Movimento dos Focolares
Crianças e Natal, tempo de doar

Crianças e Natal, tempo de doar

Tudo começou depois do Natal de 1980, quando Chiara Lubich, atravessando o centro de uma grande cidade, ficou desconcertada diante das vitrines iluminadas, “cheias de anões, Papai Noel e fadinhas”. Mas onde estava Jesus? O verdadeiro festejado do Natal estava totalmente ausente, acobertado por mil luzes coloridas, brilhos e presentes muito caros, que enchiam as vitrines elegantemente enfeitadas. Foi assim que nasceu o escrito “Desalojaram Jesus“. “No meu coração a incredulidade, e depois quase a revolta: este mundo rico se apoderou do Natal e de tudo que o rodeia, e desalojou Jesus!”.

Os e as gen 4 – as crianças do Movimento dos Focolares – responderam ao convite de Chiara Lubich, de levar novamente Jesus ao mundo. Todos os anos, em centenas de cidades, no mundo inteiro, com seus amigos, eles preparam estatuetas do Menino Jesus, de gesso, e as distribuem em toda parte. Nas praças, escolas, feiras, a fim de encontrar uma casa para Ele, e aquecer muitos corações, no dia em que Ele nasce no meio de nós.

As experiências são muitas…

Em Córdoba, na Argentina, o pai de uma gen 4, que participa da Renovação Carismática, ficou tocado com o escrito de Chiara e disse: “Esta mulher teve uma grande inspiração e nós não devemos perder a ocasião de dar Jesus, a sociedade precisa disso”. E logo começou a trabalhar na sua paróquia, para envolver outras pessoas no projeto “Natal solidário”. Assim, vários grupos da Renovação Carismática prepararam 150 imagens do Menino Jesus, o grupo dos escoteiros fez 300, a Escola Católica mais 300, e os e as gen 4, ajudados por outras pessoas, prepararam outras 450. No total foram distribuídos 1200 meninos Jesus.

Em Scafat, perto de Nápoles (Itália), as gen 4 escreveram uma carta ao prefeito, para pedir que pudessem fazer um baquinha na frente da prefeitura. O prefeito as recebeu, fez com que contassem o que estavam fazendo, e de boa vontade deu a permissão. E foi também o primeiro a comprar o Menino Jesus.

Levar a felicidade ao mundo'

Muitas pessoas ficam tocadas pelo amor das crianças. Os gen 4 de uma cidade na Toscana iam pelas ruas, de porta em porta, para oferecer Jesus Menino às famílias. Abriu a porta um senhor um pouco sério, e quando os meninos disseram que eram gen 4 e que estavam lá para oferecer o Menino Jesus, ele respondeu secamente: “Não me interessa, sou ateu!”. “O que quer dizer ateu?”, perguntou Lorenzo, e o senhor replicou: “E o que quer dizer gen 4?”. “Os gen 4 são aqueles que fazem atos de amor”, explicou Lorenzo, com seriedade. E o senhor, comovido: “Eu não acredito nas mesmas coisas que você, mas eu também quero fazer um ato de amor”. E comprou um Menino Jesus.

Como todos os anos, muitas pessoas que recebem o Menino Jesus doam, espontaneamente, uma oferta, para sustentar as iniciativas dos gen 4. Este ano tudo o que for arrecadado será enviado para a África. Como informam os próprios gen 4: “Nós gen 4, queremos levar a felicidade ao mundo”, e ainda: “Jesus, você que está nos nossos pobres, não o deixaremos sofrer mais, até quando estivermos aqui!”.

Com este vídeo, os nossos votos de Feliz Natal, de todos os gen 4!

