Progetto senza titolo 29

Com o Sínodo Panamazonico às portas, esta história acontece numa cidade peruana do Amazonas. Não fala sobre incêndios, nem desmatamento, nem empresas de petróleo ou sobre os mecanismos de busca de metais preciosos. É a história de Jenny e Javier que optaram por morar no Amazonas com o desejo de levar, como família, a luz do Evangelho até “os últimos”.

5d017b9e 86be 4760 b5b0 397f70e927a2“Morávamos na Argentina, mas decidimos nos mudar para Lámud, a pequena cidade onde Jenny nasceu, na chamada “Ceja de Selva”[1] (meia selva, meia montanha), perto das nascentes dos grandes rios Marañón e Amazonas. Queríamos ficar perto de seus pais, já idosos e frágeis de saúde”. Javier é argentino e conheceu Jenny quando ela estudava em Rosário. Eles têm duas filhas pequenas (2 e 4 anos) e Angie (17 anos). Transferir-se de uma cidade grande como Rosário para uma pequenina cidade perdida com 2.500 habitantes e a 2.300 metros de altura, sem dúvida foi um grande salto.

Eles me dizem que venderam “o pouco que tinham” e partiram para o Amazonas, a região mais pobre do Peru, a 1.600 km. de Lima e fica a 14 horas do focolare mais próximo: “Sabíamos que não teríamos uma viagem de volta”. Isso seria, especialmente para Javier, um verdadeiro desafio.

Desde pequenos encontraram a espiritualidade da unidade dos Focolares e, também agora como família, decidiram colocar o Evangelho em prática. É por isso que “a maior preocupação deles”, me dizem, era chegar a um lugar onde “estaríamos sozinhos”, sem outras pessoas que pudessem compartilhar seus mesmos ideais. Decidiram, então, fazer de tudo para testemunhar e proclamar o Evangelho com suas vidas, para que, também naquela cidadezinha amazônica, pudesse nascer uma semente da espiritualidade da unidade.

Eles decidiram viver o mandamento do amor recíproco, para que Jesus estivesse sempre espiritualmente presente em sua família, de acordo com a promessa de que “onde dois ou três estão reunidos em meu nome, eu estou no meio deles (Mt 18,20). Com essa convicção e acreditando na afirmação de Chiara Lubich de que “um dos frutos de ter Jesus no meio é que nasce a comunidade”, eles partiram determinados para o Peru.

Alguns dias depois de chegar, o bispo visitou a pequena cidade de Lámud e eles se apresentaram como uma “família focolare”. O bispo abençoou-os e incentivou-os a seguir em frente em seu compromisso. Eles começaram a percorrer a periferia da cidade visitando “os mais pobres dos pobres, os últimos”. Foram às casas (por assim dizer), onde encontraram anciãos que “nem tinham uma cama decente, nem para morrer. Era tal a pobreza!”, dizem eles. Conheceram muitas famílias cuja única expectativa era ter um prato de comida por dia para si mesmos e para seus filhos. “Tentávamos acariciá-los, olhá-los nos olhos, dar-lhes uma palavra de incentivo, trazer-lhes algo para comer. Às vezes, e quando podíamos, ficávamos 2 ou 3 dias com eles compartilhando a sua dor, a sua pobreza, as suas breves alegrias e esperanças”.

fcbe210d 829f 476c b96b c281cb1ca22aCom o desejo de gerar uma pequena comunidade, eles começaram a organizar reuniões da “Palavra da Vida”, sem sucesso. Mudaram de tática várias vezes. “Nós nunca ficamos desanimados, porque sabíamos que Jesus tem seu tempo e o importante era estar ao Seu jogo”.

Eles insistiram em convidar os vizinhos a reunirem-se entorno à Palavra de Deus e, pouco a pouco, algumas pessoas se juntaram a eles, incluindo algumas mães de crianças que frequentam o jardim de infância com suas filhas. Eles também prepararam momentos para os menores. Foi o começo, uma pequena chama. Enquanto isso, o pároco pediu que eles assumissem a catequese familiar da cidade e outras dez cidades próximas, algumas localizadas a duas horas de distância.

Recentemente, eles tiveram a primeira visita de um grupo da comunidade dos Focolares na cidade de Talara, a 650 km de Lámud (12 horas de carro). Uma visita que marcou, segundo eles, “um antes e um depois na vida de nossa comunidade”.

Jenny e Javier afirmaram com alegria que encontraram seu lugar no mundo: “Somos pequenos, mas algo nasceu! Não queremos exagerar nas expectativas, mas acreditamos que Jesus tem uma caída pela Amazônia, pelos mais pobres. Talvez porque Ele também nasceu entre os pobres … y entre eles, ficou. Não sabemos por quais caminhos Ele quer nos conduzir, mas esses são os únicos que queremos seguir! Queremos, como Ele, dar vida ao nosso povo. ”

Gustavo E. Clariá

[1]  Trad. de Ceja de Selva ao português, Sobrancelha de Selva

2 Comments

  • Molto profonda questa esperienza, come tutte le altre publicate in questo numero. Mi sono comossa in vedere come L’Ideale vissuto é veramente una risposta di speranza, per questo momento di grandi sfide dell’umanitá. Grazie del vostro bellissimo lavoro.

  • nell’introduzione questa frase mi sembra inutile
    “Non parla di incendi, né di deforestazione, di petrolio o cercatori di metalli preziosi… ”
    fai un’esperienza, sì …, ma non per spedire ciò che gli altri stanno vivendo nel momento presente

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