Movimento dos Focolares

Emergência inundação na Emilia-Romagna e Marche (Itália)

A Coordenação de Emergências do Movimento dos Focolares lançou uma campanha extraordinária de arrecadação de fundos para ajudar a população da Emilia-Romagna e Marche, duas regiões do centro-norte da Itália atingidas por graves inundações, por meio das ONLUS Ação por um Mundo Unido (AMU) e Ação para Novas Famílias (AFN). As contribuições feitas serão administradas conjuntamente pela AMU e AFN para iniciar as ações de reconstrução (foram danificadas muitas casas; móveis; carros, essenciais para o transporte e atividades de trabalho; também prejuízos consideráveis na avicultura, rebanhos e plantações…) É possível fazer a doação online nos sites: AMU: www.amu-it.eu/dona-online-3/ AFN: www.afnonlus.org/dona/ Ou por meio de depósito nas seguintes contas correntes: Azione per un Mondo Unito ONLUS (AMU) IBAN: IT 58 S 05018 03200 000011204344 – Banca Popolare Etica (Banco Popular Ético) Código SWIFT/BIC: ETICIT22XXX Azione per Famiglie Nuove ONLUS (AFN) IBAN: IT 92 J 05018 03200 000016978561 – Banca Popolare Etica Código SWIFT/BIC: ETICIT22XXX MotivoEmergência Emilia-Romagna e Marche Para essas doações são concedidos benefícios fiscais em muitos países da União Europeia e em outros países do mundo, de acordo com as diversas legislações. Os contribuintes italianos poderão obter deduções das taxas, de acordo com a legislação prevista para as Onlus (organizações sem fins lucrativos).

Em conexão com a família do Movimento dos Focolares na Austrália

Em conexão com a família do Movimento dos Focolares na Austrália

Chegamos à etapa australiana da viagem de Margaret Karram e Jesús Morán, Presidente e Co-presidente do Movimento dos Focolares, um continente que com extraordinárias riquezas culturais e uma família do Movimento variada e multicultural .

De Suva a Sydney

Arrivo a SidneyNesta viagem Margaret Karram e Jesús Morán percorreram grandes distâncias com ‘saltos’ radicais, basta pensar no trajeto do Japão para as Ilhas Fiji. Algo semelhante aconteceu no dia 9 de maio com o voo para a Austrália, onde as aldeias de pescadores da costa sul das Ilhas Fiji deram lugar àquela pérola resplandecente que é a cidade de Sydney. As luzes de seu célebre porto brilhavam enquanto nosso avião sobrevoava a cidade, que exibia orgulhosamente sua beleza.

Nesta metrópole multicultural, devido à diversificada comunidade local do Movimento dos Focolares, a acolhida foi feita em muitas línguas. As pessoas são provenientes da Coreia do Sul, Filipinas, China, Hong Kong, Líbano, Sudão, Iraque, Síria, Bangladesh, Brasil e, claro, Austrália. São católicos, melquitas, caldeus, anglicanos. Os focolares de Sydney também acompanham as cidades de Brisbane, a capital australiana Canberra e seus arredores.

Encontro com o arcebispo de Canberra

O contato com a Igreja local é sempre uma prioridade em cada etapa. Em um encontro profundo e descontraído, Dom Christopher Prowse, atual arcebispo de Canberra, destacou a vida de Mary MacKillop, a primeira santa da Austrália. “Se ela estivesse viva hoje, se sentiria muito à vontade com o Movimento dos Focolares”, disse o Arcebispo, ressaltando seu trabalho pelo diálogo entre as religiões. Ele nos levou ao seu túmulo e rezou para que, como aconteceu com ela, o carisma da unidade floresça como uma rosa e espalhe seu perfume por toda esta terra.

A arte, uma porta aberta para a cultura aborígine

Ad una mostra di arte aborigena contemporanea presso la Galleria d’arte del New South Wales

A arte sempre abre uma janela importante para a cultura indígena, mas para entender o que pode ser observado, a presença de um guia é fundamental. Alexandra Gaffikin, uma voluntária inglesa residente em Sydney, com vasta experiência no setor de museus e patrimônio cultural, nos acompanhou a uma exposição de arte aborígine contemporânea na Art Gallery of New South Wales.

As tradicionais pinturas em casca de árvores (bark paintings), por exemplo, retratam histórias, mas também mapas, escrituras e regulamentos. Elas podem ser tridimensionais (técnica underpaint), com camadas inferiores que representam até mesmo fontes de água subterrâneas. Na cultura aborígine, essas obras de arte, que foram originalmente pintadas no corpo humano, são coleções vivas que são transmitidas há milênios.

Uma visita a Sydney

Apesar dos muitos compromissos, Margaret Karram e Jesús Morán também conseguiram encontrar um pouco de tempo para visitar Sydney, pegando uma das muitas balsas rumo a Circular Quay e a famosa Opera House. A vista é maravilhosa!

