Movimento dos Focolares
JMJ 2016 e a aventura dos jovens de Verona

JMJ 2016 e a aventura dos jovens de Verona

gruppo 1Da diocese de Verona (Itália) eram cinco ônibus com jovens de 17 anos, com destino à Polônia, acompanhados por um sacerdote, animadores e famílias. O acampamento que os esperava em Cracóvia, no contexto da JMJ, era direcionado especialmente a eles. No grupo havia também alguns Gen 3, entusiasmados por fazerem uma experiência desse tipo. «Uma etapa da viagem estava prevista para o dia 22 de julho em Munique – conta Pe. Stefano Marcolini, dos Focolares, um dos sacerdotes que acompanhava o grupo -, para visitar o ex-campo de concentração nazista de Dachau. À noite, voltando para Munique decidimos fazer um giro turístico pela cidade, sem saber que esta teria se tornado palco de um atentado terrorista. Graças a Deus não estávamos próximos ao centro comercial onde acontecia o tiroteio, mas houve uma tal confusão que toda a cidade (metrô, bares e locais públicos) estava tomada pelo pânico. Havia muito medo e era grande a dificuldade para nos reencontrarmos. Ainda bem que funcionavam os celulares e o Google maps. Finalmente, às três da manhã, estávamos todos juntos, generosamente recebidos pela igreja local que nos hospedava, oferecendo, além de tudo um abundante café da manhã. Tendo contatado o Ministério das Relações Exteriores italiano, porém, recebemos a ordem de voltar à Itália, já que o nosso grupo era formado por menores».foto 1 Mas os jovens não se davam por vencidos. Encorajados pelas palavras de convite do Papa Francisco para a JMJ: “Não lhes deixem roubar a esperança”, de volta à Itália desejaram da mesma forma participar de um “camping-escola” – aquele que teriam feito em Cracóvia – que o bispo, velozmente conseguiu montar num bonito local nas montanhas. «Tendo sabido da aventura deles, o Papa encorajou os jovens a não se renderem e disse que esperava por todos na JMJ. Três deles, acompanhados por um sacerdote, foram convidados a participar de um festival dos jovens italianos, em Cracóvia. E foram eles os escolhidos, junto com outros jovens, para fazer ao papa uma pergunta, numa conexão internet, precisamente sobre os fatos ocorridos em Munique». «Respondendo ao convite pessoal do Papa – continua pe. Stefano – terminado o acampamento vamos viajar novamente de ônibus para a Polônia, para chegar a tempo de participar, no sábado, dia 30, pela manhã, de uma audiência privada com ele. Mas não só. Para o grande encontro do sábado à tarde, para o qual são esperados 2 milhões de jovens, os de Verona receberam o ingresso para sentar-se na primeira fila! E tudo isso porque, como diz Ricardo, um dos Gen 3, “nós não deixamos que nos roubassem a esperança!”».

Palavra de Vida – Agosto de 2016

Já faz mais de 70 anos que se vive a Palavra de Vida. Este folheto chega às nossas mãos. Lemos o seu comentário. Mas o que gostaríamos que permanecesse é a frase proposta, uma palavra da Sagrada Escritura, muitas vezes uma frase de Jesus. A “Palavra de Vida” não é uma simples meditação, mas nela é Jesus que nos fala, que nos convida a viver, levando-nos sempre a amar, a fazer da nossa vida um ato de doação. Ela é uma “invenção” de Chiara Lubich, que assim nos descreveu a sua origem: “Eu tinha sede da verdade, por isso queria estudar filosofia. Ainda mais: como muitos outros jovens, eu buscava a verdade e acreditava que a encontraria através do estudo. Mas, eis uma das grandes ideias dos primeiros dias do Movimento, que imediatamente comuniquei às minhas companheiras: ‘Para que procurar a verdade, quando ela vive encarnada em Jesus, homem-Deus? Se a verdade nos atrai, deixemos tudo, busquemos Jesus e sigamo-lo’. E assim fizemos”. Elas pegaram o Evangelho e começaram a sua leitura, palavra por palavra. Acharam-no completamente novo. “Cada palavra de Jesus era um facho de luz incandescente, todo divino! (…) Suas palavras são únicas, eternas (…), fascinantes, tinham sido escritas de forma divinamente escultural, (…) eram palavras de vida, que deviam ser traduzidas em vida, palavras universais no espaço e no tempo”. Descobriram que eram palavras não estagnadas no passado, não uma simples lembrança, mas palavras que Ele continuava a dirigir a nós, como a cada homem de qualquer tempo e latitude.1 Mas Jesus é realmente o nosso Mestre? Vivemos cercados de muitas propostas de vida, de muitos mestres de pensamento, alguns aberrantes, que induzem até mesmo à violência; ao passo que outros são corretos e iluminados. E, no entanto, as palavras de Jesus possuem uma profundidade e uma capacidade de envolver- nos que outras palavras – sejam elas de filósofos, de políticos, de poetas – não têm. São “palavras de vida”: podem ser vividas e dão a plenitude da vida, comunicam a própria vida de Deus. Todo mês colocamos em relevo uma delas. E assim, lentamente o Evangelho penetra na nossa mente e nos transforma, fazendo-nos adquirir o próprio pensamento de Jesus, tornando-nos capazes de responder a situações as mais diversas. Jesus se torna o nosso Mestre. Às vezes ela pode ser lida em grupo. Gostaríamos que fosse o próprio Jesus, o Ressuscitado, que vive em meio àqueles que estão reunidos em seu nome, que a explicasse a nós, que a atualizasse, que nos sugerisse como colocá-la em prática. Mas a grande novidade da “Palavra de Vida” está no fato de que podemos compartilhar as experiências, as graças que recebemos quando as vivemos, como explica Chiara referindo-se àquilo que acontecia no início, e que persiste até hoje: “Sentíamos o dever de comunicar aos outros tudo o que experimentávamos; tínhamos consciência de que, doando, a experiência permanecia como edificação para a nossa vida interior, enquanto que, não doando, lentamente a alma se empobrecia. Portanto, a palavra era vivida com intensidade durante o dia inteiro e os resultados eram comunicados não só entre nós, mas também entre as pessoas que se uniam ao primeiro grupo. (…) Quando a vivíamos, já não era mais eu, ou nós, quem vivia, mas a palavra em mim, a palavra no grupo. E isto significava revolução cristã, com todas as suas consequências”.2 É o que pode acontecer hoje também conosco. Fabio Ciardi 1  Chiara Lubich, Escritos espirituais / 3, São Paulo : Cidade Nova, 1984, p. 112.  2 Ibid., p. 116.