“A Bíblia que o mundo mais lê é a que vê em nós”. Com estas palavras o vencedor do Prêmio“Luminosa pela Unidade” 2014, o rev. John Armstrong, questionou o público durante a mesa-redonda do dia 12 de junho na Mariápolis Luminosa (Hyde Park, Nova Iorque). “Como é possível entender a Bíblia quando os cristãos estão divididos entre si? – insistiu -. Se as pessoas pudessem ler, em nós cristãos, a mensagem fundamental do Evangelho – ‘amai-vos uns aos outros como eu vos amei’ (Jo 13,34) – entenderia a sua essência”. O rev. John Armstrong é o fundador da ACT3network (Advancing the Christian Tradition in the Third Millennium). O seu ministério iniciou focalizando a renovação espiritual, e abriu-se posteriormente ao que ele chama de “ecumenismo missionário”, especialmente entre os cristãos evangélicos. No discurso de aceitação do prêmio ele citou a fundadora dos Focolares, Chiara Lubich: “No cristianismo, o amor é tudo”. E acrescentou que “se os cristãos acreditam verdadeiramente nesse amor puro, a consequência é a presença de Jesus no meio deles (Mt 18,20)”. Segundo ele, é apenas nessa ótica que pode-se esperar a renovação, não apenas da teologia e do ecumenismo, mas dos vários âmbitos da atividade humana. “O nosso business – afirmou – é o de viver o Evangelho em comunidade, estar unidos pelo Espírito por meio do vínculo da paz”. Durante a mesa-redonda, cujo título era “Como podemos testemunhar o mandamento novo”, os quatro relatores compartilharam suas histórias pessoais no campo ecumênico. O padre John Crossin, diretor do Secretariado para os assuntos ecumênicos e inter-religiosos da Conferência dos Bispos católicos dos Estados Unidos, convidou a concentrar-se na missão que acomuna os cristãos, ao invés de olhar àquilo que divide. A pastora Elizabeth Nordbeck, ministro da Igreja Unida de Cristo e docente na Escola Teológica “Andover Newton (Massachusetts) contou quatro histórias ecumênicas. Todas salientavam que a amizade e a confiança precedem o diálogo ecumênico e que com frequência estes relacionamentos fraternos ajudam a “levar adiante juntos iniciativas comuns”. “Muitas vezes tendemos a rejeitar algo que não conhecemos ou que nos suscita medo – afirmou Nordbeck – . Ao contrário, necessitamos do outro para aprender a abrir a mente”. O rev. Bud Hackman, diretor da Fundação El Hibri e ex-diretor executivo das Religiões pela Paz dos Estados Unidos, evidenciou a necessidade de saber dialogar com quem não se identifica com uma igreja em particular. Os tempos mudaram, “quando cresci, numa pequena cidade do Ohio, éramos todos cristãos – ele recordou. Um garoto que morava do outro lado da rua não foi à minha igreja. ‘Você é cristão?, perguntei a ele. ‘Não, eu sou católico’, foi a resposta. Ter um amigo católico era uma exceção”. Em 1990, 86% da população dos Estados Unidos declarava-se cristã; em 2001 esse número desceu a 76%. Até 2050 menos da metade da população será cristã. O grupo daqueles que não tem uma fé particular está em crescimento. “É preciso o testemunho do amor recíproco inclusive entre as religiões, com os fatos e não só com palavras – reafirmou – porque são as experiências vividas que incidem sobre nós”. Recordou ainda o congresso do Parlamento das Religiões pela Paz, na Espanha, em 2004, quando a comunidade Sikh ofereceu aos presentes pratos vegetarianos. “No final todos recordavam a hospitalidade, a construção de relacionamentos, mais do que os discursos feitos”. As diversidades de opinião e de convicção, segundo Armstrong, não deveriam impedir o diálogo. “Não pretendo que o outro esteja de acordo comigo, senão não seria diálogo. Trata-se, na verdade, de ter as portas abertas ao outro e ao Espírito que trabalha”. Com o Prêmio Luminosa pela Unidade, desde 1988 o Movimento dos Focolares destaca pessoas ou associações que deram uma contribuição significativa à unidade entre as igrejas cristãs, entre as grandes religiões e com as pessoas de boa vontade. Fonte: Living City
Aprender e crescer para superar as limitações
Aprender e crescer para superar as limitações
0 Comments