16 Nov 2011 | Focolare Worldwide
A pequena cidade onde moram Reina e Jorge Gutierrez, com sua família, chama-se La Guardia, a 20 quilômetros de Santa Cruz, a promissora cidade boliviana. Reina ficou órfã de mãe com seis anos de idade e foi para um orfanato, com seu irmão menor. Ela conta: «Lá não tinha nada, mas estávamos nas melhores condições para poder acreditar na providência de Deus. Poder mostrar que o Ideal da unidade muda radicalmente as pessoas parece-me uma contribuição tipicamente boliviana à evangelização». «A boa vontade não é suficiente, é necessária a competência. Por isso matriculei-me em psicopedagogia, no momento em que intuímos que poderíamos montar uma escola». Depois de quatro anos ela se formou, período no qual primeiro projetou e depois construiu a escola, que ficou pronta em 2008 e foi inaugurada na presença de muitas autoridades e dos seus vizinhos. Precisando de pão para as 120 crianças, Reina inventou também uma padaria, modesta mas muito eficiente, que está nas mãos de uma equipe entrosada, composta por dona Esperança, seu filho Daniel, de 18 anos, e Carlito, que tem 9 anos, e uma jovem de 15 anos, que trabalha de dia e estuda à noite. Escuta-se o barulho que vem da escola, das crianças e suas brincadeiras. Os locais são limpos e bem projetados. As professoras entretêm as crianças, com idades que vão de dois a dez anos, com diligência e uma pitada de desordem, que não atrapalha. Inventam brincadeiras com as bolas coloridas, distribuem a merenda como se fosse um passeio aventuroso. Cada criança tem a sua história de pobreza e marginalização, de alcoolismo e infidelidade dos pais, de heroísmo. Histórias difíceis de acreditar. Numa sala duas senhoras cuidam das costuras. Até um atelier de costura Reina inventou! Rita tem sete filhos, é professora e vem costurar no tempo livre. Elisa foi abandonada pelo marido e foi aqui que se libertou da depressão. Reina é assim: vê cada caso em particular, e inventa as soluções adequadas. O seu escritório é cheio de livros e é nele que ela faz até sessões de terapia, para as crianças com dificuldades de aprendizagem. A escola é sustentada pela prefeitura com a colaboração de ONGs, especialmente do sustento à distância de Ações por Famílias Novas. Sem esquecer as contribuições do Estado, para a alimentação, e a cota de 1,20 BOB por dia (= R$ 0,30), pedida aos pais das crianças, para que mantenham a própria dignidade e participação. Todos os que trabalham na escola, ou nas atividades ligadas a ela, fazem de tudo para «provocar a Providência». Embaixo de uma foto de Chiara Lubich está escrita uma frase: «Ser sempre família». «Assumi estas palavras como minhas – conclui Reina –. Trabalho todos os dias para que aqui as crianças possam sempre encontrar um espaço de família». Como uma resposta que ecoa há tempos… no seu coração. (Fonte: Inserto “Espaço Família”, revista Città Nuova n.21 / 2011)
14 Nov 2011 | Focolare Worldwide
“Um instrumento para construir uma sociedade mais justa e um futuro melhor, a partir do direito”, foi com esta frase que a corregedora-geral de Justiça do Amazonas, desembargadora Maria do Socorro Guedes Moura, definiu o II Congresso Norte e Nordeste de Direito e Fraternidade (3 e 4 de novembro), organizado por Comunhão e Direito e promovido pela Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Amazonas. O encontro foi aberto pelo presidente do Tribunal, desembargador João Simões, que ao dar as boas vindas aos participantes e palestrantes, disse que o Judiciário do Amazonas sentia-se “honrado em abrigar um evento dessa magnitude”. Presente entre as autoridades também o diretor da Escola Superior de Magistratura, Flávio Pascarelli, que salientou o valor da iniciativa para a formação dos jovens magistrados. Eram mais de 300 os presentes, das mais variadas profissões no campo do direito: juízes, membros do ministério público, advogados, oficiais de justiça, membros da polícia, deputados, secretários de alguns Estados brasileiros e estudantes de dez faculdades de Direito do estado do Amazonas. Munir Cury, magistrado e membro da Comissão de redação do Estatuto da Criança e do Adolescente, traçou os fundamentos dos trabalhos, tratando de “Direito e Sociedade na Construção da Justiça”. Por sua vez, Carlos Augusto Machado, juiz do Ministério Público de Sergipe, colocou o acento sobre a fraternidade como categoria jurídica e constitucional. No segundo dia foram muito apreciadas as colocações feitas pela diretora do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Santa Catarina, Olga Boschi, sobre o valor do conhecimento da categoria jurídica da fraternidade no currículo acadêmico, e as aulas de Adalberto Carim, juiz da Vara Especializada do Meio Ambiente e de Questões Agrárias do Estado do Amazonas, sobre a “Justiça Ambiental no Século XXI”.
