Movimento dos Focolares
Os Focolares agradecem

Os Focolares agradecem

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Maria Voce acolhida em Milão por alguns membros dos Focolares.

Hoje de manhã, 28 de setembro, Maria Voce, presidente do Movimento dos Focolares, foi submetida, em Milão, a uma intervenção cárdio-cirúrgica. A operação, programada há algum tempo, se concluiu com sucesso. O processo pós-operatório, nestas primeiras horas, se demonstra regular. O Movimento dos Focolares agradece a todos os que rezaram e se interessaram pela saúde de Maria Voce, enquanto continua a acompanhar, com a oração, a evolução da internação, pedindo o rápido e completo restabelecimento da presidente.

João Paulo I, o “Papa do sorriso”

João Paulo I, o “Papa do sorriso”

GiovanniPaoloIDepois da morte de Paulo VI, «após 20 dias, dia 26 de agosto, subiu à Cátedra de São Pedro o “Papa do sorriso”, João Paulo I. Mas, se o seu brevíssimo pontificado durou apenas um mês, ele teve o tempo para dirigir um sorriso também a nós, com palavras de benção». Assim escreve Chiara Lubich no livro “O Grito” (1), onde evidencia o relacionamento ininterrupto com os sucessores de Pedro. Inclusive com Albino Luciani, ainda que no brevíssimo tempo de seu pontificado. «O novo papa tem o dom de fazer-se entender imediatamente, por todos – escreve Guglielmo Boselli (2), então diretor de Città Nuova –, até pelas crianças. Tem a linguagem normal, imediata, que Jesus usava, a sabedoria do coração que torna capaz de comunicar logo, uma relação espontânea: a dádiva maravilhosa de quem vem de uma longa experiência pastoral, sempre em contato com o povo, e não precisa de discursos difíceis de especialistas. É um homem com uma vasta cultura humanística e teológica, que superou a fase em que se encontram aqueles que ainda estudam o cristianismo no laboratório: as suas palavras são imediatamente aquelas que devem ser. Basta que abra a boca e o entendimento existe, comunicativo, verdadeiro». A sua eleição acontecera após um breve conclave que durou apenas 26 horas. Havia sido escolhido um “apóstolo do Concílio”, como foi dito. Na audiência com os cardeais, dia 30 de agosto, referindo-se à Lumem gentium 22, tocou um dos pontos chave da eclesiologia do Vaticano II. «Os bispos – afirmou – devem pensar também na Igreja universal… atrás de vocês vejo os seus bispos, as Conferências, que no clima instaurado pelo Concílio devem dar um forte apoio ao Papa… Isso é verdade, porém, hoje há uma grande necessidade que o mundo nos veja unidos… Tenham piedade do pobre novo Papa, que realmente não esperava subir a este lugar. Procurem ajudá-lo e procuremos juntos dar ao mundo um espetáculo de unidade, inclusive sacrificando alguma coisa, às vezes; mas nós temos tudo a perder se o mundo não nos ver firmemente unidos». Após 33 dias, em 28 de setembro, a notícia desconcertante da sua morte. «João Paulo I – escreve ainda Guglielmo Boselli (3) – teve, talvez, a missão de abater as últimas aparências externas de qualquer “distância” entre o papa, entre o bispo de Roma, “presidente da caridade”, e o povo, que ainda podiam resistir: para fazer um diálogo de homem entre os homens em uma igreja na qual tudo é credível, autêntico. O Papa Luciani fez a sua parte. Talvez não devia, e não podia, fazer mais». Não é difícil reconhecer uma clara continuidade com Papa Francisco.   (1) Chiara Lubich, O Grito, Ed. Cidade Nova, pag 104 (2) Città Nuova, 17/1978, pag. 8 (3) 19/1978, pag. 9

