Movimento dos Focolares

Egito: famílias testemunhas de esperança

Mar 3, 2017

O país vive uma grave crise econômica e social. As famílias dos Focolares, reunidas no Cairo no dia 27 de janeiro, querem ser “fonte de esperança e de alegria”. A contribuição delas na sociedade egípcia.

Sete anos se passaram desde a primavera árabe e desde a inesquecível praça Tahrir, símbolo de todas as praças do Egito, Tunísia, Líbia, Iêmen, apinhadas de mulheres, homens e muitíssimos jovens que invocavam com força a queda dos regimes autocráticos, o respeito pelos direitos humanos, transparência, liberdade de informação, justiça social. Sete longos anos que no Egito, ponto de referência histórica e cultural do mundo árabe, foram marcados por uma crise política sem precedentes. Vive-se ainda uma forte instabilidade interna, causada por atos esporádicos de terrorismo, que têm o efeito da derrocada do turismo e dos investimentos estrangeiros. E, apesar dos esforços do governo para investir nas infraestruturas (como a inauguração do novo canal de Suez) e para restabelecer as relações internacionais, a crise econômica gerada se faz sentir sobre os 90 milhões de habitantes do país. As grandes áreas urbanas estão concentradas ao longo das margens do Nilo (5% do território). Dez milhões só na capital, Cairo (de dia se tornam 12 milhões), a segunda cidade africana mais populosa. Egypt_004Imersas nesta metrópole, as famílias que vivem a espiritualidade dos focolares, provêm de todos os níveis sociais e pertencem a diversas Igrejas cristãs. Vivenciam as dificuldades de todos: o desemprego crescente, a crise do papel dos pais numa sociedade cada vez mais distante dos valores religiosos e civis e que ofusca as novas gerações com as sereias do consumismo. Famílias que, porém, procuram ir “contra corrente”, se ajudando reciprocamente e que arregaçam as mangas a serviço de escolas, igrejas, instituições. No dia 27 de janeiro passado, com o título “Fonte de esperança e de alegria”, se realizou um congresso sobre a família, do qual participaram cerca de 300 pessoas. Uma festa com canções, momentos de intercâmbio, danças, reflexões sobre os temas do diálogo entre marido e mulher, do relacionamento entre pais e filhos e, ainda, sobre a dor, a doença, as divisões e as dificuldades das famílias. Muitos os testemunhos tangíveis de amor que sana os sofrimentos, como o de Wagih e de sua esposa, colhida por um AVC e em cadeira de rodas; ou de um casal que através do diálogo juntou novamente os cacos de uma família quase despedaçada; ou de outro que compreendeu que as crianças precisam, sim, serem amadas, mas sobretudo terem pais que se amam entre si. Egypt_002«As famílias do focolare – escrevem do Cairo – dão uma grande contribuição inclusive através do Instituto São José para a Família e Pró Vida, nascido em março de 1994, encarnando o Evangelho na vida familiar e no seio da sociedade. O Instituto se dedica à preparação para o matrimônio de casais jovens e como consultório familiar, com filiais em diversas dioceses. Elas dão força e coragem, no meio das tantas dificuldades, também no mundo muçulmano. Nestes anos, o número dos casos de nulidade do matrimônio se reduziu ao mínimo, malgrado o grande número de casais com problemas que chegam ali. O Instituto dá a sua contribuição nos vários eventos no âmbito da família, representando a Santa Sé nos congressos internacionais do mundo muçulmano.». Desde 2007, está em ação a Fundação Koz Kazah, na comunidade de Shubra, um dos bairros mais populosos do Cairo, e no dia 25 de fevereiro passado, foi inaugurada uma nova sede em Fagala. O objetivo é o de levar em frente, em colaboração com a AMU, projetos sociais, programas de formação para crianças em situação de risco, ações para despertar o sentido de pertença à própria cidade (limpeza das ruas, murais, conferências, espetáculos). Numa sociedade, não só aquela egípcia, que parece ter perdido as razões da esperança e da alegria, estas ações construtivas parecem emanar o perfume de uma outra primavera. AMU: Projeto CHANCE FOR TOMORROW

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