Uma conotação especial foi dada ao tema da fraternidade no direito no contexto sociocultural do Estado do Amazonas, onde é proeminente a questão ecológica, com a consequente responsabilidade e necessidade de tutela do patrimônio ambiental, como expressão concreta de fraternidade, inclusive em relação às futuras gerações. Falando da sociedade como categoria jurídica no direito ambiental, Carlos Aurélio Mota, docente na Universidade Ibirapuera (São Paulo) e especialista em ética e direitos humanos, abriu novas pistas para a pesquisa acadêmica. Segundo os organizadores, as elaborações jurídicas produzidas pelo encontro virão em benefício de todo o Brasil. De fato, estiveram presentes representantes de vários estados e o evento foi transmitido na internet, através do site da Escola Superior de Magistratura do Amazonas (ESMAM), que tem sua página no site oficial do Tribunal de Justiça do Estado (http://www.tjam.jus.br/esmam).
13 Nov 2011 | Sem categoria
É incontestável que o Espírito Santo é um “Deus desconhecido”. Muito se fala dele, mas poucos sabem quem é, como age, de quais belezas e fantasias divinas saiba revestir-se. Embora não se manifestasse diretamente, Chiara Lubich e suas primeiras companheiras perceberam que Ele agia, desde os primeiros balbucios do movimento. Por assim dizer, um Deus que se manteve cuidadosamente escondido, ensinando a elas o que é o amor, Ele que é o amor personificado. Ele, o comunicador, o Amor entre Pai e Filho, a “suave aragem”. Chiara escreveu: «Assistimos à sua ação dia após dia, em toda a nossa vida, às vezes doce, às vezes forte, às vezes até violenta, e quase não nos apercebemos dele. Mas da primeira escolha de Deus Amor, à luz que iluminava as palavras do Evangelho, à revelação de Jesus abandonado, a alegria, a paz e a luz que sentíamos borbulhar em nossos corações ao viver o mandamento novo, nada mais era do que a ação Dele. Podemos dizer que é possível reescrever toda a história do movimento, atribuindo-a totalmente à ação do Espírito Santo. Somente agora vemos como Ele foi, de fato, o grande protagonista da nossa aventura, foi ele que moveu tudo. Mas agora que Ele se revelou, mostrando-se aquele que é realmente para nós, podemos reconhecer as suas pegadas luminosas, os incontáveis sinais da sua ação constante e imprevisível. Aquela voz interior que nos guiava no novo caminho, aquela atmosfera especial que pairava nos nossos encontros, a potente liberação de energias latentes, que purifica e renova, aquela alquimia divina que transforma a dor em amor, aquelas experiências de vida, têm um único nome, que aprendemos a conhecer, para sermos infinitamente gratos e sentirmo-nos impulsionados a pedir a sua intervenção nos nossos afazeres cotidianos, dos mais simples aos mais exigentes. Ele deu-nos a coragem de enfrentar as multidões, de deixar a pátria, enfrentar os incômodos, as contrariedades, amiúde com alegria. Mas o efeito mais profundo, mais radical e característico da sua presença é o de ser liame de unidade entre nós. O Espírito Santo é o presente que Jesus deu a nós, para que fôssemos um, como o Ele e o Pai. Sem dúvida, porque somos cristãos, o Espírito Santo estava em nós antes também, mas houve uma iluminação nova, uma nova manifestação Dele dentro de nós, que nos fez partícipes e atores de uma nova Pentecostes, juntamente com todos os movimentos eclesiais que tornam novo o semblante da Igreja».
