Movimento dos Focolares

O «outro» Paraguai

Out 13, 2006

Projetos de desenvolvimento sustentável para pequenas comunidades e uma “aliança” que envolve numerosas prefeituras, de todo o país. O testemunho de um empenho político redescoberto à luz da fraternidade.

   O Paraguai possui uma história rica, com grandes potencialidades. Um país marcado por diferenças notáveis entre zona rural e urbana, entre desenvolvimento e pobreza. A minha história pessoal – conta César Romero – passou por vários momentos. No início, a “paixão” pela humanidade: aos 14 anos o primeiro trabalho, depois os corredores da Universidade e o encontro com os jovens do Movimento dos Focolares, seguido pelas passeatas contra a longa ditadura e os primeiros passos na política partidária. Depois, a segunda etapa, a da “desilusão”: traições, incoerências, a minha incapacidade pessoal na atividade política. A sensação de não poder fazer nada que transformasse de verdade as coisas. A terceira, e fundamental etapa, foi a da “escolha”: a escolha de amar sempre, que me levava a uma política ativa, entendida como meio de transformação da sociedade. Em 2000, após um período longo e atormentado, com um grupo de amigos que já se empenhavam no âmbito do desenvolvimento sustentável, constituímos uma organização. Surgiu então a “Fundação Yvy Porã” (Terra Bela), que, em seis anos de vida, promoveu o desenvolvimento de dezenas de projetos, em todo o Paraguai, sustentando comunidades de pequenos empresários, lavradores, artesãos e indígenas, em centros urbanos e na zona rural. Eu, porém, ainda não estava satisfeito, queria fazer algo a mais. Foi então que me engajei, juntamente com outros políticos, na preparação do Encontro Latino-americano de prefeitos, que aconteceu em Rosário, na Argentina, nos dias 2 e 3 de junho de 2005, promovido pelo Movimento Político pela Unidade. Parecia-nos uma ótima ocasião para apresentar, à sociedade paraguaia, a fraternidade com categoria política. Consultamos o elenco de todos os prefeitos, a fim de convidá-los para esta manifestação. Pelas respostas e adesões que recebemos pudemos constatar: é um Paraguai novo, um país ressuscitado, que trabalha em silêncio, e nós queremos que ele seja conhecido! Como uma confirmação desta descoberta, justamente naqueles dias um jornal de grande difusão inaugurou uma nova página, que se mantém até hoje, com o título: “O outro Paraguai”. Participaram do encontro mais de mil políticos, provenientes de vários países da América do Sul, entre os quais 119 prefeitos, 168 assessores e vereadores, parlamentares, funcionários públicos estaduais e federais. Estavam presentes 16 prefeitos do Paraguai e impelidos por este espírito, decidiram propor, a outros prefeitos, um projeto de colaboração entre as prefeituras. Por ocasião do “Dia da Amizade no Paraguai”, 30 de julho de 2005, constituíram um Protocolo de integração e intercâmbio fraterno, para sustentar e promover uma troca de políticas de desenvolvimento local. Este acordo, sem precedentes no Paraguai, foi assinado por 22 prefeituras. Em seguida promovemos encontros periódicos para o aprofundamento da doutrina da fraternidade entre políticos, e estamos instituindo a escola paraguaia de formação cívica e política para jovens. (C. R. – Paraguai)

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