Diferentes culturas, a novidade de caminhar juntos

Esta visita foi uma oportunidade para os focolarinos de toda a região – vindos também de Perth, Wellington na Nova Zelândia e das Ilhas Fiji – se reunirem para alguns encontros importantes. É um momento de reorganização do Movimento e, portanto, essas culturas tão diferentes (basta pensar na Coreia, no Japão e na área de língua chinesa) podem colaborar ainda mais.

“Acho que até agora não entendemos os aspectos positivos de tudo isso, mesmo que o processo não tenha sido fácil. Creio que veremos as consequências depois de alguns anos porque está nos ajudando a romper todas as barreiras… em primeiro lugar nos nossos corações, e as barreiras entre os países…

“Se queremos ter paz, devemos primeiro tê-la entre nós, focolarinos e nas comunidades. Devemos olhar para os outros países como se fossem o nosso país e descobrir que podemos ser esta “família unida (…)”.

“Não devemos dar nossa riqueza aos outros, mas ajudá-los a descobrir a deles.”

Margaret Karram

Uma presença especial, apesar dos desafios em relação à saúde

Um momento particularmente significativo foi aquele em que três focolarinas casadas gravemente doentes puderam cumprimentar a todos à distância.

“Quero apenas assegurar a vocês a minha unidade – disse uma delas.  – Eu tinha agendado e estava pronta para viajar, mas tive que mudar meus planos, porque Deus tinha reservado algo diferente para mim”.

“É maravilhoso porque sinto que estou onde Deus quer que eu esteja, mesmo que não seja onde eu quero estar”, disse outra.

“Fisicamente não consigo correr, – disse a terceira – mas dentro de mim tenho uma vontade enorme de correr, estou muito emocionada. O entusiasmo não tem idade”.

Boas-vindas da Austrália

Ali Golding

A cultura aborígene na Austrália é a mais antiga e ininterrupta do mundo e remonta a pelo menos 60.000 anos. O protocolo correto para qualquer evento ou reunião na Austrália começar com uma “recepção ao país” por um ancião aborígene, que é um reconhecimento formal dos guardiões das tradições desta terra.

Quando a comunidade do Movimento dos Focolares, vinda de toda a Austrália, se reuniu tivemos o privilégio da presença entre nós de Ali Golding, conhecida como “tia Ali”, que deu a todos as boas-vindas.  Ela é uma anciã do povo Biripi, criada em uma missão aborígene. Por mais de 20 anos ela viveu em um subúrbio de Sydney e, nos anos 80, Ali foi uma das primeiras assistentes educacionais aborígenes. Em 2004 obteve um diploma em Teologia.

Ela participou de vários fóruns locais, nacionais e internacionais, entre os quais o New South Wales Reconciliation Council (Conselho para a Reconciliação da Nova Gales do Sul) e os Australians for Native Title and Reconciliation. (Título Australiano de Nativo e de Reconciliação) Uma grande contribuição para a compreensão e aprofundamento da cultura e história indígena.

A presença de Ali no nosso evento certamente fortaleceu o apreço por esse “tesouro nacional” e pela rica herança aborígene. “Foi uma das boas-vindas mais sinceras que já experimentei”, disse Ali Golding. Aqui senti o espírito do Criador.”

O melhor encontro de toda a viagem (até agora)

Margaret Karram e Jesús Morán tiveram um encontro dinâmico e profundo com cerca de 30 jovens. Quando foram solicitados para falar sobre os desafios, eles não hesitaram, mas falaram abertamente sobre a indiferença que enfrentam todos os dias com os seus coetâneos. Eles não são muitos e as distâncias são enormes.

Margaret Karram contou sobre os seus primeiros anos de vida gen, com sua irmã, em Haifa e como eram poucas no início, recebiam o noticiário “Gen” pelo correio. Sentia-se orgulhosa pelo modo como elas tinham começado e igualmente orgulhosa por eles terem seguido em frente na vida gen.

Jesús Morán também incentivou os jovens, assegurando-os que é positivo compartilhar as dificuldades. “Este foi o melhor encontro de toda a viagem”, disse no final. Gostei muito.”

Uma experiência rica

Margaret Karram e Jesús Morán con i gen 2 e le gen 2

Entrevistados sobre como vivem o diálogo e a fraternidade em situações de conflito, Rita Moussallem e Antonio Salimbeni, Conselheiros do Centro Internacional para a Ásia e Oceania, recorreram à própria experiência.

“Na minha experiência de diálogo com pessoas de diferentes religiões entendi que estamos caminhando juntos em direção a Deus”, disse Antônio. E Rita: “O diálogo é um encontro. O que é realmente importante é conhecer o outro e descobrir que o amor afasta o temor.”

Como praticar “bodysurfing” (espiritualmente)

O surfe é um dos esportes nacionais na Austrália e é muito praticado na costa de Sydney, também por jovens e adultos que, com roupa de neoprene (wetsuit) e uma prancha, vão em busca de ondas. Também o Bodysurfing é muito popular, as pessoas surfam nas ondas do oceano mesmo sem prancha. Um espetáculo extraordinário!

