O Relatório Economia de Comunhão 2010/2011 está online
Um ano inteiro de Economia de Comunhão: os dados e as notícias que se encontram no Relatório Edc vão de setembro de 2010 a setembro de 2011. O relatório está dividido em três partes: as empresas, a cultura de comunhão e os pobres invocando, dessa forma, os “3 terços” da divisão dos lucros, ponto fundamental do projeto Edc. Dados numéricos e gráficos muito coloridos e de simples interpretação acompanham a história do vigésimo ano do projeto, com as vozes dos protagonistas. Importante ressaltar o anexo que contém a sondagem sobre a Edc “Identidade e futuro” realizada por Simona Di Ciaccio durante a Assembleia Internacional de maio de 2011 no Brasil. O Relatório está disponível online: todos estão convidados a baixá-lo e a conhecê-lo. Boa leitura! O Relatório pode ser baixado aqui (por enquanto somente em italiano)
Centre Pastoral Diocésain “Lindonge”
França, o “dado da fraternidade”
Quando a fraternidade dá partida gera uma reação em cadeia positiva, difundindo-se de maneira exponencial nas relações interpessoais, nos relacionamentos cotidianos entre colegas do colégio ou colegas de trabalho, tornando-se um estilo de vida. Dessa forma é construído um mundo diferente: cada pessoa assume a própria parte de responsabilidade e de luta, “seja você mesmo a mudança que quer ver ao seu redor”, dizia Gandhi.
Pode ser sintetizada assim a experiência feita por estudantes e professores num colégio de Sarcelles, uma cidade emblemática da periferia de Paris. No colégio, duas meninas, ambas de origem estrangeira, brigam com grande violência. Era o dia 28 de setembro de 2007. O que fazer? Resignar-se e abaixar a cabeça? Pierre Benoit, professor de italiano, decide reagir. Propõe aos alunos o “método da fraternidade”. Do que se trata? Todas as manhãs jogam o “dado da fraternidade”, que tem uma frase diferente escrita em cada face. Por exemplo: “Considero cada homem um irmão, cada mulher uma irmã”; “Vou ao encontro até do meu inimigo”; “Entendo o outro”, e isso até quando “o outro também me considera um irmão”. Cada dia um propósito diferente para colocar em prática, e no fim todos contam como foi a semana.
A proposta foi inspirada no “dado do amor”, um jogo lançado por Chiara Lubich às crianças, para tornar mais lúdico o gesto da fraternidade. Na escola de Paris o “dado da fraternidade” é proposto numa versão mais universal, sem referências à linguagem religiosa e, portanto, ao alcance de todos. Os jovens aceitam e logo tornam-se os primeiros protagonistas. O balanço entusiasma: a escola se torna o cenário de um mundo diferente, onde, pela primeira vez, histórias de amizade e reconciliação são entrelaçadas. Uma jovem comenta: “Só por causa de uma palavra, um olhar ou uma frase que alguém repete… é ignorância demais chegar a destruir-se”.
A experiência torna-se então objeto de curtas-metragens, trabalhos dos próprios alunos, que contam histórias nas quais uma palavra de reconciliação pode romper o círculo da violência e da inimizade. Naquele mesmo ano, 2007, propõe-se um festival com um título significativo: “A fraternidade na escola, a fraternidade na cidade”. Participam mais de 250 pessoas, entre as quais três prefeitos.
Um ano depois, no dia 6 de junho de 2008, é fundada uma associação, a “Fratern’Aide”, cujo objetivo é ajudar a construir paz, fraternidade e solidariedade entre todos. Nestes anos foram promovidas muitas iniciativas. Os jovens de Sarcelles receberam o primeiro prêmio do Concurso Nacional “Inscritos pela Fraternidade”, instituído pela Liga pelos Direitos do Homem. Os próprios alunos vão apresentar o seu método em outras escolas do município de Paris, até que a Associação é convidada pela Rede das Escolas dos Cidadãos (RECIT), em outubro de 2010.
A experiência interessa inclusive o filósofo Bruno Mattei, professor da Universidade de Lille, autor, entre outros, do livro “É possível a fraternidade?”. O método chega até mesmo à UNESCO (que em 1996 deu a Chiara Lubich o Prêmio pela Educação à Paz), onde foi apresentado a um público de embaixadores.
É como dizer: quando a fraternidade entra em ação nada é capaz de detê-la!
Brescia: “Spot, gravando!”
O projeto sobre as linguagens da comunicação publicitária chegou ao quarto dos oito encontros previstos. Até agora participaram ao todo 600 jovens. Depois da etapa introdutória, com a análise de spots e campanhas publicitárias italianas e estrangeiras, o projeto prosseguiu com dois laboratórios de aprofundamento: sobre a utilização da imagem feminina na publicidade (com a psicóloga Anna Granata e a antropóloga Anna Casella), e sobre a influência da moda nos comportamentos juvenis (com a bailarina Liliana Cosi e o psicólogo Ezio Aceti).
Na quarta etapa, Raffale Cardarelli, publicitário e especialista em comunicação, e membro de Net-One, levou os jovens – 400 estudantes de ensino médio – a uma análise aprofundada dos estudos e mecanismos que estão “por trás dos bastidores” de um spot, revelando as estratégias utilizadas com a finalidade de convencer os destinatários da comunicação. “Entramos na parte mais técnica – comentou um dos presentes – agora começamos a ter mais elementos para continuar no trabalho que nos espera”. “Interessante e quase inquietante descobrir o que está por trás de um spot – disse um outro –, é preciso conhecer estes mecanismos para ter mais senso crítico e incidir no nosso mundo”.
Com esse encontro, o projeto “Spot, gravando!” chega ao seu ponto chave: das análises teóricas os jovens passarão, nos próximos meses, à criação de uma verdadeira campanha publicitária, centralizada em questões sociais especialmente relevantes em suas cidades (as dependências, o relacionamento homem-mulher, a realidade multicultural), que serão analisadas num confronto entre várias visões, inclusive com representantes das instituições e da mídia local. Em seguida será feito, para cada uma das três temáticas, um spot que suscite fraternidade, o que constituirá a mensagem conclusiva do projeto, oferecido pelos Jovens por um Mundo Unido a toda a população. Durante o encontro foi proposta aos jovens a participação no Genfest 2012, como uma ocasião a mais para viver como protagonistas e contribuir na realização de um mundo mais unido.