Movimento dos Focolares

Reflexão de Chiara Lubich sobre a Palavra de vida do mês julho de 2005

Jun 30, 2005

"O senhor ampara todos os que caem e reergue todos os combalidos." (Sl 145[144],14)

Deus é Amor. Essa é a certeza mais inabalável que deve guiar a nossa vida, mesmo quando a dúvida nos assalta diante de grandes calamidades naturais, diante da violência de que a humanidade é capaz, diante dos nossos insucessos e fracassos, diante dos sofrimentos que nos afligem pessoalmente.
Que Deus é Amor, Ele mesmo nos demonstrou e continua a fazê-lo de mil modos: dando-nos a criação, a vida (e todo bem a ela vinculado), a redenção por meio do seu Filho, a possibilidade da santificação por meio do Espírito Santo.
Deus nos manifesta o seu Amor sempre: está próximo a cada um de nós, acompanhando-nos e sustentando-nos passo a passo nas provações da vida. Isso nos é confirmado pelo Salmo de onde foi tirada esta Palavra de Vida, que fala da insondável grandeza de Deus, do seu esplendor, do seu poder e, ao mesmo tempo, da sua ternura e da sua imensa bondade. Ele é capaz de façanhas prodigiosas e, ao mesmo tempo, é um pai repleto de atenções, e mais dedicado do que uma mãe.

“O senhor ampara todos os que caem e reergue todos os combalidos.”

De quando em quando todos nós temos de enfrentar situações difíceis, dolorosas, quer na nossa vida pessoal, quer nos relacionamentos com os outros. E às vezes constatamos toda a nossa fragilidade.  
Encontramo-nos diante de muros de indiferença e de egoísmo. Sentimo-nos de mãos atadas diante de acontecimentos que parecem superar as nossas forças.
E quantas circunstâncias dolorosas cada um tem de enfrentar na vida! Quanta necessidade de que um Outro se preocupe com elas! Pois bem, nesses momentos a Palavra de Vida pode nos socorrer.
Jesus deixa que experimentemos a nossa incapacidade, certamente não com a intenção de nos desencorajar, mas para fazer-nos experimentar o extraordinário poder da sua graça, que se manifesta justamente quando parece que as nossas forças não vão resistir, a fim de nos ajudar a entender melhor o seu amor. Porém, com uma condição: que tenhamos uma total confiança Nele, como uma criancinha confia na sua mãe; um abandono ilimitado, que nos faz sentir nos braços de um Pai que nos ama assim como nós somos. E para Ele tudo é possível.
E nem mesmo a consciência dos nossos erros nos pode bloquear, porque Deus, sendo amor, nos levanta toda vez que caímos, como fazem o pai e a mãe com o seu filhinho.

“O senhor ampara todos os que caem e reergue todos os combalidos.”

Apoiados nesta certeza, podemos lançar Nele qualquer preocupação, qualquer problema, conforme o convite das Escrituras: “Lançai sobre ele toda a vossa preocupação, pois Ele é quem cuida de vós”.
Também para nós, no início do Movimento, quando a pedagogia do Espírito Santo nos ensinava a dar os primeiros passos no caminho do amor, “lançar toda preocupação no Pai” era coisa de todos os dias e de várias vezes ao dia.
Lembro que eu dizia que não podemos segurar na mão uma brasa, mas logo a jogamos fora, pois do contrário ela queima. Assim também, com a mesma rapidez, lançávamos no Pai toda preocupação. E não lembro de nenhuma preocupação que Ele não tenha resolvido, quando lançada no seu coração.
Mas não é sempre fácil crer, e crer no seu amor.
Durante este mês esforcemo-nos por viver assim em todas as situações, mesmo nas mais intrincadas. Assistiremos vez por vez à intervenção de Deus, que nunca nos abandona, mas cuida de nós. Experimentaremos uma força jamais conhecida, capaz de liberar em nós aptidões novas e imprevistas.

 

Chiara Lubich

 

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