“São necessários políticos autenticamente cristãos, mas, antes ainda, fieis leigos que sejam testemunhas de Cristo e do Evangelho na comunidade civil e política”. Afirmou Bento XVI falando, dia 21 de maio passado, à XXIV Assembleia plenária do Conselho Pontifício para os Leigos, que dedicou as discussões ao tema “Testemunhas de Cristo na comunidade política”. Nomeada, em 2 de dezembro, como consultora desse Conselho, Maria Voce, presidente do Movimento dos Focolares, também participou da Assembleia. O tema foi escolhido para responder a um desejo do Papa: dar vida a “uma nova geração de cristãos, que saibam verdadeiramente empenhar-se na política. Iniciou-se – conta Maria Voce – um debate vivaz. O que emergiu de maneira mais forte é que não é a Igreja que deve ‘fazer’ novos políticos. Cabe a ela a missão de formar os cristãos. E se os cristãos forem formados poderão ser também bons políticos. Partir, portanto, do testemunho cristão: ser testemunhas de Cristo na comunidade política”.
“De várias frentes – prossegue a presidente do Movimento dos Focolares – salientava-se como um dos espaços privilegiados para a formação dos cristãos, hoje, são os movimentos”. Também o Papa Bento XVI o sublinhou no seu discurso aos membros e aos consultores da Assembleia. “A participação dos cristãos nas associações de fieis, nos movimentos eclesiais e nas novas comunidades – disse o Santo Padre – pode ser uma boa escola para estes discípulos e testemunhas, sustentados pela riqueza carismática, comunitária, educativa e missionária própria dessas realidades”. Maria Voce falou durante a assembleia narrando algumas experiências do Movimento dos Focolares no campo da política. “Não se pode pensar que o Movimento dos Focolares não se interesse pela política – ela afirmou – se lembramos que o primeiro focolarino casado era um político, Igino Giordani, no caminho da beatificação. E ainda Chiara Lubich, que ensinou a olhar a um único Pai e que somos todos irmãos, portanto os políticos também são nossos irmãos a quem devemos sustentar”.
Entre as experiências citadas na assembleia, a do “Fórum permanente político pela unidade”, constituído na Coréia do Sul, em 2008, e composto por um ativo grupo de parlamentares que adere ao Movimento Político pela Unidade. O Fórum nasceu com a intenção de oferecer um espaço estável de diálogo e de projetação política. Em sua recente viagem à Ásia, Maria Voce encontrou os membros do Fórum e os encorajou no engajamento para a sustentação de uma política que tenha como referência a fraternidade. E justamente por essa sua finalidade esta iniciativa recebeu, no dia 26 de fevereiro passado, um reconhecimento público, da Presidência da Assembleia Nacional, como o melhor grupo de pesquisa – entre os 60 concorrentes – na atividade parlamentar e na atuação da Constituição. A soma em dinheiro que acompanhava o troféu foi imediatamente destinada à implementação de uma “Escola de formação social e política”, que o MppU na Coréia programou inaugurar no próximo semestre.
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