Crianças e Natal, tempo de doar

Prêmio Madre Teresa a Chiara Lubich

«Amar, portanto, amar, amar, amar. Porque a vida, toda vida, cada estágio da vida pede amor. Devemos opor à cultura da morte uma cultura da vida». Assim declarou Chiara Lubich, dia 17 de maio de 1986, em um ginásio de esportes de Florença (Itália), onde tinha sido chamada, juntamente com Madre Teresa de Calcutá, para dar um testemunho durante o evento “Toda vida pede amor». Ainda hoje aponta-se o “direito à vida” como primeiro e fundamental entre todos os direitos humanos, e o se faz também através do Prêmio Europeu do Movimento pela Vida, intitulado a Madre Teresa, e que este ano será conferido à memória de Chiara Lubich, pela contribuição dada pelo Movimento dos Focolares, no mundo inteiro, à causa da vida. Chegando agora à sua terceira edição, o prêmio foi instituído no 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada em 10 de dezembro de 1948. Na primeira vez foi conferido, em Estrasburgo, à memória do grande geneticista, professor Jerome Lejeune. É um reconhecimento a quem testemunhou de maneira particularmente generosa e eficaz a dignidade humana, o amor e a vida, contribuindo de modo exemplar na construção de uma verdadeira cultura dos direitos humanos. Será recebido pela presidente do Movimento dos Focolares, Maria Voce, no dia 10 de dezembro, no Capitólio, em Roma, na presença de Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família, do prefeito de Roma, do presidente da Comissão das Relações Institucionais do Parlamento Europeu, do ministro húngaro para Assuntos Sociais e Família, de outras personalidades civis, religiosas e acadêmicas, e dos representantes dos Movimentos pela vida de 13 países europeus. Durante a programação serão apresentados alguns testemunhos de “gênio feminino” e lidos alguns testos de Chiara Lubich. «Quando Deus veio à terra trouxe o amor – refletia ainda Chiara, em 1986 –. Ele, criador da vida e suscitador de uma Vida ainda mais importante, sabia o que era necessário para mantê-la: o amor. E no final da vida ele mesmo nos julgará unicamente sobre o amor. O amor, portanto, é importante. Saiamos desse ginásio com o propósito de fazer da nossa vida um único e continuado ato de amor para com cada próximo e de comunicar este anseio ao maior número possível de pessoas. Assim daremos a nossa contribuição para aquela civilização da qual hoje tanto se fala: a civilização do amor».

Crianças e Natal, tempo de doar

Maria Voce, consultora para a Nova Evangelização

“A notícia alegra-me e honra-me, pela confiança demonstrada pelo Papa e pelo Conselho Pontifício. Esta nomeação compromete-me a fazer com que a minha vida, e a de todos aqueles que estão ligados a mim no Movimento dos Focolares, seja evangelizada e, por isso, evangelizadora. Estou consciente de que muitas pessoas jamais terão a ocasião de ler o Evangelho, a não ser através da nossa vida”. Foi a declaração de Maria Voce ao anúncio da sua nomeação, que chegou justamente no dia 7 de dezembro, aniversário da data que assinala historicamente o nascimento do Movimento dos Focolares, em 1943. São 15 os novos consultores do Conselho Pontifício para a promoção da Nova Evangelização, ministério pontifício instituído recentemente. No mês de outubro passado foi o promotor do primeiro encontro internacional “Novos evangelizadores para a nova evangelização”. O objetivo do Conselho é «promover uma renovada evangelização nos países onde já ressoou o primeiro anúncio da fé e estão presentes Igrejas de fundação antiga, mas que estão vivendo uma progressiva secularização da sociedade e uma espécie de “eclipse do sentido de Deus”, o que constitui um desafio a encontrar meios adequados para repropor a perene verdade do Evangelho de Cristo».

Crianças e Natal, tempo de doar

Desposei Deus, posso esperar tudo dele…

Soundtrack italiano © Charisma Productions (UK)

