Movimento dos Focolares

O “ponto alto” do caminho ecumênico

Set 24, 2021

O segundo dia do encontro dos bispos de várias Igrejas amigos do Movimento dos Focolares em nome da unidade.

O segundo dia do encontro dos bispos de várias Igrejas amigos do Movimento dos Focolares em nome da unidade. A penumbra das catacumbas se ilumina com a luz das velas e entre os corredores aparecem pessoas de várias Igrejas caminhando enquanto ressoam as palavras de uma oração dos primeiros cristãos. Reúnem-se ao redor do altar da pequena capela onde a comunidade unida dividia o pão. De mãos dadas, pedem o dom da unidade com uma oração espontânea. É a prévia do “pacto” de amor recíproco que se renova em cada encontro dos Bispos Amigos do Movimento dos Focolares. “O pacto reforça a nossa unidade, nossa aliança e nos impulsiona a mantê-la nos nossos relacionamentos com irmãos e irmãs, nos nossos países ou onde estivermos”, afirmou um pouco antes o bispo Nelson Leite da Igreja metodista do Brasil. E acrescentou: “O pacto mudou a minha vida, me motivou e me levou a aceitar as outras pessoas, a viver com elas, a aprender a escutá-las e poder promover um diálogo, mesmo sendo diferentes”. Um momento sagrado, comovente, que simbolicamente reuniu como em uma capela os 170 bispos de várias Igrejas cristãs participantes do encontro “Dare to be one” (Ousem ser um) espalhados em todo o mundo. Não havia mais distância nem instrumentos eletrônicos que permitissem as conexões e as próprias velas das catacumbas iluminavam o novo comprometimento de unidade. “É o Mandamento Novo de Jesus que queremos que seja o alicerce dos nossos relacionamentos, é ‘aquele amar-se reciprocamente’ que queremos que esteja na base dos nossos relacionamentos fraternos”, afirma Brendan Leahy, bispo de Limerick (Irlanda), um dos moderadores do encontro. Com a consciência de que, se colocado em prática, Jesus pode cumprir sua promessa: “onde dois ou mais estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18:20). “Desejamos que Jesus possa nos dar esse presente”, afirma Leahy, “e por isso queremos lhe prometer que desejamos continuar vivendo no amor um pelo outro, amando a diocese e a comunidade do outro como amo a minha, amando a Igreja do outro como amo a minha”. Haver amor recíproco entre os cristãos: esse é o testemunho mais forte e verossímil para o mundo que nos circunda. É o que disse Jesús Morán, copresidente do Movimento dos Focolares, “sim, a nossa unidade, a unidade de todos os cristãos poderia ser uma contribuição decisiva para a transformação do mundo. Trata-se de um imperativo ético inadiável”. Quem concluiu esses dois dias foi Margaret Karram, presidente do Movimento dos Focolares, que reuniu o desejo expressado por tantos dentre os participantes de continuar a ir avante, “de criar uma grande rede que nos ajude a nos conectar juntos, células vivas unidas em nome de Jesus. Quem sabe quantas iniciativas poderão nascer para renovar a vida das nossas Igrejas na única Igreja de Cristo…!”. Assim, convida todos a unir-se para pedir a Deus Pai que ilumine o caminho a ser percorrido rezando o pai-nosso. As palavras da oração ensinada por Jesus se misturam em várias línguas, como uma sinfonia que se eleva ao céu e inunda os corações e as mentes de cada um, selando o pacto de unidade feito um pouco antes.

Carlos Mana

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