“Sentíamos uma grande exigência de ir ao encontro das chagas da nossa cidade. Entramos em contato com Patrizia, professora e colaboradora da revista Città Nuova, que estava escrevendo um livro sobre menores, filhos de detentos e, naquele período, havia conhecido recentemente o comitê Break the Wall. Trata-se de sete detentos que, entre as várias atividades da seção, estavam buscando uma maneira para consentir às crianças algo mais que o frio encontro nas grandes salas, nas quais os parentes são recebidos. Eles queriam realizar festas, eventos para a diversão das crianças e deixar nelas uma recordação bonita dos pais, dos quais vivem separados. Entre nós e os detentos do comitê, as educadoras e a diretora da seção foi estabelecida, imediatamente, uma colaboração de confiança.
A primeira reunião com os detentos foi realizada no Natal de 2014. Ao entrar, chamou-nos a atenção, a ordem dos guardas da penitenciária: deixar tudo antes de ultrapassar o portão. Eles se referiam aos objetos pessoais, por motivo de segurança. Mas, para nós, soou como uma admoestação simbólica de deixar fora todos os nossos preconceitos e julgamentos.
Os detentos não acreditavam que tantos jovens pudessem dedicar a manhã de um sábado, lá, com eles. Desde aquela festa iniciou uma caminhada mais que de voluntariado, mas, de relação verdadeira e profunda, estabelecida com os detentos. Alguém, ao ouvir falar sobre este fato, nos dizia que era necessário ter uma grande coragem. Para nós, ao contrário, tratava-se de ter confiança no outro, mesmo se cometeu um crime; esperança que é possível mudar e recomeçar. Ainda nos lembramos da alegria de um detento, feliz em poder empregar os próprios talentos em algo segundo a legalidade, mesmo não obtendo lucro; como, ao invés acontecia, com as atividades ilícitas. Para ele, que não tem filhos, trabalhar para as crianças, lhe proporcionava satisfação e plenitude.
No ano passado nos encontramos com os detentos do comitê, para organizar outro evento. Recebemos deles uma carta de agradecimento que confirmou o entusiasmo e a alegria daquela reunião, na qual, tivemos a ocasião de sentar juntos, como se não estivéssemos em uma sala dentro dos muros de uma prisão. E, também, fizemos o lanche juntos, sim, porque eles nos acolheram calorosamente, como se usa entre amigos de longa data. Agora, eles nos chamam “os jovens do comitê externo”. Naquela ocasião eles se sentiram à vontade e nos contaram os efeitos concretos da detenção na vida cotidiana. Por exemplo, nos diziam que quem está preso não consegue mais a focalizar objetos distantes: os olhos devem readquirir a capacidade de olhar ao longe porque perdem o hábito de olhar para o horizonte. Um deles nos recebeu com esta mensagem: ‘Aos jovens, eu digo que continuem a dedicar-se a esta atividade porque, muitas vezes, quem está aqui dentro tem necessidade somente de saber que, lá fora, existe um interesse pelos nossos problemas, para termos uma segunda possibilidade. Muitas vezes o cárcere destrói as pontes e o abandono cria alguns monstros. Por isto, de minha parte, eu lhes agradeço’.
Em março passado, por ocasião da festa dos pais, organizamos gincanas e atividades para algumas manhãs e tardes. E desta forma, com atividades tão simples, aquelas famílias normalmente divididas, viveram juntas momentos bonitos. E permitiram àquelas crianças conservar bonitas lembranças em relação ao relacionamento tão delicado e difícil com os próprios pais.
Alguns dos nossos amigos estavam presentes durante a visita do Papa Francisco ao cárcere, na quinta-feira santa do ano passado, eles participaram da celebração da Santa Missa e nos disseram a emoção que viveram. Aquele foi um momento precioso para todos!
“A prisão – nos dizem frequentemente – tolhe as emoções, além da liberdade!”
Mas, neste período, talvez, algo se transformou: existe a alegria de encontrar-se e de colaborar sem julgamentos. Neles descobrimos o semblante de Jesus prisioneiro, de Jesus marginalizado. Todas as vezes, saindo do cárcere de Rebibbia, observamos que aprendemos a ter coragem de querer mudar, de admitir os próprios erros, de recomeçar. Experimentamos o amor pessoal de Deus e da sua imensa Misericórdia”.
Merci pour cette vie donnée. Votre expérience ouvre mon cœur pour être à l’écoute et changer de regard : en septembre 2017, un établissement de semi-liberté sera sorti de terre et sera en service sur notre quartier.Pour le moment les personnes en voient les aspects négatifs: dévaluation du prix des maisons, risque de vols, etc…plus que les mots qui défendent, je perçois l’agir possible pour construire un monde nouveau… déclencher la révolution d’amour.
Grazie! preziosa testimonianza d’amore, una pagina di Vangelo vissuto. Sia lode a Dio!
Una bellissima idea, davvero. Avanti!