Movimento dos Focolares

Sensibilização sanitária? Podemos tentar.

Mai 8, 2015

Preocupação em Bobo Dioulasso (Burkina Fasso) por alguns casos de Ebola registrados no vizinho Mali. Mobilizam-se a mídia e as instituições para prevenir o contágio. Juntos é possível.

Sensibilisation dans une salle paroissialeBobo Dioulasso é a segunda cidade do Burkina Fasso, a mais próxima de Bamako, a capital do Mali, onde foram registrados alguns casos de Ebola. Entre as duas cidades existe um grande intercâmbio social e econômico, com uma circulação constante de pessoas e mercadorias. «Era preciso agir urgentemente para reduzir ao máximo o risco que o vírus atingisse também o Burkina Fasso – escreve a equipe de sensibilização contra a doença do vírus Ebola, do Movimento dos Focolares em Bobo Dioulasso. Na prática precisava ilustrar as medidas de prevenção ao maior número possível de pessoas, mas a situação política do país é tal que nem sempre é possível uma intervenção do governo». «Foi então que decidimos fazer algo nós mesmos. Félicité é uma voluntária, médica epidemiologista na OOAS (Organização de Saúde para o Oeste da África). A sua função é justamente a de formar pessoal sanitário para a luta contra as epidemias, tendo, ela mesma, trabalhado em países como Guiné, Libéria e Serra Leoa. Félicité colocou-se imediatamente à disposição». «A primeira coisa a fazer era avisar o bispo, que naquele momento, porém, estava ausente. Fomos então falar com o vigário geral, o padre Sylvestre, que nos garantiu o total apoio da diocese, incitando o clero e os fieis a informarem-se sobre as medidas a serem tomadas. Carlo, um focolarino médico do dispensário da Mariápolis Victoria (em Man, na Costa do Marfim), enviou-nos material audiovisual, que multiplicamos para os vários grupos de jovens e adultos que iriam divulgar a sensibilização. Enviamos esse material também para um sacerdote e um professor de duas cidades, Dedougou e Toussiana, interessados na nossa ação. Félicité assumiu a formação dos grupos, ajudada por 15 estudantes de países do oeste da África, enviados pela OOAS, alguns deles muçulmanos». A campanha começou em novembro de 2014, inicialmente nos encontros do Movimento dos Focolares, para depois alargar-se a vários bairros, paróquias e também num grande encontro para jovens, organizado pela diocese de Bobo Dioulasso. Aos domingos íamos falar nas igrejas. Estivemos numa estação privada de rádio, na rádio diocesana e na nacional, utilizando as três línguas faladas aqui: francês, dioula e moré». Sensibilisation à la radio national du Burkina«Esta campanha foi uma ocasião para conhecer muitas pessoas. Quando Jean-Bernard explicou a seus vizinhos o que pretendia fazer no bairro, cada um quis dar alguma coisa: os amplificadores, o transporte do material, alguém convidou um cantor para a animação e outro forneceu água. Na apresentação havia cerca de 200 pessoas. A voz se espalhou nos bairros vizinhos e Jean-Bernard precisou repetir a apresentação outras vezes. Numa delas, uma enfermeira profissional ofereceu-se para responder as perguntas; em outra veio um especialista nas línguas locais, ótimo tradutor. Os funcionários da prefeitura, que haviam dado a licença para a manifestação, ficaram muito reconhecidos». «Durante este período soubemos que a doença havia sido debelada no Mali. O risco no Burkina Fasso tinha diminuído consideravelmente. O importante agora é continuar a respeitar as medidas de prevenção. Foi uma grande oportunidade para aprender a trabalhar juntos pelo nosso povo. Agora devemos prosseguir».

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