Palavra de Vida – Outubro

Em uma sociedade violenta como essa em que vivemos, é difícil abordar um assunto como o do perdão. Como é possível perdoar a quem destruiu uma família, a quem cometeu crimes bárbaros ou a quem, mais simplesmente, atingiu nossa honra em questões pessoais, arruinando a nossa carreira, traindo a nossa confiança? A primeira reação instintiva é a vingança, é pagar o mal com o mal, desencadeando uma espiral de ódio e agressividade que torna a sociedade cada vez mais violenta. Ou então, é cortar todo tipo de relacionamento, guardar rancor e aversão, numa atitude que deixa a vida amargurada e as relações envenenadas. A Palavra de Deus irrompe com força nas mais variadas situações de conflito e propõe, sem meios termos, a solução mais difícil e corajosa: perdoar. Desta vez, quem nos faz chegar esse convite é um sábio do antigo povo de Israel, Ben Sirac. Ele mostra como é absurdo uma pessoa dirigir a Deus um pedido de perdão, quando ela mesma não sabe perdoar. Num antigo texto da tradição hebraica lemos: “A quem é que [Deus] perdoa os pecados? Àquele que, por sua vez, sabe perdoar”1. Foi isso que o próprio Jesus nos ensinou, na oração que dirigimos ao Pai: “Pai… perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”2. Também nós erramos, e cada vez que isso ocorre gostaríamos de ser perdoados! Suplicamos e esperamos que nos deem uma nova chance de recomeçar, que nos considerem ainda dignos de confiança. Se isso acontece conosco, será que também não acontece com os outros? Não devemos amar o próximo como a nós mesmos? Chiara Lubich, que continua inspirando a nossa compreensão da Palavra, comenta assim o convite ao perdão: Perdoar “não é esquecer, o que muitas vezes significa não querer olhar de frente a realidade. Perdoar não é mostrar fraqueza, ou seja, fechar os olhos diante de uma atitude injusta, com medo do outro que a cometeu, por ser ele mais forte. O perdão não consiste em considerar sem importância aquilo que é grave, ou dizer que é bom aquilo que é mau. O perdão não é indiferença. O perdão é um ato de vontade e de lucidez, portanto de liberdade, que consiste em acolher o irmão tal como ele é, apesar do mal que praticou contra nós, do mesmo modo que Deus acolhe a nós, pecadores, apesar dos nossos defeitos. O perdão consiste em não responder à ofensa com ofensa, mas em fazer aquilo que diz Paulo: ‘Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal pelo bem’3. O perdão consiste em abrir, a quem comete uma injustiça contra você, a possibilidade de um novo relacionamento; portanto, a possibilidade, para ele e para você, de recomeçar a vida, de ter um futuro em que o mal não tenha a última palavra”. A Palavra de Vida nos ajudará a resistir à tentação de responder na mesma altura, de pagar o mal com o mal. Ela nos ajudará a ver com olhos novos aquele que tem inimizade contra nós, reconhecendo nele um irmão, ainda que mau, um irmão que precisa de alguém que o ame e o ajude a mudar. Será essa a nossa “vingança de amor”. “Vocês dirão: ‘Mas isso é difícil’” – continua Chiara no seu comentário –. “É lógico. Mas essa é a beleza do cristianismo. Não por acaso você é discípulo de um Deus que, morrendo na cruz, pediu a seu Pai o perdão para aqueles que o tinham levado à morte. Coragem! Comece uma vida dessa qualidade. Asseguro que encontrará uma paz nunca antes experimentada e muita alegria, ainda desconhecida”4.  

Fabio Ciardi

1 Cf. Talmude babilônico, Megillah 28a.

2 Cf. Mt 6,12.

3 Rm 12,21.

4 Cf. Costruire sulla roccia, Roma : Città Nuova, 1983, p. 46-58.

Evangelho vivido: não estamos sós.

O maná caído do céu. “Sou iraquiano e sou veterinário. No dramático momento histórico que o meu país está passando também o meu trabalho entrou em crise: são raros os clientes. Com esforço, eu procurava alguma outra solução para manter a minha família e ofereceram-me um trabalho com um excelente salário, mas, em uma cidade distante de onde moro. Seria uma solução favorável para a minha família, mas, que me afastaria de todos. Os meus parentes insistiam para que eu aceitasse aquela oferta: era como o maná caído do céu. Conversei muito com minha mulher sobre isto e, em conclusão, pareceu-nos que não era oportuno partir naquele momento, tanto pelo nosso filho pequeno, quanto para algumas famílias amigas que necessitam do nosso apoio, especialmente, o apoio moral. E assim, confiando em Deus, renunciamos àquela proposta. Foi inacreditável: já no dia seguinte à nossa difícil decisão, o meu trabalho começou a aumentar. Atualmente eu estou ganhando quatro vezes mais do que ganhava antes”. (Y. K. – Iraque) O imprevisto. “No início da nossa vida matrimonial estávamos prestes a mudar de casa e recebemos a confirmação de que eu estava grávida do nosso primeiro filho. Imersos nessa situação, surgiu um imprevisto: um pequeno nódulo no seio. Os resultados dos exames foram claros: era um tumor maligno. Tanto para mim quanto para meu marido, que é médico, foi um golpe muito duro, o primeiro desta gravidade depois do casamento. Três dias após a consulta com o especialista eu fui operada. Na opinião dele e dos seus colegas, continuar a gravidez constituía um fator agravante para a doença: era necessário fazer, imediatamente, um aborto terapêutico para iniciar a quimioterapia. Porém, nós não queríamos aceitar essa indicação. Confiando em Deus, passei por consultas com outros médicos, procurando soluções alternativas.  Depois, decidimos optar pelo parto cesáreo no sétimo mês de gravidez, quando a criança estaria perfeitamente em condições de sobreviver. Somente depois eu iniciaria a quimioterapia e a radioterapia. Desde então já se passaram oito anos e, atualmente, esperamos o nosso terceiro filho”. (M. D. – França) Existe mais alegria em dar. “Eu procurava a felicidade de maneira errônea: péssimas companhias, discoteca, álcool e fumo. O meu namorado era dependente de drogas e era traficante. Intratável e rebelde tanto na escola quanto a casa, eu me vestia de modo estranho, sempre de preto com muitos broches e alfinetes pontiagudos de metal na roupa. Eu era totalmente indiferente no que diz respeito a Deus. Quando eu toquei o fundo do poço, reunindo todas as forças me distanciei do meu namorado e dos meus antigos amigos. Mas, como resolver a tristeza e o senso de profundo vazio que eu experimentava? Quando iniciou o ano letivo, eu senti muita confiança no novo professor de religião. Das conversas com ele eu recebi o dom da fé. O encontro com Deus-misericórdia me transformou totalmente, satisfazendo o meu desejo de ser amada. Eu comecei a rezar e a estabelecer um relacionamento com Jesus, a dedicar-me no serviço de voluntariado e experimentei que “existe mais alegria em dar que receber”. Atualmente eu vivo uma vida normal: estudo e faço tudo o que faz uma jovem da minha idade, com a diferença que, hoje, eu tenho Deus no meu coração”. (A. R – Itália).