Movimento dos Focolares

Nas “fronteiras” para servir

Ago 7, 2013

Um grupo de adolescentes do Movimento Juvenil pela Unidade partiu de Buenos Aires para viver alguns dias com as crianças de uma escola rural em Santiago do Estero, a mil quilômetros de Buenos Aires, uma região pobre, onde se vive com o estreito necessário

“Desde o momento em que começamos a organizar esta viagem éramos conscientes de que seria algo de muito especial. E, mesmo assim, não esperávamos a acolhida que as pessoas (especialmente os adolescentes) nos ofereceram. Chegamos ao nosso destino depois de doze horas de viagem. O sino da escola tocava em tom de festa! Em uma faixa, enorme, estava escrito: “Obrigado por terem vindo, obrigado por estarem aqui, nós os queremos bem: BEM-VINDOS!” Assim que estacionamos o carro eles nos cumprimentaram e, imediatamente, começaram a nos ajudar a transportar a bagagem! Em seguida improvisamos algumas brincadeiras e jogos com as crianças e, juntos, cantamos algumas canções!”

Assim escreveram no Diário de viagem, os dezenove adolescentes do Movimento Juvenil pela Unidade, acompanhados por quatro adultos que, durante o mês de julho, aproveitando as férias, saíram de Buenos Aires para passar alguns dias com os adolescentes da “Escuela Km 25”, na província de Santiago do Estero, umas das muitas “fronteiras existenciais” das quais fala o Papa Francisco.

Situada a mil quilômetros de distância de Buenos Aires, no meio da floresta, a escola é constituída por duas salas, uma cozinha, três banheiros e um pátio onde tem uma cisterna que fornece água para as vinte e duas famílias da comunidade, que vivem em casebres de pau-a-pique.

Trinta e cinco crianças com a idade de até treze anos frequentam a escola que tem um só professor, que chega na segunda-feira e parte na sexta. Os homens vão trabalhar nas lavouras e, às vezes, permanecem distantes de casa por até três meses.

Foram necessários quatro meses para preparar a viagem, com a colaboração dos adultos e dos jovens do Movimento dos Focolares, que, juntos, prepararam uma atividade para recolher fundos. Tínhamos que prever os custos da viagem, da estadia e todas as questões logísticas. Ao partir, levamos conosco material escolar, medicamentos, sapatos e tudo o que podíamos colocar na nossa bagagem.

Um dos objetivos a que nos propomos era levar não somente brinquedos e as atividades a serem realizadas junto com as crianças, mas, ter a atitude de aprender e acolher também nós: como eles vivem, o ambiente deles, os valores, aquilo que fazem… E foi realmente uma troca muito enriquecedora!”

Visitamos as casas e compartilhávamos a merenda. “Eles marcavam a hora para encontrarmo-nos: 10:30h; mas, às 9:30 já estavam nos esperando!

Um dia o professor nos contou que, no momento de ir brincar conosco, os adolescentes vestiam as melhores roupas. “Calçavam o único par de sapatos que tinham e, para ir à escola, iam descalços. Mas, o encontro conosco eles o viam como uma festa e, por isso, se apresentavam bem!

Ao retornarem a casa, decidiram deixar todo o dinheiro que ainda tinham para a escola e para que aquelas crianças pudessem realizar um sonho: ir juntos à cidade mais próxima para tomar sorvete! De volta à grande cidade, nos demos conta da extraordinária experiência vivida: “Eu pude entender que para ser solidário, para servir, não importa nada: nem o lugar onde se vive nem alguma outra coisa, porque todos nós somos iguais.” Foi aberto um novo caminho de amizade e não queremos faltar na próxima ocasião que eles mesmos manifestaram na mensagem de despedida: “Até a vista, no ano que vem!

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