Movimento dos Focolares

Evangelho vivido: a verdadeira força do amor

Jan 24, 2018

A Palavra de vida deste mês convida-nos a construir pontes e sanar feridas.

Prisão domiciliar Nos primeiros dias de dezembro de 2016, recebi o telefonema de uma mãe desesperada que me pedia ajuda para um dos seus filhos. Tinha-se encerrado o seu processo no qual era condenado e deveria cumprir 11 meses de prisão domiciliar. Ela não poderia acolhê-lo porque não tinha uma casa e, até aquele momento, ninguém o queria receber. Eu era a única esperança para ela e não podia fechar os olhos diante deste seu pedido. O que fazer? Três dias depois, enquanto me preparava para fazer alguns telefonemas para tentar encontrava alguém que me pudesse ajudar, ouvi que batiam à porta. Era um amigo que com frequência vinha me visitar. Recebo-o, preparo-lhe um café e começamos a conversar. A um certo ponto pergunta-me: «O que estavas fazendo?». Uma voz interior impulsiona-me a falar daquela situação. E ele: «Mas será que não poderia ser eu a fazer isso?». Pergunto-lhe se tinha entendido bem do que se tratasse. Sim, havia entendido e sabia bem como fazê-lo. Tinha um pequeno apartamento, mas ele dormira na sala para deixar o seu quarto para aquele jovem. No dia seguinte, iniciam-se os trâmites burocráticos. Os meses passaram rapidamente, tudo correu bem, tanto que aquele jovem conseguiu uma diminuição da pena. Durante aquele periodo, duas vezes por semana, fui levar-lhe algo para o almoço, pois aquele meu amigo não tinha uma situação economica muito boa. Foi suficiente o meu “Sim” para permitir que Deus fizesse aquele  “milagre”. (N.C. – Itália)   Podia olhá-lo nos olhos Um dia, numa rua deserta, quando ia para a escola, fui agredido por uma gang de adolescentes. Deram-me pontapés, socos e jogaram-me no chão. Queriam o meu celular. Quando finalmente foram embora, não conseguia levantar-me pela dor que sentia no corpo e na alma. Perguntava-me: “Por que escolharam a mim?”. O rancor começou a crescer. Na escola contei para alguns colegas o que havia acontecido, mas nenhum deles entendeu o meu sofrimento e isso magoou-me. Por algumas noites, não conseguia dormir, chorava de raiva, e como num filme revia aquela cena da rua deserta. Somente depois de algum tempo, consegui falar sobre aquilo com alguns amigos, que, como eu, têm o Evangelho como uma referência de vida. Abrir-me com eles ajudou-me a fazer o que antes parecia-me impossível: perdoar os agressores. Quando fui ao Tribunal para o reconhecimento daqueles rapazes e para o processo, sentia que os tinha perdoado com o coração e, sem dificuldades, podia olhá-los diretamente nos olhos. (Do blog de T. Minuta) As aparências inganam Devia ir ao centro da cidade para fazer algumas compras. Não tinha muito tempo. Improvisamente ouvi alguém que me pedia uma moeda. Em geral, não costumo dar dinheiro, não é possivel ajudar todo o mundo. E se depois com esse dinheiro vão comprar drogas? Aquele garoto tinha o cabelo raspado e o olhar triste. Tive a impressão de que fosse um dos rapazes que há alguns anos antes tinha-me agredido. Acelerei o passo. Porém, um pouco depois, perguntei-me: “Como posso fazer para cultivar a minha união com Deus e depois transcurar esse jovem que me pediu ajuda?” Voltei atras e fui procurá-lo. “O que é que tu precisas?”, perguntei-lhe. Surpreso, ele me respondeu que estava com sede. Convidei-o para sentar-se num bar. Ele respondia às minhas perguntas com um “sim” ou um “não” seco. Pensei então em contar-lhe o que estava vivendo e sobre o meu esforço para me adaptar num país novo. Parecia que não estava interessado e eu fiquei um pouco desencorajado. Quando levantei-me para ir embora ele disse: “Por que não continuas? Nunca ninguém me contou da sua vida. Isso é uma coisa nova para mim. Conta do teu país, porque é que vieste para cá?”. Pedi uma outra bebida e ficamos conversando por duas horas. No fim abraçamo-nos. Enquanto voltava para casa, confiei a Deus aquele jovem, do qual eu não sabia sequer o nome. (U.K. – Argentina)

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