MariaOrsola_aA corrida para o céu de uma garota de 1968 que encontrou o segredo da felicidade, e cuja causa de beatificação encontra-se em curso.

Dezesseis anos. Uma corrida sem fôlego. Ponto de chegada: o Paraíso. Maria Orsola Bussone (2.10.1954 – 10.7.1970) é uma jovem da região italiana do Piemonte, que vive o 1968, que ama música beat, interessa-se pelas primeiras manifestações estudantis, toca violão e tem aulas de canto. Uma adolescente como as outras, se diria, apaixonada pela natureza, pelo esporte e pela música. Às vezes se enamora, anota seus pensamentos num diário pessoal, tem muitos amigos e escreve cartas aos mais queridos. É a filha simples, de um pequeno mundo antigo que parece próximo a ser engolido pelos ventos da modernidade. Mas a sua vida, aparentemente sem sobressaltos, a sua rotina de jovem de uma pequenina cidade dos pré-alpes piemonteses, esconde, ao contrário, uma alma extraordinária. Uma fé genuína e cristalina.

Junto com outras amigas, impulsionada por uma espiritualidade que lhe dá uma marcha a mais, inserida numa paróquia que faz frutificarem as orientações do Concílio Vaticano II, “Mariolina” – como muitos a chamam – engata a quarta e em pouco tempo, rapidamente, queima todas as etapas.

Convidada pelo pároco, pe. Vincenzo Chiarle, em 1968 participa de um dos primeiros congressos gen, a geração nova do Movimento dos Focolares. Lá, Chiara Lubich apresenta àqueles ‘jovens do ’68’ um outro modelo revolucionário: o de um homem justo, que se imolou pela liberdade dos outros. Ele também tinha um programa: “Que todos sejam um”. Maria Orsola ficou fascinada e esta escolha iluminou toda a sua vida. Aos 16 anos a sua corrida para o céu se deteve, por um acidente banal. Mas deixou atrás de si um rastro de luz. Um dia tinha revelado que teria dado a sua vida para que os jovens descobrissem a beleza de Deus. “E Deus a pegou em palavra”, disse o papa João Paulo II, em Turim, em 1988, a milhares de jovens como ela, apresentando-a como “exemplo luminoso de aceitação da própria vida como uma dádiva recebida e não como uma possessão egoísta”. “Viva a vida” era o seu lema.

MariaOrsola_cappellaEm 2007 foi publicada a sua biografia, escrita por Gianni Bianco e lançada pela Editora São Paolo: “Viva a vida”. A corrida para o céu de uma garota do ’68.

«Pareceu-me logo uma adolescente tremendamente atual – escreveu o Autor –, que tem muito a dizer aos jovens de hoje e que, em alguns aspectos, antecipou os grandes idealismos das gerações atuais, os do compromisso ecológico e do serviço civil de voluntariado. Além disso, agradou-me acompanhar de perto a historia dessa jovem simples que, da perspectiva de Turim, onde nasceu a contestação italiana de 1968, observava o mundo em rápida e tempestuosa transformação. Para mim foi estimulante principalemente a possibilidade de poder contar essa história com uma linguagem fresca e – espero – envolvente, aos seus coetâneos de hoje, aos teenager, com frequência acusados de terem perdido todos os valores, e que agora olham para ela como um modelo».

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