Movimento dos Focolares
Maria Voce:  “Reinventar a paz”

Maria Voce: “Reinventar a paz”

090616 Maria Voce«O hoje da história nos apresenta num ritmo frenético as imagens de um mundo dilacerado por conflitos de todos os tipos, de muros que se erguem, de migrantes e refugiados que fogem da miséria e da guerra, de egoísmos políticos que encaram com negligência os problemas da humanidade». Deste modo, Maria Voce, presidente del Movimento dos Focolares, descreve o atual cenário mundial em um discurso que, por não estar presente, será lido por Catherine Belzung. Cenário sintetizado pelo papa Francisco – recorda a presidente – «na expressão: terceira guerra mundial em partes”. Uma violência não convencional, universal e penetrante, difícil de ser derrotada com os instrumentos até agora utilizados.[…] São conflitos que só podem ser resolvidos com uma atuação conjunta, não só da comunidade internacional, mas da comunidade humana mundial. Ninguém pode se sentir excluído dessa ação: ela deve passar pelas nossas ruas, nos lugares de trabalho, de instrução e de formação, do esporte e do divertimento, das comunicações, do culto.  À “guerra mundial em partes” se responde com uma paz mundial feita também ela de “partes individuais”, de pequenos passos, de gestos concretos. Todos têm um papel, cada um tem uma responsabilidade». Maria Voce evidencia o empenho das organizações internacionais, da sociedade civil, das associações e movimentos. Como aquele que ela mesma representa e que se fundamenta em uma experiência de mais de setenta anos de trabalho pela unidade e pela paz iniciado por Chiara Lubich e desenvolvido nos mais variados pontos críticos do planeta em um diálogo em todos os níveis no mundo cristão, com outras religiões, com pessoas de convicções não religiosas. Um diálogo «baseado na acolhida das pessoas, na compreensão profunda das suas escolhas, das suas ideias, valorizando a beleza, o positivo, o que pode ser comum, que pode criar vínculos». «É a fraternidade – afirma Maria Voce citando Chiara Lubich – que pode fazer florescer projetos e ações no complexo tecido político, econômico, cultural e social do nosso mundo. É a fraternidade que faz sair do isolamento, abrindo as portas do desenvolvimento aos povos que ainda permanecem excluídos. É a fraternidade que indica como resolver pacificamente as controvérsias e que relega a guerra aos livros de história. É em virtude da fraternidade vivida que se pode sonhar e até mesmo esperar com alguma forma de comunhão de bens entre países ricos e pobres, já que o escandaloso desequilíbrio, que existe hoje no mundo, é uma das causas principais do terrorismo. A profunda necessidade de paz, que a humanidade hoje expressa, demonstra que a fraternidade não é só um valor, não é só um método, mas o paradigma global de desenvolvimento político».[1] «Sobre esta base – prossegue Maria Voce – é possível rever o que é a paz, aliás, é possível reinventá-la». E indica âmbitos e significados: em primeiro lugar empenhar-se até o fim no diálogo; realizar projetos políticos que não sejam  condicionados pelos interesses de parte; abater o muro da indiferença e reduzir as desigualdades; promover uma cultura da legalidade; preocupar-se em proteger a criação. «Reinventar a paz significa amar o inimigo […], significa perdoar. O perdão não é contrário à justiça internacional, mas oferece a possibilidade de restabelecer relacionamentos com novas bases. […] Por isso é necessária uma profunda operação cultural. É preciso investir na cultura e na instrução, como recomenda esta Instituição […]. Por fim, reinventar a paz significa amar a pátria alheia como a própria, o povo, a etnia, a cultura alheia como as próprias». Leia o texto integral [1]Ao prof. Benjamin Barber, Mensagem para a Jornada da Interdependência, Filadélfia, 12 de setembro de  2003.  

Na UNESCO se recorda Chiara Lubich

Na UNESCO se recorda Chiara Lubich

Para assistir a transmissão direta on-line, das 10 às 13h e das 15 às 18h (horário de Paris) 1271548No primeiro aniversário dos trágicos atentados terroristas em Paris, na sede da UNESCO se realizará por dois dias o evento “Reinventar a paz”. O Movimento dos Focolares, em colaboração com a Direção Geral da Unesco e o Observador Permanente da Santa Sé, no 20° aniversário do Prêmio “Educação para a Paz”, conferido a Chiara Lubich, expressará o empenho decidido, criativo e difundido em muitos lugares da terra de percorrer novos caminhos para construir a paz e a fraternidade. Trata-se do encontro cotidiano de culturas e religiões que, nas palavras proferidas pela presidente dos Focolares, Maria Voce, na ONU, em abril de 2015, “não se limita à tolerância ou ao simples reconhecimento da diversidade”, mas, “vai além da reconciliação, que é fundamental, e cria, por assim dizer, uma nova identidade, mais ampla, comum e partilhada. É um diálogo ativo, que envolve pessoas das mais variadas convicções também religiosas, e impulsiona a olhar as necessidades concretas”. E referindo-se ao empenho ora existente mesmo em contextos marcados por crises gravíssimas, Maria Voce afirmava que “o tempo atual não é tempo das meias medidas. Se existe um extremismo da violência, a este (…) responde-se igualmente com radicalismo, mas, de maneira estruturalmente diferente, ou seja, com o extremismo do diálogo! Um diálogo que requer o máximo de envolvimento, que é arriscado, exigente, desafiante, que mira a arrancar as raízes da incompreensão, do medo e do ressentimento”. O programa do evento será aberto por Marco Desalvo, Presidente de New Humanity (ONG do Movimento dos Focolares reconhecida pela ONU) e por um representante da Unesco. Seguiram as saudações de dom Francesco Follo, Observador permanente da Santa Sé e o pronunciamento de Jesús Morán, copresidente do Movimento dos Focolares. A sessão será concluída com o discurso de Maria Voce que tratará o tema “Reinventar a paz”. A segunda sessão da manhã, enriquecida por conteúdos de multimídia, será interdisciplinar e intergeracional. Apresentando testemunhos concretos a favor da unidade e da paz serão indicadas pistas operantes em cinco painéis: Peace is Education; Peace is an Asset; Peace is Right; Peace is Green; Peace is Art. A sessão da tarde: “Qual diálogo em um mundo dividido?” será introduzida por, Enrico Letta, presidente do Instituto Jacques Delors e terá como foco algumas ideias-força, sobre as quais fundamentar um projeto para um novo humanismo no caminho em direção à civilização da unidade. São dois os assuntos que guiarão o debate. O primeiro: “Religiões: problema ou fonte para a paz?”, moderado por Rita Moussallem, corresponsável do Centro para o Diálogo Interreligioso do Movimento dos Focolares, terá como relatores Adnane Ben Abdelmajid Mokrani, do Instituto Pontifício de Estudos Árabes, Itália; Fabio Petito, Relações Internacionais da Sussex University, Reino Unido; Léonce Bekemans, economista e especialista em Estudos Europeus na “Chaire Jean Monnet”, Itália. O segundo: “Política e economia na desordem internacional”, moderado por Pál Tóth, do Instituto Universitário Sophia, Itália, contará com a participação de Pasquale Ferrara, embaixador da Itália na Argélia; Silvia Costa, presidente da Comissão da Cultura do Parlamento Europeu; Damien Kattar, ex-ministro das Finanças no Líbano. Fonte: Comunicado (SIF) Discurso de Chiara Lubich