Desde ontem estou em Jerusalém, com Maria Voce. Na sua agenda, muito cheia, estão também compromissos com pessoas de tradição judaica e muçulmana. São encontros que desejam confirmar o diálogo, em todos os níveis. Hoje realizou-se o primeiro desses encontros, com o rabi Ron Kronish, fundador e diretor do Interreligious Coordinating Council of Israel (ICCI). Encontramos o rabi Ron Kronish às 15 horas. É um velho amigo dos Focolares, como ele mesmo se define. O escritório do ICCI encontra-se num bairro não distante do centro de Jerusalém, na antiga estrada para Belém, com um tráfico constante e cheia de vida. O ICCI é uma organização fundada em 1991, na noite antes do início da primeira guerra do Golfo. Era o dia 16 de janeiro e todos, em Israel, usavam máscaras contra gás, num clima de medo pela guerra que se aproximava. Em Ratisbonne, exatamente o centro que visitei esta manhã, reuniram-se num porão alguns homens de diálogo, que, apesar da guerra, decidiram que o mundo precisa de paz. O centro atua em várias frentes, mas principalmente com os jovens e as mulheres. O seu objetivo é a formação à paz. Trata-se de criar uma mentalidade de base, para estar conscientes que os conflitos existem – e Kronish refere-se especialmente aquele entre Israel e Palestina – e que não podem ser resolvidos facilmente, mas que, ainda assim, pode-se trabalhar pela paz do futuro. O slogan não é tanto “Paz agora!”, mas “Paz depois!”. Para isso as novas gerações, principalmente, devem ser preparadas a reconhecer o outro, escutá-lo, descobri-lo e, afinal, não vê-lo como um inimigo, mas como um próximo a ser aceito na sua diversidade. As experiências destes vinte anos de cursos realizados em Israel, com jovens e adolescentes muçulmanos, judeus e cristãos, são riquíssimas. Somente 5% abandonam os cursos, todos os outros chegam até o fim, sinal do interesse e do compromisso, mas também fonte de esperança, porque já são milhares os que se beneficiaram deste novo modo de ver. Falando com Maria Voce, Ron Kronish não esconde que o mundo mudou, desde 1991. Então a paz estava próxima, parecia possível poder realizá-la. Hoje está muito mais distante. Devemos ser conscientes, mas não perder a esperança. Maria Voce contou sobre o trabalho do Movimento no campo formativo e ressaltou a consonância de ideias e metodologia com o ICCI. Kronish pediu que a colaboração continue, e que seja feita, principalmente, com os jovens e adolescentes. De Roberto Catalano
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