Movimento dos Focolares
Macedônia: terra de diálogo

Macedônia: terra de diálogo

Também na pequena república balcânica, visitada pelo Papa Francisco de 5 a 7 de maio, há uma comunidade dos Focolares que trabalhou intensamente para este evento. Disto nos fala Mato Mikulec. 21f5174f b6c9 47f2 b600 853057e3620f“Desde sempre a característica principal desta terra é o diálogo e também aqui a comunidade dos Focolares é composta por cristãos (católicos e ortodoxos) e muçulmanos”. Mato Mikulec é um pioneiro do movimento em Skopje, é croata de origem e 30 anos atrás se mudou para a Macedônia por causa do trabalho. Vive com trepidação e grande alegria a visita do Papa: “Como Francisco dá muita importância às periferias, o seu primeiro objetivo é apoiar e encorajar a pequena comunidade católica, mas não só. Para ele, cada homem é um valor imenso e, portanto, vem aqui como amigo de todas as pessoas deste país. Naturalmente, é também encorajado pelo espírito de tolerância e convivência que são parte da natureza deste povo”. Mato já considera esta terra como sua: a maior parte da população é macedônia (64%), depois aqui estão os albaneses (25%), os turcos (4%) e uma pequena porcentagem de outros povos. As duas religiões principais são o Cristianismo (99% Igreja Ortodoxa) e o Islã, enquanto que os católicos dos dois ritos ocidental e oriental são apenas 1%. A história conta que na Macedônia a tradição cristã remonta até mesmo aos tempos do apóstolo Paulo, reforçada e difundida, nos séculos sucessivos, por grandes figuras de evangelizadores como os dois irmãos Cirilo e Metódio, no século IX, e por muitos outros que, sucessivamente, dão uma contribuição inestimável ao desenvolvimento da religiosidade e da alfabetização dos povos eslavos. Mas a região balcânica é também testemunha da dolorosa divisão das Igrejas, de conflitos entre potências e interesses políticos, como a ocupação otomana que durou mais de 500 anos. “Apesar de tudo – continua Mato – as pessoas aqui conservaram muitos valores, uma profunda religiosidade, grande abertura à diversidade e uma profunda aspiração à comunhão. Portanto, não tem porque se surpreender se justamente nesta terra tenha germinado uma flor tão bela como Madre Teresa”. f20e2bec 0cdc 43f6 bec0 2716429a4c90Depois, conta que a visita do Papa Francisco aconteceu por convite do bispo local Kiro Stojanov e das autoridades estatais. “Uma belíssima tradição quer que, todos os anos, uma delegação de Estado vá a Roma, ao túmulo de São Cirilo, na Basílica de São Clemente. Desta fazem parte inclusive representantes das Igrejas Católica e Ortodoxa. Está incluída também a audiência com o Santo Padre e justamente nesta ocasião lhe foi dirigido o convite a nos visitar”. Conta-nos, depois, que os primeiros contatos com os Focolares na Macedônia e Kosovo remontam aos anos 1970 quando um dos primeiros focolarinos, Antônio Petrilli, foi visitar o amigo sacerdote pe. Luka Cirimotić. Em seguida, nos anos 1980, uma família originária de Zagreb se estabelece em Skopje e nasce assim a primeira comunidade composta de jovens e adultos, famílias e consagrados, pessoas de várias Igrejas e Religiões, ou sem uma orientação religiosa. Foi graças ao empenho do bispo Kiro Stojanov que em 2006 se abre em Skopje o focolare feminino, o último que Chiara Lubich aprovou pessoalmente antes de nos deixar. “Vemos que a diversidade não é um obstáculo à sincera comunhão e à fraternidade – continua Mato – que estão se tornando cada vez mais visíveis e apreciadas inclusive pelos chefes das comunidades religiosas. Para nós dos Focolares, este evento é uma alegria especial, acreditamos que o Papa seja atraído também pelo nosso amor e pela comunhão entre nós. Sentimos que o Papa nos traz o novo semblante e o abraço da Igreja onde também a nossa comunidade tem o seu lugar”.

Stefania Tanesini

Síria/3: Um povo forte e sensível

Síria/3: Um povo forte e sensível

Maria Voce aos jovens sírios: “Não deixem que lhes roubem os valores e unam-se a todos os jovens que querem um mundo melhor. O mundo precisa de vocês”. “Obrigada pela esperança e pela força vital que vocês nos transmitiram”. Com estas as palavras Maria Voce dirigiu às comunidades dos Focolares através de uma mensagem-vídeo, na conclusão da sua viagem à Síria, de 1 a 8 de maio. Foram dias muitos intensos em que a presidente e o co-presidente dos Focolares, Jesús Morán, visitaram as cidades de Homs, Kafarbo, Seydnaya e Damasco. Encontraram comunidades, pessoas empenhadas nas paróquias ou no âmbito social, famílias crianças, jovens, sacerdotes e religiosos. Foram recebidos por bispos e pelo nuncio apostólico, cardeal Mario Zenari. Emmaus Damasco GiovaniViram e tocaram as tremendas feridas que a guerra deixou impressas nas estruturas e na alma do povo sírio: traumas e tragédias de todos os tipos. Conheceram a situação difícil, quase desesperada, de um país que se tornou o fantoche de muitos interesses de forças externas, que sofre uma pesada guerra econômica, enquanto o conflito militar ainda não terminou. Como é possível concluir esta viagem agradecendo pela esperança e a força que receberam? Sem dúvida, uma das chaves de leitura está na etapa final da viagem. A convite do Patriarca Melkita D. Youssef Absi, 230 jovens católicos e de várias Igrejas reuniram-se na última segunda-feira, 6 de maio, na Catedral Grego Católica de Damasco. Na ocasião, respondendo a algumas perguntas, Maria Voce fez um forte apelo à juventude síria: “Não deixem que lhes roubem os valores e unam-se a todos os jovens que querem um mundo melhor. O mundo precisa de vocês”. Mais tarde foi o co-presidente, Jesús Morán, que explicou a motivação profunda destas palavras: “Estes jovens experimentaram que tudo desmorona, mesmo assim mantiveram uma sede de Deus profunda e um verdadeiro senso de comunidade. Talvez eles nem sejam completamente conscientes, mas encontram-se numa situação espiritual excelente, da qual podem surgir coisas grandes”. O que fazer para criar as condições nas quais essas sementes de esperança possam crescer e germinar na Síria? Quem conhece ao menos um pouco a história passada e recente deste país, talvez sugira uma solução dupla: deixar em paz a Síria e os sírios, porque antes de tudo é preciso que os conflitos terminem. Além disso, as grandes forças do Oriente Médio e de outras partes do mundo, que querem aproveitar-se deles, deveriam deixar que o país encontre a propria estrada. Este povo forte e sensível ao mesmo tempo, como o descreveu Maria Voce, é mais do que capaz de assumir o próprio destino.

Joachim Schwind