A ideia de uma América Central já unida percorre muitas áreas da sociedade e a política, com o esforço de unificar as fronteiras e na busca da identidade centro-americana.

Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras e Nicarágua compõem um território rico de diversidades étnicas. Povos que passaram por muitos sofrimentos, seja os impostos pelos governos militares, por mais de 40 anos no poder, que provocaram as guerras civis das décadas de 1970 e 1980, seja os do “conflito armado interno”, declarado na Guatemala contemporaneamente à guerra fria na Europa.

Foram mais de 36 anos de combates, com milhares de vítimas, genocídio, perseguições à Igreja, execuções sumárias, assassinatos de sacerdotes e catequistas – entre outros de Dom Romero e Dom Gerardi -, terras devastadas, violação dos direitos humanos. Nos anos 1980, 90% da população da Guatemala era indígena, hoje fala-se de 51%.

Nos anos 1990 a paz foi consolidada e teve início uma nova etapa, não fácil devido às consequências do pós-guerra: insegurança, desagregação familiar, emigração de muitos em busca de trabalho. Dificuldades que atualmente misturam-se com as novas chagas como o narcotráfico, as lutas entre gangs, as extorsões. São países que possuem os mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano, mas, não obstante isso, os povos dessas terras conservam a esperança que nasce da fé em Deus, povos generosos, que não se rendem.

O ideal da unidade chegou na década de 1980 e – entre os desafios que permanecem e interpelam a todos – trouxe uma contribuição ao diálogo entre culturas e etnias diferentes, e a acolhida recíproca.