Movimento dos Focolares
O encontro com a dor

O encontro com a dor

20170414-01Primeiro passo: predispor-se De manhã, como é possível ao despertar, me predisponho assim: «Hoje quero esperá-Lo». Não sei o que me trará o dia, mas sei que, de modo imprevisível, Jesus abandonado virá a mim: nas dificuldades, nas desilusões, talvez até mesmo nas minhas faltas, em más e dolorosas notícias. Eu lhe declaro que Ele pode vir tranquilamente, que O espero. Segundo passo: reconhecê-lo Durante o dia, quase sempre diversamente da expectativa, encontro o negativo ao meu redor ou em mim. Neste momento é importante reconhecê-Lo logo sem titubeios. Não existe necessidade ou culpa em que Ele, no seu abandono, já não esteja presente: de tal modo cada dor é “seu sacramento” e aquilo que importa é, dentro da marca desta dor, reconhecer o semblante do Crucificado e Abandonado e, amando, adorá-lo imediatamente. Terceiro passo: chamá-lo pelo nome Ao encontrá-Lo, não só registro algo, mas O observo e O cumprimento. Eu O chamo pelo nome. O fato de chamar pelo nome cada semblante de Jesus abandonado é um exercício precioso e muito mais do que uma percepção superficial. Não mais “uma coisa” mas um “Tu”. Justamente assim, cada uma de minhas ações se torna contemplação. Quarto passo: fazer-lhe festa Preparar uma festa para Jesus abandonado. Com isto, entendo dizer para acolhê-Lo não só não titubeando, como se tratasse de um fato inevitável, ou como acolher alguém que, embora meu amigo, me surge, porém, inoportunamente. Ao invés, quero que Ele não fique sentado na sala de espera nem um só instante, mas acolhê-Lo logo, no centro do meu amor, da minha alegre disponibilidade. Este é o passo (passagem) através da dor no amor, através do abandono na Páscoa. Só quem ama assim o Abandonado dará alegria ao mundo. A festa que nós preparamos para o Abandonado é aquele dia de festa que não conhece ocaso, porque o seu sol, o Amor, nunca se põe. Klaus Hemmerle Publicado na revista Gen’s 36, Roma 2006, n. 1, p. 3.