Incontro con la comunità dei Focolari

Mas para chegar aonde estão as melhores ondas para surfar, primeiro é preciso lidar com as ondas mais fortes que estão vindo em sua direção – aquelas que você não quer surfar, aquelas para as quais você não está preparado.

“Alguém me explicou a dinâmica deste esporte e imediatamente me lembrei do nosso amor a Jesus Abandonado”, disse Margaret.

Quem pratica bodysurf mergulha tão profundamente, sob as ondas que não querem surfar, que quase tocam a areia no fundo. Desse modo, evitam ser surpreendidos pela força do oceano. Após a passagem da onda, retornam à superfície para encontrar uma onda na qual possam surfar.

“Assim como eles não combatem as ondas, da mesma forma nós não ‘lutamos contra as provações’, mas vamos ao fundo do coração, reconhecendo Jesus em cada dor e, continuando a amá-lo, voltamos à tona, tendo encontrado a luz por meio do amor”.

T. M. Hartmann

Evangelho vivido: “Que o amor fraterno vos una uns aos outros com terna afeição, estimando-vos reciprocamente” (Rm 12,10)

Nestas palavras de São Paulo, a fraternidade é um chamado ao bem, à vida que vem do batismo, e esta consanguinidade no amor nos permite olhar para a existência do outro como um precioso dom para nós. A nota Eu estava no terceiro ano do ensino médio e tinha uma prova oral de física, bem importante. Comecei a estudar com empenho, certa de que no dia seguinte iria ser interrogada (eu era a única da turma que ainda não tinha a nota do fim do semestre). Pouco depois, a minha irmãzinha veio me pedir ajuda para o seu estudo. Eu logo quis recusar, mas depois lembrei o que São Paulo recomenda: alegrar-se com quem se alegra, chorar com quem chora. Então comecei a estudar com a minha irmã. Precisou a tarde inteira para que ela se sentisse preparada e assim eu tive tempo só de abrir o meu livro de física. No dia seguinte fui para a escola tremendo um pouco, mas convicta de que Deus iria intervir de alguma maneira. O professor entrou e começou a fazer as perguntas a outros meus colegas. No final da aula perguntei porque ele não tinha me chamado. Ele olhou o registro e me disse: “Mas você já tem a nota, e é uma boa nota”. Eu sabia que não tinha feito a prova oral, mas ele tinha dado a nota por algo que eu havia dito anteriormente, durante as aulas. (S. T. – Itália) Como enfrentar o dia Um homem, cadeirante, estava pedindo esmola perto dos carrinhos do supermercado. Na saída eu me aproximei dele e, depois de ter conversado um pouco, disse que ele poderia escolher, das minhas compras, aquilo que precisava. Ficou feliz, pegou alguma coisa e logo começou a comer. Quando me despedi dele senti uma alegria que depois me ajudou a enfrentar os desafios do dia, que tinha começado já bem pesado. Por aquele simples fato eu percebi que fazer um ato de amor concreto é um bom início de dia. Comecei a fazer assim, vencendo muitos hábitos e surpreendendo não apenas o meu marido, mas principalmente os filhos que não se dão conta das coisas que recebem porque pensam ter esse direito. Uma noite, a notícia de um tio que estava gravemente doente criou um grande silêncio na família. O nosso filho mais velho, que está na universidade, perguntou o que poderíamos fazer por ele. Quem respondeu foi a filha menor: “Devemos fazer como a mamãe, que coloca amor em tudo o que faz. Só assim vamos descobrir o que nosso tio precisa”. (L. D. F. – Hungria) Adele “Bipolaridade”. Não podia imaginar que Adele, minha querida colega de colégio, tivesse uma doença tão séria. Foi a mãe dela que me explicou. Depois de um período no hospital, nos dias em que estava instável, ela mesma não entendia o que lhe estava acontecendo. Os remédios deviam ter um efeito equilibrado e isso exigia tempo. Mas o meu afeto e estima por ela não mudaram. Fiquei surpresa no dia em que me pediu para rezarmos o terço. Parecia que na oração a sua concentração fosse perfeita. Desde aquele dia começamos a ler livros de espiritualidade, ou histórias que tivessem um conteúdo positivo. Eu tinha a impressão que minha amiga entendesse tudo mais profundamente do que eu. Quando falávamos de certos assuntos, eu via nela um altruísmo sem limites. Entramos juntas em um grupo de voluntariado para ajudar pessoas pobres. Adele readquiriu vida, equilíbrio, coragem. Sabia estar próxima de quem precisava, mais do que ninguém. A experiência com ela me fez ver, com mais evidência, que a verdadeira realização da pessoa está na caridade. (P. A. M. – Itália)

Aos cuidados de Maria Grazia Berretta

(retirado de “Il Vangelo del Giorno”, Città Nuova, ano IX – n.1° maio-junho 2023)