A ONG MoveRSE, tem sede em Rosario (Argentina) e no dia 24 de maio passado organizou a edição 2013 do Fórum MoveRSE, na sede da Bolsa do Comercio. Trata-se de um encontro dedicado à Responsabilidade Social e Sustentável (RSE) que a cada ano convoca expoentes dos setores empresariais, governamentais e civis, com o objetivo de confrontar-se sobre os principais desafios que qualquer administração empresarial deve enfrentar em favor de um desenvolvimento sustentável, participativo e transparente.>

No âmbito das “Iniciativas Sustentáveis” – uma série de projetos apresentados à cerca de 300 pessoas – Francisco Buchara, membro da Comissão Juvenil da Economia de Comunhão, apresentou o original projeto nascido no Brasil, em 1991, e ao qual aderem cerca de mil empresas, no mundo inteiro.

“Diferentemente de outras empresas solidárias – iniciou Buchara – que primeiro produzem e depois decidem como utilizar os lucros (doá-los, destiná-los a um projeto social, outras boas iniciativas), as empresas da Economia de Comunhão, desde o seu nascimento almejam gerar ‘bens relacionais’. Ou seja, bens não materiais, não consumíveis individualmente, mas ligados aos relacionamentos interpessoais. Poucos bens, portanto, que para nascer necessitam de ao menos duas pessoas e que, necessariamente, geram reciprocidade”.

Buchara continuou a sua exposição definindo os fundamentos da EdC: “… os pobres, os primeiros protagonistas da EdC, que nasceu justamente para diminuir a distância, cada vez maior, entre pobreza e riqueza; as empresas; os polos industriais; e uma cultura de partilha. Esta última atua como alicerce da EdC, que deseja injetar no agir econômico um novo modo de fazer empresa”.

E surpreendendo a todos o jovem empresário explicou que “o projeto EdC nasce de uma carisma. Como os bancos que, como se sabe, nasceram do carisma franciscano. Pode-se portanto afirmar que os carismas são importantes também para a economia, porque conseguem enxergar antes, e mais longe”.

O seu discurso foi acompanhado pela apresentação de duas empresas que aderem à EdC: uma Agência de Turismo, Boomerang Viajes (de Buenos Aires), e Dimaco, um importante centro de distribuição de material de construção (de Paraná, cidade no nordeste da Argentina). Elas têm em comum a atitude de colocar-se a serviço, dando origem a uma corrente de reações positivas.

Um exemplo: “Um dia – conta German Jorge, da Dimaco – chamou-me ao telefone o nosso principal concorrente para pedir que lhe emprestasse cimento, porque os outros fornecedores não lhe davam mais crédito, ele atravessava uma situação financeira difícil. Por anos ele havia investido fortemente no mercado, inclusive deixando-nos em má situação. Eu tinha a chance de vingar-me ou de ser fiel às escolhas da EdC e mudar os nossos relacionamentos. A felicidade que experimentei quando decidi dar a ele o que me pedia valia muito mais do que cimento. E é esse modo de relacionar-nos, inclusive com a concorrência, que reforça a nossa fama. Muitas vezes recebemos propostas de novos trabalhos, quase sem a necessidade de ir procurá-los”.

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