12 Nov 2011 | Focolare Worldwide
Grande entusiasmo, diálogo profundo e uma comunhão consolidada, amadurecida nos anos, caracteriza o percurso de mais de cem representantes dos movimentos e das comunidades cristãs da Europa, que se reuniram dias 11 e 12 de novembro, em Sassone (Roma), para elaborar o programa do grande evento europeu de 12 de maio de 2012, que reunirá, em Bruxelas, 1200 pessoas da Europa, de várias confissões cristãs e áreas culturais. Severin Schimd é um dos organizadores do Movimento dos Focolares. O que diferencia o encontro que acontecerá no dia 12 de maio, em Bruxelas, dos precedentes? “Poderíamos responder com uma metáfora: se até agora éramos noivos, agora somos casados. No sentido que existe uma rede de comunhão muito sólida entre os movimentos. Outro elemento novo será apresentar os frutos da nossa colaboração, de 2007 até agora. O evento de 12 de maio de 2012 será realizado no Parlamento europeu, para apresentar aos políticos a nossa experiência numa situação na qual a Europa está se desintegrando, enquanto aqui existe uma força unificante, que reúne pessoas de todo o continente, de todas as denominações cristãs e de muitas línguas”. De que modo pode-se contribuir à superação da crise econômica? A mensagem de Bruxelas é apenas espiritual ou também de reforma política e das estruturas da comunidade europeia? “Ainda não temos condições de fazer propostas políticas. A proposta mais forte é mostrar um caminho de unidade possível. A mensagem é: se não estivermos unidos não existiremos mais como Europa. Inclusive países fortes, como a Alemanha, não podem sobreviver economicamente sem os outros países europeus. Estamos ligados uns aos outros. Ou nos unimos ou não existiremos mais. Procuramos fazer um serviço gratuito ao bem comum. Somos uma minoria criativa que, trabalhando junto, mira na elaboração de propostas mais concretas. A unidade europeia não se realiza por lei ou somente por meio das instituições, mas cresce principalmente do povo”.
Por que a escolha do auditório do Parlamento europeu para o evento de 12 de maio? “Não queremos criticar os políticos, queremos sim, sustentá-los e encorajá-los, porque entre nós encontram pessoas que trabalham pelos mesmos objetivos. Nós proporcionamos um diálogo, como interlocutores críveis, porque em muitos movimentos cristãos há respostas concretas para uma economia igualitária, uma convivência pacífica, boas práticas sociais. Apresentamos as nossas experiências e queremos escutar dos políticos as suas exigências, para encontrar formas de colaboração”. O evento se fará também em outras cidades europeias? “Em cerca de 200 cidades haverá programações simultâneas e em conexão com Bruxelas. Não queremos uma manifestação para nós, mas fazer algo para os outros. Num auditório grande reúne-se um número limitado e nós queremos, nessas 200 cidades, reunir o maior número possível de pessoas”. De Aurelo Molè
11 Nov 2011 | Focolare Worldwide
Nos meses de setembro e outubro o grupo musical internacional Gen Rosso apresentou-se na Itália e na República Tcheca. A ocasião foi a retomada dos projetos europeus para as escolas médias, que está envolvendo estudantes de boa parte da Europa, numa aventura fascinante, certamente única no seu gênero. Em Udine (Itália), graças ao projeto “Arte e Cultura para revitalizar a cidade”, 16 jovens trabalharam três dias com o grupo, a fim de apresentarem juntos o musical “Streetlight”. Um dos participantes declarou: «Aqui cada um de nós tem uma função. Se já toca bem um instrumento não deve ter medo de tocá-lo, se ainda não sabe tocar bem não precisa ter medo de não estar a altura… há lugar para todos». Um dos resultados que frequentemente o Gen Rosso consegue obter nessas ocasiões é justamente utilizar os talentos pessoais como um patrimônio para todos. Foi o que viveram os jovens da Boêmia, na República Tcheca, que participaram do projeto “Fortes sem violência”, nas três cidades de Jihlava, České Budějovice e Plzen. Mais de 850 adolescentes, entre os quais cerca de 70 ciganos, pertencentes a várias escolas, fizeram parte dos laboratórios de teatro, música, dança e canto, apresentando, em seguida, shows para milhares de pessoas. Dessa forma experimentaram a doação de si mesmos, em primeira pessoa, não apenas como meio de realização pessoal, mas inclusive como prevenção contra a marginalização, a violência, as desordens juvenis, um passo concreto para a realização de um mundo mais unido. A imprensa local e nacional salientou a dinâmica de trabalho em conjunto e a grande resposta que os jovens souberam dar aos próprios colegas. Honza Musil, um apresentador de TV muito popular na República Tcheca, desde o primeiro projeto, realizado em Brno, em maio de 2011, sempre fez a abertura dos eventos: «Onde vocês estiverem, eu também quero estar». E agora, nestes últimos dias, o Gen Rosso esteve em Bruxelas, na Bélgica, para o lançamento de “Toghether4peace”- “Juntos pela paz”, uma iniciativa voltada a desenvolver a criatividade dos jovens, numa experiência de unidade na diversidade. O projeto se concluirá com a apresentação do musical “Streetlight”, com a participação de cerca de 120 jovens, no contexto do evento “Juntos pela Europa”, dias 12 e 13 de maio de 2012.