Na Mariápolis permanente da Argentina, 70 pessoas, entre judeus e cristãos, viveram dois dias intensos, de estudo e de diálogo, por ocasião da XVII Jornada da Paz.
O tema deste ano foi “O amor ao próximo na tradição judaica e na tradição cristã”. Os trabalhos foram abertos com os depoimentos de seis judeus e três cristãos que em maio passado participaram de um encontro inter-religioso organizado pelo Movimento dos Focolares em Castelgandolfo (Roma – Itália). As experiências deles salientaram os importantes passos dados na direção de uma maior compreensão recíproca.
Qual o segredo do sucesso e da continuidade dessas Jornadas da Paz? Segundo os próprios participantes é “o espaço de interação sincera que se cria, onde reinam o afeto e o respeito recíproco, onde temos a certeza da confiança, da escuta e da acolhida dos outros”.
Muitos foram os momentos de destaque. Antes de tudo a lembrança do encontro que tiveram com o Papa Francisco, que suscitou uma grande emoção.
Lidia Erbetta, focolarina teóloga, e a rabina Silvina Chemen, da comunidade Bet El, propuseram o estudo de um texto retirado do capítulo quarto do Livro do Gênesis. Trata-se da conhecida história de Caim e Abel, e da fatídica pergunta: “Onde está o teu irmão?”. A proposta de Erbetta e Chemen foi a de uma dinâmica de grupo no estilo da “hevruta”, isto é, o estudo entre iguais, segundo a tradição da escola talmúdica para a análise dos textos bíblicos. Uma “hevruta” que, dessa vez, não aconteceu entre duas pessoas, mas entre os seis membros de cada grupo, um estudo feito em comunhão, exposto em seguida com uma reflexão conclusiva muito interessante.
O esquema foi repetido no dia seguinte, com Francesco Canzani, dos Focolares, e o rabi Ernesto Yattah, sobre o texto do Evangelho de Marcos 12, 28-33, onde Jesus recorda que o que mais conta é amar a Deus e ao próximo.
A Jornada concluiu-se com a benção ao redor da oliveira, trazida de Nazaré 15 anos atrás por um amigo judeu, Ignazio Salzberg. Esta árvore tornou-se um símbolo do diálogo judaico-cristão dentro da Mariápolis Lia.
Ainda este ano, como muitos afirmaram, criou-se o mesmo entusiasmo, fruto de um diálogo respeitoso que traz como consequência o propósito de revivê-lo no contexto social onde cada um atua cotidianamente.
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