Jesus, eis-nos aqui[…] para Te pedir, em primeiro lugar, algo grande, Senhor!
Tu, que disseste: «Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome (no meu amor) ali estarei eu no meio deles» (Mt 18,20), suscita em todos nós um grande respeito fraterno, uma escuta profunda e recíproca, acende o amor recíproco, permitindo, aliás, realizando, assim, a Tua presença espiritual entre nós. Nós sabemos que: «Sem ti, nada podemos fazer» (cf. Jo 15,5).
Mas com a Tua presença entre nós, poderemos ser Iluminados, portanto, com a Tua luz, e guiados neste dia […]. Tu conheces […] o único e ao mesmo tempo diversificado chamado que recai sobre todos nós: trabalhar, junto a muitos outros do mundo cristão, para que a comunhão plena e visível entre as Igrejas, um dia, se torne realidade. Isso requer – como sabemos – quase que um milagre. Portanto, precisamos de Ti, Jesus. Nós, com relação ao que nos diz respeito neste momento, […] queremos abrir a Ti o nosso coração para revelar-Te os nossos sentimentos mais profundos.
Advertimos a necessidade de pedir, acima de tudo, perdão da parte nossa, mas também em nome das nossas irmãs e dos nossos irmãos cristãos de todos os tempos; perdão por termos dilacerado, de um modo tão insensato, a Tua túnica e por tê-la reduzido a pedaços; ou por tê-la mantido assim, com indiferença. Ao mesmo tempo, nutrimos uma ardente esperança na Tua misericórdia, que é sempre maior do que os nossos pecados e capaz não só de perdoar, mas também de esquecer. Por fim, não podemos negar que temos uma grande fé no Teu amor imenso, que sabe extrair o bem do mal, se em Ti acreditamos e se Te amamos.
Queima tudo isso no nosso coração, Jesus, neste momento, junto ao reconhecimento por aquilo que, com a Tua graça e há quase um século, os cristãos de muitas Igrejas puderam fazer, inspirados pelo Espírito Santo, em vista da reaproximação recíproca por meio de um fecundo diálogo de amor, com um intenso trabalho teológico, com uma sensibilização geral do povo quanto à necessidade da unidade.
Deixa que Te declaremos, Jesus: embora nos encontremos na real e dolorosa situação de uma comunhão ainda não plena, sentimos no coração aquele otimismo cristão que o Teu infinito amor não pode deixar de suscitar.
E damos início ao nosso trabalho com a segurança de que Tu, que sabes vencer o mundo, também nos ajudará a ajudar-Te a mostrar um dia o Teu Testamento realizado aqui na Terra, o qual, pela unidade atingida, poderá testemunhar-Te ao mundo como Rei e Senhor dos corações e dos povos. Amém”.
Chiara Lubich ao Conselho Ecumênico de Igrejas
Genebra, 28 de outubro de 2002
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