Jun 23, 2017 | Sem categoria
Cento e quinze parlamentares da Interparliamentary Assembly on Orthodoxy (I.A.O.) participam da sua 24° Assembleia Geral, recebidos nos dias 26 e 27 de junho pelo Parlamento Italiano, no Palácio de Montecitório. São provenientes dos Parlamentos de 46 países, dos cinco continentes. De maior consistência as delegações de Chipre, Geórgia, Grécia, Cazaquistão, Federação Russa, Síria e Hungria. Desejaram, em precedência ao início dos trabalhos, visitar, no domingo, 25 de junho, o Mosteiro Bizantino de São Nilo, em Grottaferrata (Roma) e realizar um encontro entre o Bureau Internacional da I.A.O. e Maria Voce, presidente do Movimento dos Focolares, em sua sede internacional de Rocca di Papa (Roma).
Jun 23, 2017 | Sem categoria
O evento seguiu uma fórmula inédita, marcada por três momentos distintos, seja pelo lugar onde aconteciam seja pelo contexto religioso, revelando-se como uma espécie de peregrinação de diálogo, compreendido como um caminho comum, uma fórmula cara ao Papa Francisco que, repetidamente, sugere continuar a caminhar juntos, binômio fundamental para o grande canteiro de obras que é o diálogo inter-religioso. A primeira parte do evento foi realizada na Fu Jen University, prestigiosa universidade católica da ilha. O título – “Budistas e cristãos em diálogo: dos escritos dos missionários ao diálogo inter-religioso” – por si só mostrava-se convidativo. Propunha uma reflexão sobre quanto mudou o mundo das religiões desde quando os primeiros missionários chegaram ao Oriente, a partir do século XV, até hoje, quando se trabalha em uma das necessidades fundamentais da humanidade: o diálogo entre homens e mulheres que creem, qualquer que seja a sua fé.
O dia de reflexão foi organizado conjuntamente, além de que pela universidade católica de Taiwan, também pelo Instituto Universitário Sophia com o Centro do Diálogo Inter-religioso do Movimento dos Focolares, e pelo Dharma Drum Montain, mosteiro e universidade budista, que representa um dos centros de renovação fundamental do Budismo Chan, da China. Cerca 70 eram os participantes, muito qualificados: um grande número de monges theravada e leigos budistas e católicos da Tailândia, um grupo de Taiwan, o presidente do Dharma Drum Institute for Liberal Arts, além de autoridades no campo acadêmico. Os trabalhos suscitaram imediatamente grande interesse. As apresentações que diziam respeito aos escritos dos missionários concentraram-se no período entre os séculos XIV e XIX. Mas, o centro nevrálgico das reflexões foi Matteo Ricci, jesuíta, grande apóstolo do cristianismo nesta parte do mundo, mestre da arte da adaptação, o que lhe permitiu chegar à alma dos povos da China. Contudo, justamente Ricci esteve no centro do interesse pela sua posição por nada complacente diante do budismo, visto por ele e por muitos seus contemporâneos como um amontoado de ritos e manifestações pagãs. Os missionários, nos séculos que vão do XV ao XX, não foram absolutamente abertos diante dos seguidores de Buda, e nos debates procuraram demonstrar quem seguia o verdadeiro Deus e a verdadeira religião. Os trabalhos revelaram ainda a posição crítica dos seguidores de Buda com relação aos cristãos. Evidenciou-se como, sobre estes pontos, nutrem-se sentimentos recíprocos. Precisamente este pano de fundo histórico, diante do qual também nós, católicos, não podemos negar a necessidade de um adequado exame de consciência por erros determinados por atitudes discriminantes, salientou o valor da experiência destes últimos 60 anos. Atualmente o diálogo está bem encaminhado, com relações de confiança recíproca, ainda se com pontos que necessitam ser esclarecidos e, eventualmente, defendidos, para garantir identidades precisas e evitar sincretismos. No decorrer dos trabalhos foram apresentadas experiências concretas de diálogo, em Hong Kong, na Coreia, na Tailândia e nas Filipinas, mas também propostos exemplos de novos atores, como os movimentos eclesiais, e de protagonistas reconhecidos como pioneiros de uma experiência de diálogo que, em seguida, seguiu as pistas deixadas por eles. O exemplo da amizade espiritual entre Chiara Lubich e Nikkyo Niwano, fundadores, respectivamente, do Movimento dos Focolares e da Rissho Kosei Kai, evidenciou como os movimentos de renovação, que caracterizam da cerca um século as várias religiões, ainda que de maneiras diferentes e características das respectivas culturas e credos, sejam veículos de encontro e amizade entre pessoas e comunidades. Estes dois sentimentos caracterizaram os trabalhos do primeiro dia do simpósio-peregrinação, num confronto sereno sobre o caminho percorrido nestes séculos, abrindo à esperança de um futuro de partilha recíproca e colaboração nos grandes desafios da humanidade: a justiça social, o ambiente e a paz. (Continua) De Roberto Catalano