«Sempre tive uma fé muito forte, e junto com a fé havia também o amor por Deus. Mas eu o conhecia como todos os outros, pensava que Deus estivesse longe, para além das estrelas. A fulguração foi aos 23 anos, quando este carisma começou a funcionar». Você desposou Deus… «Deus fala por meio das circunstâncias, das pessoas, dos encontros, com os fatos. Eu estava na minha casa estudando… Minha mãe queria que eu só estudasse. As minhas irmãs mais novas, ao invés, ajudavam em casa. Um dia fazia muito frio. Éramos pobres. Antes a nossa situação era melhor, mas devido às circunstâncias… Minha mãe precisava de leite e tínhamos sempre que pegar uma garrafa e ir comprá-lo, a dois quilômetros de distância. Minha irmã disse: “Eu não vou! Está muito frio!”. A outra também não quis ir. Eu já tinha entendido que era importante amar. Eu tinha entendido isso antes de receber este nosso Ideal. Pensei: “Faço um ato de amor e vou”; eu disse: “Mamãe, eu vou!”. Peguei a garrafa, comecei a caminhar na direção desse lugar, onde comprávamos o leite. No meio do caminho, tive a impressão, era uma simples impressão, de que o céu se abria e dentro de mim ouvi esta voz: “Doe-se completamente a mim”. Entendi que era o chamado. Comprei o leite. Voltei. Não disse nada para ninguém. Escrevi para o meu confessor e ele quis conversar comigo. Naquela época se costumava fazer, como se diz, a parte do advogado do diabo, apresentando todas as dificuldades. O sacerdote então me disse:  “Você vai ficar sozinha, consagrando-se a Deus. Os seus irmãos se casarão, terão filhos e você vai ficar sozinha!” Eu respondi: “Enquanto existir um sacrário na terra, jamais estarei sozinha!”. Ele se consultou com um padre mais idoso e experiente e deu a permissão de me consagrar a Deus por toda a vida. Combinamos o dia. Ele me preparou um banquinho na igreja. Eu participei da missa. Eu tinha um missal pequenino. Antes de pronunciar a fórmula: “Sou toda tua”, compreendi o que estava para fazer. Tive a sensação de que uma ponte desmoronasse atrás de mim. Eu não podia mais voltar atrás, e lembro de uma lágrima que rolou. Porém, fiz o meu voto, desposei Deus. Depois, voltei para casa e a minha impressão era essa: desposei Deus, posso esperar tudo dele. Eu esperava algo grande. Naturalmente nunca teria imaginado um Movimento como este, que supera qualquer força humana. Alguém me disse para fazer, à noite, uma vigília de oração. Eu não achava uma prática adequada para mim, mas rezei por duas horas mais ou menos, diante de um crucifixo. No dia seguinte, voltando para casa, após a minha consagração, comprei três cravos vermelhos. Antes de sair minha mãe me perguntou aonde eu estava indo. Disse-lhe que ia a uma cerimônia. Senti que não precisava lhe dizer. O Evangelho diz que nem todos entendem. Só quem é chamado entende. Eu também dava aulas particulares, a algumas amigas, e a elas eu contei imediatamente. Elas me viram tão feliz e me perguntaram o que era. Eu lhes contei e também elas, aos poucos, se prepararam para fazer como eu. O Movimento começou assim. O voto, que eu fiz, foi como plantar a primeira pedra, sólida, para sempre».   Retirado de: “Frente a frente – Chiara Lubich e Sandra Hoggett” (I parte)

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Nos ângulos mais escuros da capital

«Venho de um pequeno vilarejo da zona rural e há pouco tempo me transferi para Roma. A chegada a uma cidade tão grande foi o encontro com realidades muito diferentes daquelas a que estava acostumado. Para mim foi difícil ver um jovem pedir algum trocado a pessoas enfiadas nas caixas de lixo, procurando o que comer. Não que sejam novidades. Cenas vistas e revistas muitas vezes, andando pelas ruas, na televisão. Mas quando nos encontramos cara a cara com essas situações alguma coisa muda, é a possibilidade de encontrar a própria medida em viver segundo o Evangelho. Voltando para casa, uma noite, parei para falar com um rapaz. Tinha 23 anos, mais ou menos a minha idade. Ele me contou sobre seus filhos, um dos quais em breve teria que ser operado e que o que tinham não era suficiente. Falou-me do aluguel de 150 euros que devia pagar para não ter que dormir, com a esposa e os filhos, no banco traseiro de um carro. E ainda das dificuldades em encontrar trabalho. Talvez fosse a velha história de sempre, as costumeiras desculpas para conseguir algum dinheiro, eu pensei. Mas havia alguma coisa que me empurrava para ir adiante. Disse-lhe que o ajudaria a encontrar um trabalho, que nas noites seguintes o convidaria para jantar, e que, se o proprietário o mandasse embora, o hospedaria na minha casa. Não sabia bem o que estava dizendo, mas as palavras saiam do meu coração. Eu me perguntava: o que eu posso fazer, tão pequeno, recém-chegado na realidade romana? Quando voltei para casa rezei, pedindo ajuda ao Pai. Dois dias depois recebi um email que falava de um encontro para jovens estrangeiros em busca de trabalho. Era a resposta, um sinal claro! Mandei logo uma mensagem ao rapaz, porque tínhamos trocado os números de telefone, e dei-lhe a notícia. Outras vezes me aconteceu de voltar tarde para casa, por situações parecidas, e ouvir as perguntas das pessoas do prédio: “mas por que você ainda fala com aquelas pessoas? Mas o que lhe importa… não adianta nada…”. Talvez tenha dado a eles alguma resposta artificial, mas o que entendi foi uma verdadeira revolução. Mudei o meu modo de agir porque “tudo é por Jesus”. Se nos deixamos trabalhar por Jesus, se o escolhemos como fundamento da vida, especialmente aquele Jesus que sofreu na cruz, por todos nós, então é Ele mesmo que nos faz ser ‘outro Ele’, nos ângulos escuros e nos sofrimentos da sociedade». (E.P. – Itália)