Movimento dos Focolares

Espanha, encontro de povos e culturas

Mai 27, 2012

Localizada entre o Mediterrâneo e o Atlântico, próxima da África, a Espanha tornou-se um lugar de encontro entre pessoas, povos e culturas. Um objetivo possível: tornar visível a unidade na diversidade.

A Espanha tem uma longa história. Em 218 a.C o Império Romano pôs as bases para uma unidade cultural e territorial entre as populações celtas e ibéricas, já estabelecidas há alguns séculos. Porém, o povo basco, da região nordeste do país, não sofreu esta influência. A língua latina originou o castelhano – língua oficial – o catalão e o galego, que são, junto com o basco, as outras três línguas oficiais. Nos séculos sucessivos o Islã chegaria a conquistar quase toda a península. A convivência das culturas muçulmana, cristã e hebraica criou as condições necessárias para a transmissão do patrimônio científico e cultural da antiguidade e da ciência árabe ao Ocidente cristão.

Hoje a Espanha apresenta-se como uma sociedade que quer levar em conta a diversidade dessas culturas, contemplada na sua Constituição, mas que ainda tem muitos desafios a superar, como as fortes tensões entre as comunidades autônomas e o Estado. Uma sociedade que nos últimos anos teve um grande desenvolvimento econômico e social, mas que agora sofre as consequências da atual crise financeira e social.

Uma das primeiras Mariápolis em Seo d’Urgell

O Movimento dos Focolares chegou a Barcelona em 1959, levado por Piero Pasolini, focolarino italiano. “Existe muito de Deus nesta nação – ele afirmou – e parece-me que Ele a ama com um amor muito especial”. Na Espanha inteira, muitas pessoas, de todas as idades, foram atraídas pela espiritualidade da unidade. Realizaram-se Mariápolis em Solsona, Seo d’Urgell, Ávila…  Apenas para citar alguns dos pioneiros que deixaram a sua marca ao passar por estas terras, recordamos os italianos Nunziatina Cilento e Gino Bonadimani, e os argentinos Margarita Bavosi e Carlos Clariá.

Com o passar dos anos, a vida evangélica dos Focolares se consolidou em muitos âmbitos sociais e culturais, dando origem ao Movimento Político pela Unidade e a empresas que aderem à Economia de Comunhão. Após a publicação do primeiro livro de Chiara Lubich, “Meditações”, em 1964, desenvolveu-se a atividade editorial com duas revistas, Ciutat Nova (em catalão) e Ciudad Nueva (em castelhano), além de numerosas coleções de livros em vários setores da espiritualidade, teologia, patrística, testemunho.

Na Espanha, atualmente, são cerca de 25 mil aqueles que, de maneiras variadas, assumiram como própria a espiritualidade da unidade.

Etapas fundamentais para a vida e o desenvolvimento do Movimento dos Focolares foram as duas visitas de Chiara Lubich, em 1989 e em 2000. A primeira à Santiago de Compostela, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, quando apresentou uma das catequeses para milhares de jovens; na segunda visitou algumas cidades onde viveram grandes místicos, que tiveram influência sobre ela: Teresa de Ávila, João da Cruz (Segóvia) e Inácio de Loyola (Manresa). No Mosteiro de Montserrat ela afirmou: “Os movimentos podem dar um exemplo de frescor evangélico e carismático… da sua parte os movimentos podem aprender muito do testemunho da vida consagrada, que conserva inumeráveis tesouros de sabedoria e de experiência”. Sempre durante essa viagem, Chiara lançou um desafio a todas as pessoas do Movimento: “Na Espanha é preciso calcar na unidade, porque a distinção já existe” (justamente pela variedade de povos, culturas e línguas).

Nasceram, então, as Mariápolis permanentes “Loreto”, em Castel d’Aro (Gerona) e “Castelo Exterior”, em Madri. Cresceu o desejo e a disponibilidade para conhecer-se e viver uns pelos outros, assim como o senso de pertencer à mesma família. A Mariápolis “Castelo Exterior” tornou-se um espaço de encontro para todos, onde o testemunho de unidade na diversidade, típica da espiritualidade da unidade, torna-se visível.

Em 2011, durante a visita de Maria Voce, presidente dos Focolares, e do copresidente Giancarlo Faletti, esta voltou a afirmar que “cada um dos povos que formam a Espanha tem algo a dar a todos os outros”, encorajando todos à partilha recíproca dos dons, graças justamente à identidade peculiar de cada um.

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