentos de uma cultura tão diferente e tão rica. Como sempre, mais do que dar nós recebemos muitíssimo».

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