23 de maio de 1992: o juiz italiano Giovanni Falcone morre num atentado mafioso juntamente com sua esposa e agentes de segurança. Após 57 dias, em 19 de julho, outro juiz, Paolo Borsellino, que como ele investigava as ligações entre máfia e política, morre num segundo atentado. Estes tristes acontecimentos marcaram um despertar civil que partiu das novas gerações e que hoje vive uma nova fase.

Por ocasião do 20º aniversário dos atentados chegam a Palermo, nos “navios da legalidade”, dois mil estudantes. A cidade está envolvida em várias iniciativas entre as quais a do Movimento Juvenil pela Unidade, os adolescentes do Movimento dos Focolares, que durante a comemoração solene distribuirão nas praças e na Árvore Falcão (uma árvore que cresceu diante da casa do juiz e tornou-se um símbolo, ndr) uma mensagem onde apresentam a “Regra de Ouro” como fundamento da cultura da legalidade.

“A nossa palavra de ordem é a Regra de Ouro, presente em todos os livros sagrados das maiores religiões do mundo e que é a base do Direito Natural”, lê-se no manifesto.

  • No Evangelho ela diz: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei também vós a eles” (Mt 7,12).
  • No Antigo Testamento: “O que é maléfico para ti não o faças ao teu companheiro. Nisto consiste toda a lei” (Talmude Babilônico).
  • No Alcorão: “Nenhum de vós é um crente até que não ama seu irmão como ama a si mesmo” (Profeta Muhamed, 13º dos 40 Hadith Nawawi).
  • No Livro Sagrado dos budistas: “Não firas os outros de modo que tu mesmo não sejas ferido” (O Buda, Uadanavarga 5,18).

“Viver a Regra de Ouro nas nossas cidades significa também viver a legalidade”, continua o apelo dos adolescentes do MJU. Portanto, o compromisso de não aceitar “recomendações”, de reagir aos atos de bulismo, de procurar participar da vida da própria cidade, rejeitando qualquer tipo de comportamento “mafioso” e a corrupção.

O que eles aspiram é uma legalidade “que tenha em mente sempre o menor e o último das nossas comunidades”, “que relembre o sangue dos mártires, que nestes anos foi derramado em nossas terras”, com o desejo de que esta mensagem possa chegar aos adolescentes de toda a Itália e ao maior número de pessoas possível, para juntos serem “a resposta e o fruto do sangue dos mártires, e construir um futuro melhor para o nosso país e para o mundo”.

Concluindo esses eventos sobre a paz e a legalidade o Movimento Juvenil pela Unidade convida, para o próximo dia 2 de junho, todos os adolescentes de Palermo e das cidades da Sicília, para um encontro num local histórico: o bairro Brancaccio. Foi lá que o padre Pino Puglisi, sacerdote morto pela máfia, deu a vida pela sua gente, na difícil tarefa da reeducação. O material escolar doado neste dia será entregue para a escola média “Puglisi”.

1 Comment

  • Posto anche qui quanto scritto sul blog del tg1: Quel giorno dov’eri?
    Avevo 14 anni. Vivevo a Messina a quel tempo, la mia città natale. E il 23 maggio era il giorno della mia cresima… Sono tornata a casa con i miei e abbiamo acceso la televisione…non capivo niente, ma da quel giorno si è rafforzata la convinzione di vivere per cambiare il mondo che mi circonda, di impegnarmi – almeno in quel periodo – nella militanza politica. Il 19 luglio il pianto dirotto, adesso capivo un po’ di più, mentre tornavo in macchina da un weekend con gli amici. Ma la voglia di una Sicilia migliore, e di un mondo pieno di speranza, anima ancora il lavoro che faccio. Vedere tanti ragazzi e giovani anche oggi così attivi, mi fa ripetere: il vostro sacrificio non è stato vano.

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